Libélula tem design
perfeito para aniquilar bactérias
Antibiótico é para os fracos. Uma pesquisa da
Universidade de Tecnologia de Queensland, na
Austrália, descobriu como as libélulas usam uma
cama de pregos microscópica instalada nas
próprias asas para matar bactérias – e entender
os requintes de crueldade desse mecanismo de
defesa biológico pode ajudar a nanotecnologia a
aperfeiçoar uma versão sintética muito útil para
o ser humano.
Requinte de crueldade, no caso, é o fato de que
esses pequenos pregos, chamados “nanopilares”,
não matam as bactérias simplesmente furando suas
membranas – a opção que parece mais óbvia, e que
era a favorita dos cientistas até agora. A
culpa, na verdade, é dos próprios microrganismos
, que liberam substâncias adesivas antes de
tocar na superfície assassina – e acabam
grudados ali como figurinhas em um álbum. Quando
eles tentam sair, a força da cola puxa para o
lado oposto, e suas membranas rasgam, deixando o
conteúdo da célula vazar.
A outra opção, claro, é a bactéria não tentar
escapar e ficar colada na armadilha para sempre
– o que a mantém viva, mas imóvel.
O problema é que as bactérias usadas para o
teste, da espécie E. coli , produzem mais
substâncias poliméricas extracelulares (EPS) —
nome técnico do “adesivo” — por natureza. Por
causa disso, no artigo , os pesquisadores
alertam que ainda não é possível saber se outras
bactérias, com menos secreção, morreriam da
mesma maneira ou seriam simplesmente perfuradas.
Outra questão que o estudo levanta é que os
nanopilares das asas de libélula tem tamanhos
irregulares. Superfícies similares produzidas em
laboratório para experimentos tem todos os
“pregos” uniformes, o que pode mudar o
comportamento dos seres unicelulares em contato
com elas. Seja como for, esse tipo de material
tem potencial para ser o álcool gel do futuro.
Adeus, germes! |
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