Sabe-se que o povo
indígena xavante habitava a região. Os paulistas nomeiam nesta porção
territorial um antigo povo denominado araés. Desse povo não se tem
maiores informações. O povo indígena xavante sujeitou-se a migrações,
buscando regiões mais ao sul e se encontra confinado em áreas indígenas
circunscritas.
Apesar do termo Nova Xavantina, originar-se do povo
xavante, não se encontra mais no município remanescentes dessa gente em
vida tribal organizada. Pela região de Nova Xavantina, em função do Rio
das Mortes, diversas expedições cortaram seu território, desde o século
XVII. Que hoje é território do município de Nova Xavantina, teve
movimentação por conta de seringueiros, no fim do século passado e no
começo deste. Sem, no entanto, que se tenha registrado notícias
concretas dessa época.
A denominação de Xavantina provinha do nome dado ao povo primitivo da
região - o xavánte. No entanto, a denominação xavánte foi dada pelos
segmentos da vida nacional. A autodenominação deste povo é a'úwe.
Entretanto, apesar do prestigio político ocorrido na sua fase
embrionária, a vida organizada de Xavantina foi acontecendo bem mais
tarde. Com a abertura da BR-158, nasceu o povoado de Nova Brasília, na
margem esquerda do Rio das Mortes, frente ao primeiro povoado de
Xavantina, este, situado à margem direita. O primeiro povoado,
Xavantina, cresceu mais rapidamente e ali se fundou o Distrito Ministro
João Alberto, pela Lei n.º 2.059, de 14 de dezembro de 1963.
Assim a
primeira denominação de Xavantina, foi Ministro João Alberto. Alguns
anos depois, também o povoado da margem esquerda do Rio das Mortes, Nova
Brasília, passou a distrito, fato que deu-se através da Lei n.º 3.759,
de 29 de junho de 1976, não sendo alterado o nome da povoação.
Chegou a maturação do município. A Lei n.º 4.176, de 3 de março de 1980,
de autoria do deputado Ricardo Corrêa, criou o município:
"Artigo 1º - Fica elevada a categoria de município, com a denominação de
Nova Xavantina, a localidade do mesmo nome, integrante do município de
Barra do Garças;
• Ficam extintos os distritos de Ministro João Alberto e Nova Brasília,
criados, respectivamente pelas leis n.º 2.059, de 14/02/1963 e n.º
3.759, de 29/06/1976.
• Cria-se o distrito de Nova Xavantina, cujos limites coincidem com os
do município...
Artigo 2º - Nos termos da Lei Complementar Federal n.º 01, de 09 de
novembro de 1967, o município de Nova Xavantina será instalado a 31 de
janeiro de 1981, com a posse do prefeito, vice-prefeito e vereadores, a
serem eleitos em 15 de novembros de 1980."
Com a formação do município, extinguiram-se os dois distritos
pré-existentes. E não apenas juridicamente e administrativamente se
explica a alteração de nome dos distritos para o município, mas uma
razão histórica determinou a mudança de nome. Na verdade, se tratava de
uma só povoação, separada pelo Rio das Mortes: a povoação de Xavantina
da margem direita do rio e a povoação de Nova Brasília, na margem
esquerda.
Conveniência administrativas e políticas alteraram a
denominação da povoação de Nova Brasília. Com a criação do município,
administrativamente desapareceriam os dois distritos, por não haver
razão para manutenção de dois. Surgia, então a luta popular pela
prevalência do nome próprio, que passaria a ser do município.
Em se
tratando de uma povoação apenas, surgiu a proposta de se unir os dois
nomes populares num só. Xavantina contribuiu com sua própria
denominação, enquanto que Nova Brasília, nome composto, contribuiu com o
têrmo "Nova". A denominação "Nova" de Nova Xavantina, não nasceu por
diferenciação de algum município denominado Xavantina, mas por razão
interna de uma povoação, que fundiu duas outras anteriores.
Fonte:citybrazil.com.br
Ao invés de contarmos a
história de Nova Xavantina através apenas de uma narrativa cronológica e
pontual, preferimos transmiti-la de uma forma romanceada, na intenção de
fazer com que nossos leitores internautas possam sentir um pouco todos os
dramas, alegrias, tragédias e aventuras por que passaram os pioneiros
desta então inóspitas plagas do Oeste brasileiro. Embora seja uma ficção,
todos as referências históricas são absolutamente verídicas. Este conto
conquistou o primeiro lugar num concurso, promovido pela Prefeitura de
Nova Xavantina, em 14 de abril de 1995. Clique em "Início" e siga a
sequencia.
MEMÓRIAS DE UM PIONEIRO
Marcos Piza Pimentel
NOVA XAVANTINA – MATO GROSSO
1994
Minha homenagem
a Alda de Melo Vanique
e Índia Diacuí
"Duas mulheres que com
suas mortes representam um verdadeiro holocausto pela causa da
miscigenação das raças, nestas terras do Brasil Central"
Ayres Câmara da Cunha
e a índia Diacuí, em 1954, na aldeia Kalapalo. O casamento dos dois,
na igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, simbolizou a integração
entre brancos e índios, levada a efeito pelos irmãos Villas-Boas.
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Alda Vanique, esposa do Coronel
Vanique, chefe da Expedição Roncador-Xingu. |
APRESENTAÇÃO
João de
Deus e Maria Rosa, os protagonistas deste ensaio representam todos aqueles
que depositaram nestas plagas do Brasil Central suas esperanças de uma
vida nova, cheia de realizações.
São a
reprodução moderna dos bandeirantes dos anos 1600, como Manoel Campos
Bicudo e Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera), que, em busca da
lendária Serra dos Martírios alcançaram esta região das Serras do Roncador
e dos Araés.
Como
todo ato de bravura essas penetrações tem atrás de si uma forte motivação
- as bandeiras de antigamente seguiram pelo Brasil Central rompendo com a
linha divisória do Tratado de Tordesilhas, principalmente na busca do
ouro, da prata e de pedras preciosas, dentre elas o diamante.
Mas os
bandeirantes modernos foram impulsionados por outros motivos, esses muito
mais nobres que aqueles; a ocupação efetiva de um solo fértil, rico e
despovoado, mas com um potencial de produção de alimentos incomparável a
qualquer outra parte globo terrestre.
Entretanto, se os dois personagens protagonistas, vivem apenas no
pensamento do autor, os fatos históricos e as citações de outros nomes são
verídicos.
Procurei traçar uma história simples, ao mesmo tempo atraente, dentro de
acontecimentos históricos verdadeiros.
Espero
ter conseguido cumprir com meus objetivos.
O Autor
Continua
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