Distante aproximadamente
25 km de Londrina, na região norte-paranaense,
Rolândia foi em princípio um “patrimônio”
conforme as diretrizes da Companhia de Terras
Norte do Paraná, CTNP.
O solo de terra roxa permitiu que ela fosse
inserida no processo econômico que atingiu o
Estado, o cultivo de café, atraindo imigrantes
de várias partes da sociedade mais ampla,
inclusive do exterior.
Os primeiros moradores chegaram no início dos
anos trinta, provenientes da Alemanha e fixaram-se
na Gleba Roland. No mesmo período os japoneses
ocuparam a Gleba Cafezal.
Pouco mais tarde é a vez de paulistas, mineiros
e nordestinos, além de italianos, espanhóis,
portugueses, suíços e outros.
O início da formação da cidade se dá em 1934 com
a construção do primeiro hotel, o Hotel Rolândia.
O pequeno núcleo urbano vai se ampliando com o
Hotel Estrela, a confeitaria e a padaria do Max
Dietz, o escritório da Cia. de Terras, as
estações ferroviárias e rodoviária, junto com as
primeiras moradias e casas comerciais.
Em meados dos anos trinta é inaugurada a estrada
de ferro ligando Rolândia a Londrina. Para a
localidade, o trem foi fator de mudança,
propiciando o crescimento e o desenvolvimento da
região.
Inicialmente,
Rolândia se torna Distrito de Londrina em 1938.
Já o Decreto de criação do município é de
dezembro de 1943.
Como ocorreu em toda região norte-paranaense,
Rolândia vai encontrar na agricultura, e mais
especificamente no café, o modelo de seu
desenvolvimento econômico. O ciclo do café, que
se estende até os anos 70, modifica a paisagem,
fazendo surgir no lugar da exuberante mata,
grandes cafezais, oportunizando trabalho para
inúmeras famílias e a formação de riquezas.
Foram os paulistas e mineiros que implementaram
os contratos de parceria agrícola, essa relação
de trabalho era desconhecida pelos alemães,
porém, logo foi adotada nas suas propriedades
rurais, já que se constitui numa forma de
cultivar a terra sem despender capital.
A cidade formava-se e crescia com a cafeicultura.
São diversas máquinas de benefício de café,
cerealistas, serrarias, que compõem o comércio
local, além de casas de “secos e molhados”, isto
é, “vendas” onde se encontrava tudo o que era
necessário como alimentos, roupas, sapatos,
artigos para o trabalho agrícola (enxadas,
peneiras, ferramentas), etc.
Também se instalam as escolas, as pensões,
agências bancárias, clubes recreativos ou de
lazer e os profissionais liberais, entre eles
médicos, dentistas, advogados.
Ainda hoje, a agricultura é a responsável pela
economia do município, O cultivo de soja, milho,
cana-de-açúcar, café, bicho-da-seda, laranja,
mandioca, são os principais produtos agrícolas,
ao lado de algumas indústrias: torrefação de
café, usina de álcool e açúcar, móveis, doces,
fécula de mandioca, curtumes, abatedouro de aves,
etc.
Voltar os olhos para o passado significa evocar
os acontecimentos políticos na Alemanha, que
antecederam a Segunda Guerra Mundial e fizeram
com que parte da população alemã procurasse
outras localidades para reconstruir a vida. A
história de Rolândia está ligada a essa
realidade. São imigrantes que deixaram o seu
país de origem por motivos econômicos, políticos
ou raciais. Dentre eles vieram os cidadãos que
ocupavam cargos de destaque na política e
profissionais liberais: juristas, médicos,
economistas, engenheiros, professores
universitários.
A presença destes imigrantes deixou referências
significativas, quer no aspecto sócio-cultural,
quer no econômico.
1933. Assim instalaram os pioneiros. Num rancho
feito de palmito e coberto de folhas de palmito
ou de lona. O fogão era uma trempe no quintal,
água da mina ou rio mais perto, o resto ficava
por conta da fibra e força de vontade dos
pioneiros. Construção do Rancho da Granja
Experimental Nixdorf (foto abaixo), denominada
"Casa de Recepção", com a finalidade de receber
os imigrantes alemães que para cá se dirigiam a
partir de 1933.
A presença desses imigrantes (engenheiros,
médicos, juristas, professores, entre outros)
deixou sinais, quer no aspecto cultural, quer no
aspecto econômico, destacando aqui a sua
participação na construção da estrada de ferro
que liga a região ao Estado de São Paulo (Ourinhos).
