Mato Grosso do Sul é uma
das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado
ao sul da região Centro-Oeste. Tem como limites os
estados de Goiás a nordeste, Minas Gerais a leste, Mato
Grosso (norte), Paraná (sul) e São Paulo (sudeste), além
da Bolívia (oeste) e o Paraguai (oeste e sul). Sua
população estimada em 2009 é de 2.360.498 habitantes,
conferindo ao estado a 21ª população. Possui uma área de
358.124,962 km², sendo ligeiramente maior que a
Alemanha.
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Sua capital e maior cidade é Campo Grande, e outros
municípios de importantes são Dourados, Três Lagoas,
Corumbá, Ponta Porã, Aquidauana, Nova Andradina e
Naviraí. |
Tem como bebida típica o tereré, considerado o
estado-símbolo dessa bebida e maior produtor de
erva-mate da região Centro-Oeste do Brasil. O uso desta
bebida, derivada da erva-mate (Ilex paraguariensis),
nativa do Planalto Meridional do Brasil, é de origem
pré-colombiana. O Aqüífero Guarani compõe parte do
subsolo do estado,sendo o Mato Grosso do Sul detentor da
maior porcentagem do Aqüífero dentro do território
brasileiro.
O estado constituía a parte meridional do estado do Mato
Grosso, do qual foi desmembrado por lei complementar de
11 de outubro de 1977 e instalado em 1 de janeiro de
1979, porém a história e a colonização da região, onde
hoje está a unidade federativa, é bastante antiga
remontando ao período colonial antes do Tratado de
Madri, em 1750, quando passou a integrar a coroa
portuguesa. Durante o século XVII, foram instaladas duas
reduções jesuíticas, Santo Inácio de Caaguaçu e Santa
Maria da Fe do Taré, entre os índios Guarani na região,
então conhecida como Itatim.
Uma parte do antigo estado
estava localizado dentro da Amazônia legal, cuja área,
que antes ia até o paralelo 16, estendeu-se mais para o
sul, a fim de beneficiar com seus incentivos fiscais a
nova unidade da federação. Historicamente vinculado à
região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul teve na
pecuária, na extração vegetal e mineral e na
agricultura, as bases de um acelerado desenvolvimento
iniciado no século XIX.
Etimologia
A origem do termo Mato Grosso é incerta, acredita-se que
o seja originário da palavra guarani Kaagua'zú (Kaa
bosque, mata e Guazú grande, volumoso), que significa
literalmente Mato Grosso.
Linguisticamente, o nome Mato Grosso do Sul se faz
acompanhar por artigo definido, como acontece com nomes
geográficos derivados de termos genéricos: "o Mato
Grosso do Sul", "o Rio de Janeiro", "o Espírito Santo".
Entretanto, este uso é contestado e há quem prefira
eliminar o artigo definido: "em Mato Grosso".
Geografia
Localização e território
O estado de Mato Grosso do Sul está localizado no sul da
região Centro-Oeste do Brasil e tem como limites os
estados de Goiás a nordeste, Minas Gerais a leste, Mato
Grosso ao norte, Paraná ao sul, São Paulo a sudeste,
Paraguai a oeste e sul e a Bolívia a noroeste.
Possui uma superfície de 358.159 km², participando com
22,2% da superfície da região Centro-Oeste e 4,2% da
área territorial brasileira (de 8.514.876,6 km²), sendo
ligeiramente maior que a Alemanha. Possui ainda 78
municípios, 165 distritos, quatro mesorregiões
geográficas e onze microrregiões geográficas, de acordo
com o IBGE.
Relevo
Pantanal, o maior ecossistema do estado.O arcabouço
geológico do Mato Grosso do Sul é formado por três
unidades geotectônicas distintas: a plataforma
amazônica, o cinturão metamórfico Paraguai-Araguaia e a
bacia sedimentar do Paraná. Sobre essas unidades,
visualizam-se dois conjuntos estruturais. O primeiro,
mais antigo, com dobras e falhas, está localizado em
terrenos pré-cambrianos, e o segundo, em terrenos
fanerozóicos, na bacia sedimentar do Paraná.
Não ocorrem grandes altitudes nas duas principais
formações montanhosas, as serras da Bodoquena e de
Maracaju, que formam os divisores de águas das bacias do
Paraguai e do Paraná. As altitudes médias do estado
ficam entre 200 e 600 metros.
O planalto da bacia do Paraná ocupa toda a porção leste
do estado. Constitui uma projeção do planalto
Meridional, grande unidade de relevo que domina a região
sul do país. Apresenta extensas superfícies planas, com
400 a mil metros de altitude. Já a baixada do rio
Paraguai, domina a região oeste, com rupturas de
declives ou relevos residuais, representados por
escarpas e morrarias.
Estendendo-se por uma vasta área de noroeste do estado,
a baixada do rio Paraguai é parte da grande depressão
que separa, no centro do continente, o planalto
Brasileiro, a leste, da Cordilheira dos Andes, a oeste.
Sua maior porção é formada por uma planície aluvial
sujeita a inundações periódicas, a planície do Pantanal,
cujas altitudes oscilam entre 100 e 200m. Em meio à
planície do Pantanal ocorrem alguns maciços isolados,
como o de Urucum, com 1.160m de altitude, próximo à
cidade de Corumbá.
Clima
Descontrolado pela devasta
Hidrografia
Vista aérea do Rio Paranaíba na divisa de Itumbiara (GO)
e Araporã (MG).O território estadual é drenado a leste
pelos sistemas dos rios Paraná, sendo seus principais
afluentes os rios Sucuriú, Verde, Pardo e Ivinhema; a
oeste é drenado pelo Paraguai, cujos principais
afluentes são os rios Taquari, Aquidauana e Miranda.
