O devassamento do território foi motivado
pelo interesse dos governos do Rio de Janeiro em
colonizar e cultivar as terras que circundam a baía de
Guanabara.
Consulta aos assentamentos mais antigos referentes a
doações de sesmarias leva à certeza de que o povoamento
da planície que se estende do Rio Meriti ao Estrela ou
Inhomirim, e da baía à orla das serras foi contemporâneo
ao da Cidade fundada por Mem de Sá.
A partir de 1566, se foram fixando os primeiros colonos
em terras do atual Município de Duque de Caxias,
localizando-se de preferência nos vales dos rios Meriti,
Sarapuí, Iguaçu e Estrela, assim como na orla praiana,
dando início à exploração do solo e das riquezas
naturais.
Entre os agraciados com as primeiras concessões de
sesmarias na região, figura Braz Cubas, que, segundo
observa José Mattoso Maia Forte em seu livro "Iguassu",
outro não deve ser senão o grande provedor da Fazenda
Real, a quem a Cidade de Santos deve a sua fundação.
Concedeu-lhe o Governador, em 1568, nada menos de 3.000
braças de terra, de testada, pela costa do mar e 9.000
de fundos, pelo Rio Meriti, "correndo pela piassaba da
aldeia de Jacotinga".
Por essa descrição conclui-se que a sesmaria de Braz
Cubas atingiu terras de dois dos atuais municípios
fluminenses.
Segundo Monsenhor Pizarro, em suas Memórias, não se tem
notícia de assistência religiosa à população em período
anterior a 1612, mas, quando se refere à freguesia de
Nossa Senhora do Pilar lê-se que "o visitador Araújo
fixara o ano de 1637 como o da criação da freguesia.
Alguns anos depois de criada a freguesia, surgiu na
mesma zona da Baixada Fluminense outra povoação, fundada
primeiramente com a denominação de São João Batista de
Trairaponga, em uma elevação fronteira à baía, logo
adiante da foz do rio Meriti.
Criada durante a prelazia de Dom Antônio Marins Loureiro
(1644), recebeu o reconhecimento régio por força de
Alvará datado de 1647.
Em 1747 voltou o núcleo social a localizar-se às margens
do Rio Meriti, por esta época
passou a localidade a ser conhecida pelo nome de
Freguesia de São João Batista de Meriti.
A partir de então, grande foi o progresso dessa região;
seus rios, então desobstruídos, davam fácil escoamento
aos produtos da lavoura. A navegação de pequenos barcos
se fazia francamente, por muitas léguas de sertão a
dentro, onde o braço do escravo tornava rendosa a
exploração agrícola.
A revista do Instituto Histórico, tomo 76, pt.1,
consigna que, no período compreendido entre 1769 e 1779,
a freguesia de Nossa Senhora do Pilar de Iguaçu possuía
um engenho de açúcar, pertencente ao Capitão Luciano
Gomes Ribeiro; esse engenho fabricava 40 caixas desse
produto e 17 pipas de aguardente, nele trabalhando 74
escravos.
Três engenhocas fabricavam aguardente: a de Matheus
Chaves, a do Capitão Pedro Gomes de Assunção e a do
Capitão João Carvalho de Barros. Produzia, também, a
freguesia 13.000 sacos de farinha, 100 de feijão, 150 de
milho e 2.100 de arroz, e o seu comércio fazia-se pelo
rio, no qual se contavam 9 portos, com 18 barcos e 1
lancha. Servindo a grande parte da região costeira da
Guanabara, existiam, nessa época, 14 portos, espalhados
desde o rio São João ou Meriti até o Sarapuí.
Durante muitos decenios, as lavouras de cana, arroz,
milho, mandioca e feijão existentes nas terras do atual
Município de Duque de Caxias proporcionaram aos seus
proprietários a acumulação de fortunas consideráveis
para a época e para o meio.
Em 15 de janeiro de 1833, quando o Decreto da Regência
erigiu em vila a povoação de Iguaçu compreendeu em sua
jurisdição as terras que hoje fazem parte do Município
de Duque de Caxias e que à época constituíam território
das freguesias de São João de Meriti e Nossa Senhora do
Pilar.