Nesse processo de emigração, que vai até o
início da Segunda Guerra Mundial, o governo
alemão impôs novas determinações proibindo a
saída de dinheiro da Alemanha. Para resolver tal
impasse foi realizado um intercâmbio entre a
Cia. de Terras e os imigrantes.
Com a ajuda de Erich Koch Weser e Johannes
Schauff - representantes da companhia inglesa na
Alemanha - os alemães forneciam o dinheiro para
compra do material para a construção da estrada
de ferro e, em troca, recebiam títulos
conhecidos como "cartas de terra", que davam o
direito de adquirir terras em Rolândia. Alguns
desses lotes ultrapassavam a área estabelecida
pela CTNP (Companhias de Terras Norte do
Paraná), que era de 50 alqueires cada um.
Como esses alemães já eram detentores de
propriedades e outros bens na Alemanha, tiveram
o direito de comprar lotes maiores. Assim, a
Cia. de Terras efetuou o negócio do material com
a Alemanha e não com a Inglaterra. Esses
imigrantes deixaram o seu país como
proprietários de terras em Rolândia, o que vai
diferenciá-lo de outros que se fixaram na região.
Os alemães marcaram a sua presença, mas não se
constituem, até hoje, na maior parte da
população do município. Vencidas as primeiras
dificuldades com a derrubada da mata e com a
construção do "rancho de palmito", iniciava-se
uma agricultura de subsistência, embora os
imigrantes alemães não detivessem o conhecimento
desta prática, pois boa parte deles era oriunda
de atividades urbanas. Para facilitar o contato
entre si e viabilizar atividades comunitárias,
foi criada a Associação Colônia Roland.
Era compromisso dessa Associação a conservação
de estradas municipais, construção de estradas
secundárias e escolas, bem como a contratação de
professores para atender a Escola Alemã e a
promoção de eventos sócio-culturais.
Em 1937, esta
associação foi transformada na Sociedade Escolar
Alemã e em 1947 passou a ser denominada de Clube
Concórdia (ao lado). Ferramentas, sementes,
mudas de diversas espécies, bem como a
comercialização de produtos agrícolas estavam à
disposição dos alemães na Sociedade Cooperativa
dirigida por Edwin Ratke.
Como os alemães moravam em propriedades
agrícolas, distante entre si alguns quilômetros,
eram freqüentes as reuniões ou palestras nessas
localidades. Nesses encontros tinham a
oportunidade para cantar, apresentar músicas,
peças de teatro e, ainda, dançava-se bastante,
isto se dava em 1937.
Após a Segunda Guerra Mundial, a cafeicultura
encontrou as condições favoráveis para o seu
desenvolvimento nesta região. Rolândia, um dos
grandes produtores de café, ficou conhecida como
a "Rainha do Café".
Nesta época, comerciantes de Bremen, na Alemanha,
visitaram a cidade para conhecer de perto os
cafezais, cujo produto era comercializado por
eles. Como conseqüência deste intercâmbio
comercial, a cidade recebeu em 1957, uma cópia
da Estátua do Roland (sobrinho de Carlos Magno e
grande guerreiro em busca de liberdade).
O nome Rolândia tem sua origem em Roland e
significa liberdade ou a busca de um lugar onde
os alemães pudessem reconstruir suas vidas,
longe das perseguições políticas, religiosas e
raciais.São os primeiros moradores alemães da
década de 30 junto com a direção da Cia. de
Terras que "batizaram" a localidade de Rolândia.
Com o passar dos tempos os alemães não só se
preocupavam com o aspecto cultural. Muitos
demonstraram o desejo de colaborar em algo que
pudesse manifestar a sua gratidão ao Brasil.
Assim, em 1957, por ocasião das comemorações dos
25 anos de fundação do município, oitenta
fazendeiros e sitiantes, quase todos alemães,
criaram a Fundação Arthur Thomas, com a
finalidade de prestar assistência médica e
social ao trabalhador rural do município. Nessa
época, esses trabalhadores não tinham, por parte
do governo brasileiro, nenhum tipo de
assistência .
O nome da Fundação é uma homenagem ao diretor da
Cia. de Terras, Arthur Thomas. Em 1964, adquiriu
um pequeno hospital na cidade de Rolândia, com a
verba cedida pela "Misereor" - entidade de
assistência social mantida pela Igreja Católica
na Alemanha. Por imposição dessa entidade a
propriedade e as edificações foram registradas
no nome da Mitra Arquidiocesana de Londrina. Em
1967 a Fundação ampliou o atendimento a todos os
trabalhadores rurais do município (Criação da
FUNRURAL).
