ONU - Mudança climática causará tragédia humana
Metas
estabelecidas pelo acordo de Paris podem não ser
suficientes para evitar impacto do aumento da
temperatura. Medidas adicionais devem ser
tomadas desde já, afirma agência das Nações
Unidas.
Temperaturas globais podem aumentar em 3,4ºC até
2100, implicando em mudanças drásticas no meio
ambiente
Os governos devem redobrar urgentemente os
esforços para diminuir as emissões de gases do
efeito estufa a fim de evitar uma "tragédia
humana" causada pela mudança climática, segundo
um relatório divulgado nesta quinta-feira pela
agência das Nações Unidas para o meio ambiente (Pnuma).
Às vésperas da entrada em vigor do acordo de
Paris, a agência adverte que, antes de 2030,
essas emissões excederão em mais de 25% os
níveis necessários para manter o aquecimento
global abaixo do limite crucial de 2 graus
centígrados acordado na capital francesa.
"Se não começarmos a adotar ações adicionais a
partir de agora, já na próxima reunião para o
clima em Marrakesh, sofreremos uma tragédia
humana inevitável", afirma o chefe da Pnuma,
Erik Solheim, no documento.
Representantes dos
196 países que assinaram o acordo de Paris – que
entra em vigor nesta sexta-feira – se reunirão
entre 7 e 18 de novembro em Marrakesh, no
Marrocos.
"O aumento do número de refugiados do clima
atingidos pela fome, pobreza, doenças e
conflitos será um lembrete constante de nosso
fracasso", diz Solheim.
O relatório da Pnuma analisa o chamado orçamento
de carbono global – o total de gases causadores
do efeito estufa que a humanidade pode ainda
adicionar à atmosfera sem elevar as temperaturas
acima dos limites do aquecimento capaz de gerar
destruição.
Após estabelecerem
em Paris o teto máximo para o aquecimento global
de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, um
turbilhão de desastres naturais reforçados pelas
mudanças climáticas levou os países a reduzirem
o limite de alerta para 1,5ºC, se possível.
Metas ambiciosas
Segundo o relatório, essas metas ainda mais
ambiciosas indicam que "o orçamento global do
carbono restante é agora consideravelmente baixo".
Por esse motivo, o
documento conclui que as emissões de CO2 na
atmosfera projetadas para 2030 – incluindo os
atuais esforços para reduzi-las – devem ser
cortadas em mais 25% para que se tenha uma
chance razoável de evitar impactos mais graves
provocados pelo clima.
Mesmo se todos os
planejamentos nacionais para a redução dos gases
causadores do efeito estufa forem implementados
em sua totalidade, incluindo os que estão
condicionados a ajuda financeira, o orçamento do
carbono que daria à humanidade uma chance de
dois terços das temperaturas ficarem abaixo do
teto de 2ºC seria completamente esgotado num
período de 15 anos.
Numa outra
estimativa em que se considerou uma chance de
50% de que o aquecimento global seja limitado a
1,5ºC, esse orçamento se esgotaria antes de
2030.
As emissões de carbono do setor de energia se
mantiveram estáveis em 2014 e 2015, apesar de um
forte aumento no Produto Interno Bruto (PIB)
global. Isso pode significar que o crescimento
econômico pode ser desvinculado do aumento da
poluição de CO2.
Entretanto, as
emissões de gases em todos os outros setores
apresentaram um aumento estável em 2015, segundo
o relatório da Pnuma. O ano de 2015 foi o
primeiro em que a as temperaturas médias
atingiram a marca de 1ºC acima dos níveis
pré-industriais.
(com conteudo de dw.com) |
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