Ainda por alguns anos, notável foi o progresso observado
nessa região. Somente pela metade do século XIX começou
a fase de decadência. A devastação das matas trouxe como
resultado a obstrução dos rios e conseqüente
extravasamento, com a formação de pântanos, que tornaram
a região praticamente inabitável. Abandonadas, as terras,
outrora salubres e férteis, cobriram-se rapidamente da
vegetação própria dos mangues.
Em 30 de abril de 1854, Irineu Evangelista de Souza,
depois Barão e Visconde de Mauá, inaugurava a primeira
estrada de ferro do Brasil, tendo realizado a construção
de 14,5 km, entre o porto de Mauá e a fazenda do Fragoso,
nas imediações da raiz da serra da Estrela. Dois anos
mais tarde, os trilhos atingiam a povoação de Raiz da
Serra.
Em 23 de abril de 1886, outro trecho ferroviário foi
inaugurado pela "The Rio de Janeiro Northern Railway"
ligando a Cidade do Rio à Estação de Meriti, onde, mais
tarde, surgiria a povoação que deu origem à sede do
atual Município de Duque de Caxias. Meriti, hoje Duque
de Caxias, deve, em grande parte, o seu reerguimento ao
iniciador das obras da Baixada Fluminense, Nilo Peçanha.
Foi em virtude do esforço desse estadista que Meriti
conseguiu obter água potável, mediante ligação à rede
geral que abastecia a Cidade do Rio de Janeiro. A esse
importante melhoramento seguiu-se outro: o prolongamento
das linhas da Estrada de Ferro Leopoldina, até a zona
marginal do antigo "Mangue", situado na "Praia Formosa",
o que motivou o aumento do número de trens e de viagens,
melhorando o sistema de transportes entre a localidade e
a Capital da República.
Com a abertura da Estrada Rio-Petrópolis, ainda mais
próspera se tornaram a Estação de Meriti e suas
adjacências. Data de então o fracionamento das grandes
propriedades locais, organizando-se empresas destinadas
ao loteamento.
A 14 de março de 1931, foi criado o Distrito de Caxias,
com sede na antiga Estação de Meriti e formado pelo
território desmembrado do Distrito de Meriti pertencente
ao então Município de Iguaçu (atual Nova Iguaçu).
Rápido foi o progresso do novo Distrito, que em 31 de
dezembro de 1943 foi elevado à categoria de Município,
sob a denominação de Duque de Caxias e tendo por sede a
antiga Estação.
O Município, desde que se tornou autônomo, recebeu
grande impulso em sua economia. A localização, em seu
território de um parque de indústrias entre as quais a
Fábrica Nacional de Motores, constituiu fator de
desenvolvimento acelerado, a que a refinaria de petróleo,
com seu conjunto petroquímico poluente em expansão,
deu rápido e considerável estímulo.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Caxias, pelo
decreto estadual nº 2559, de 14-03-1931, Sede no povoado
da estação ferroviária de Mereti, no município de Nova
Iguaçu.
Elevado à categoria de município em denominação de Duque
de Caxias, pelo decreto-lei nº 1055, de 31-12-1943,
desmembrado de Nova Iguaçú. Constituído de 3 distritos:
Duque de Caxias, Imbariê ex-Estrela e Mereti. Instalado
em 01-01-1944.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o
município é constituído de 3 distritos: Duque de Caxias,
Imbariê e Meriti.
Pelo Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
do Estado do Rio de Janeiro, promulgado em 20-06-1947,
desmembra do município de Duque de Caxias o distrito de
Meriti. Elevado à categoria de município com a
denominação de São João de Meriti.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município
de Duque de Caxias é constituído de 2 distritos: Duque
de Caxias e Imbariê.
Pela lei n° 2.157, de 28-05-1954, são criados os
distritos de Campos Elyseos e Xerém ambos desmembrados
do distrito de Imbariê e anexado ao município de Duque
de Caxias.
Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município
é constituído de 4 distritos: Duque de Caxias, Campos
Elyseos, Imbariê e Xerém.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2007.
Ireferencias
IBGE
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