E a partir de 1978, através do convênio com a
INAMPS, os trabalhadores urbanos passaram a
usufruir também do hospital. Esta situação
perdura até os dias de hoje. Outra preocupação
dos alemães foi a educação. Desde o início de
sua chegada em Rolândia, muitos mantiveram o
professor nas suas propriedades, a fim de
proporcionar a seus filhos e aos filhos dos seus
vizinhos um tipo de ensino que valorizava a
educação européia.
A Kinzelschule - Escola Kinzel - foi a última do
gênero. Como eram escolas não reconhecidas pelo
governo brasileiro, os alunos tinham
dificuldades para continuar os estudos em outras
instituições. Em 1968, foi constituída a
Sociedade Escola Roland, liderado por Hans
Kirchheim, com o objetivo de ensinar e cultivar
a língua alemã. A sua sede foi construída, com
ajuda da Alemanha, num terreno cedido pela
Prefeitura Municipal. É mantida pelos pais dos
alunos e o seu gerenciamento fica sob a
responsabilidade da sociedade mantenedora, cuja
diretoria é eleita a cada dois anos.
Como Cambé, também um ex-distrito judicial de
Londrina, Rolândia obteve sua emancipação em
1943, ocorrendo a instalação do novo Município
no dia 1º de janeiro de 1944. O nome porém, era
outro: Caviúna (devido a Segunda Guerra Mundial,
a exemplo de outras cidades brasileiras, cujos
nomes eram de origem germânica, teve de mudar
seu nome). Quase quatro anos depois receberia a
sua denominação definitiva: Rolândia.
E é justamente esta cidade do Norte do Paraná,
distante cerca de 18 quilômetros de Londrina,
que mantém viva a saga dos imigrantes japoneses
em terras longíquas. Ali está o Museu da
Imigração, contando a história através de
documentos, fotos, depoimentos, filmes e
inúmeros objetos que atravessaram o tempo para
mostrar essa aventura às novas gerações. Yoshio
Sassano chegou aqui, proveniente do Estado do
Amazonas, em 1932, adquiriu terras na Gleba
Cafezal. Sassano abriu seu lote e plantou café.
No ano seguinte, mais quatro famílias vieram se
juntar a ele naquela localidade - Tadashiro
Aoyama, Kiiti Teshima, Tatsujiro Tagushi e
Massaru Hirayama. Na metade final de 1933,
outras famílias instalam-se na nova Seção,
localizada às margens do Ribeirão Cafezal.
Yoshio Sassano, o pioneiro, deixaria a Colônia
no ano de 1935 para fixar residência em Marialva.
Antes, porém, reuniu 17 jovens em sua casa e
formou a Associação dos Jovens da Seção,
presidida no início por Takeo Teshima. Nessa
época, os moradores da região estavam vinculados
à Associação Nipônica de Nova Dantzig (Cambé).
Surge então a necessidade da escola. Cada
família faz uma pequena doação e um terreno é
adquirido. Entusiasmados, os jovens passam a
desenvolver atividades na área comprada para a
construção da escola. Cultivam lavouras e
revertem o lucro para esse fim. Em dezembro
daquele ano a escola fica finalmente pronta e o
professor Massassuke Kato dá início às aulas no
mês seguinte. Em fevereiro de 1937, a colônia
funda sua própria Associação, tendo na
presidência Jukiti Yamada. A partir daí, as
coisas começam a evoluir. A Associação coordena,
por exemplo, sistemas de mutirão para a
conservação das estradas que dão acesso à cidade
e dos carreadores das propriedades.
O fato mais auspicioso de 37, porém, foi o
surgimento do jornal da Associação, cujo
primeiro número foi editado em dezembro. Dos 17
associados de então, seis tinham vindos do Japão
com o curso ginasial completo, o que era fato
raro na época. Em 1940, a Colônia Cafezal tinha
cerca de 60 famílias instaladas. Logo depois,
durante a Guerra, as atividades da Associação e
da escola foram interrompidas. Com o término do
conflito, a escola foi reativada e passou a
ministrar também aulas de língua portuguesa. O
ensino prioritário dentro da Colônia
Referencias
Wikipedia
Ache Tudo e Região
|
Conheça
o
Ache
Tudo e Região
o portal
de todos Brasileiros. Cultive o hábito de ler, temos
diversidade de informações úteis
ao seu dispor. Seja bem
vindo, gostamos de
suas críticas e sugestões, elas nos ajudam a
melhorar a cada ano.
|
|
|