Pelo Rio Paraguai escoam as águas da planície do
Pantanal e terrenos periféricos. Na baixada, produzem-se
anualmente inundações de longa duração devido ao extremo
assoreamento causado pela retirada das matas ciliares.
De novembro a março, o Pantanal vive o período das
cheias, as depressões são inundadas, formando extensos
lagos, reconhecidos como Baías. Alguns desses lagos são
alcalinos, apresentando diferentes cores e suas águas,
de acordo com as algas que ali se desenvolvem e criam
matizes de verde, amarelo, azul, vermelho ou preto.
Esses lagos também se interligam ou não por pequenos
rios perenes ou periódicos. Nas enchentes ocorre uma
interligação entre rios, braços, baías na vazante, a
terra enriquecida pelo húmus, se transforma na mais rica
fonte de alimentos para sua flora e fauna. Na estação da
vazante (de abril a outubro), os rios começam a baixar
seus leitos, formando "corixos" ou baías que retém
grande quantidade de peixes, fenômeno conhecido pelo
nome de "lufada". De julho a setembro a terra é mais
seca e a temperatura é amena, chegando a esfriar à
noite. No início das chuvas, de outubro a dezembro, o
calor é intenso, os rios começam a inundar as terras
baixas, os mosquitos proliferam e os mamíferos migram
para as terras altas.
A linha de divisa com o estado de Mato Grosso segue
limites naturais formados por vários rios.
Vegetação
Complexo do Pantanal
Os cerrados recobrem a maior parte do estado, mas também
destaca-se a Floresta Estacional Semidecidual. Há ainda
a presença de pampas e Mata Atlântica.
Na planície do Pantanal, no oeste do estado, durante o
período de cheias do Rio Paraguai , a região vira a
maior região alagadiça do planeta, lá se combinam
vegetações de todo o Brasil, até mesmo da Caatinga e da
Floresta Amazônica, e é um dos biomas com maior
abundância de biodiversidade do Brasil, embora seja
considerada pouco rica em número de espécies.
A população de Mato Grosso do Sul tem crescido a altos
níveis desde a década de 1870, quando o estado passou a
ser efetivamente povoado. Entre a década de 1940 e o ano
de 2008, a população aumentou quase dez vezes, ao passo
em que a população do Brasil, no mesmo período, aumentou
pouco mais que quatro vezes. Isso, no entanto, não se dá
devido a uma alta taxa de natalidade no estado, mas à
grande quantidade de migrantes de outros estados ou
imigrantes em Mato Grosso do Sul. Segundo o IBGE, no ano
de 2005, 30,2% da população residente no estado não era
natural daquela unidade da federação, ao passo em que a
taxa de fecundidade no estado no ano 2000 era a décima
menor do Brasil, com 2,4 filhos por mulher.
Etnias
Cor/Raça (*)Porcentagem
Brancos 51,1%
Pretos 5,3%
Pardos 41,8 %
Amarelos ou indígenas 1,7 %
As migrações de contingentes oriundos dos estados de
Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo e
imigrações de países como Alemanha, Espanha, Itália,
Japão, Paraguai, Portugal, Síria e Líbano foram
fundamentais para o povoamento de Mato Grosso do Sul e
marcaram a fisionomia da região. O estado é, ainda, o
segundo do Brasil em número de habitantes ameríndios, de
várias etnias, entre elas, Atikum, Guarany [Kaiwá e
Nhandéwa], Guató, Kadiwéu, Kamba, Kinikinawa, Ofaié,
Terena, Xiquitano (FUNAI, 2008).
O grande número de descendentes de ameríndios e de
imigrantes paraguaios, que em sua maioria têm como
ancestrais os índios guaranis, são dois fatores que
contribuem para a alta porcentagem dos chamados "pardos"
na população do estado de Mato Grosso do Sul. Já a
ascendência afro-brasileira desse grupo étnico não é tão
numerosa quanto a indígena. A população indígena do
estado totaliza em 2008 53.900 pessoas, segundo o IBGE.
Apesar disso, o sul mato-grossense serviu de refúgio
para vários negros fugidos durante o período da
escravidão e referências a esta região estão presentes
em canções folclóricas, como as utilizadas em práticas
de capoeira. A canção Paranauê (Paranauê, Paranauê,
Paraná…), por exemplo, alude à liberdade que os escravos
encontrariam para além do Rio Paraná, no atual
território de Mato Grosso do Sul, onde não seriam
caçados por feitores ou bandeirantes.
Há, no entanto,
uma interpretação desta canção como fazendo referência
ao estado do Paraná, o que é uma leitura errônea uma vez
que o estado do Paraná somente foi criado em 1853, sendo
a canção muito mais antiga – a capoeira em si data de
antes de 1770. Portanto, o Paraná da letra é o Rio
Paraná, e não o estado, que recebeu seu nome devido ao
rio. Outra prova disso é o fato de que o estado de Mato
Grosso do Sul também possui uma das maiores quantidades
de comunidades quilombolas no Brasil.
Esta era a área mais povoada do antigo estado do Mato
Grosso, com uma densidade demográfica bastante alta no
planalto da bacia do rio Paraná, onde ocorrem solos de
terra roxa com grafia regular. Ao ser constituído,
no final da década de 1970, Mato Grosso do Sul contava
com uma densidade média de 3,9 habitantes por quilômetro
quadrado - alguns municípios chegavam a ter mais de
cinqüenta habitantes por quilômetro quadrado-, em
contraste com o norte, atual Mato Grosso, de menor
densidade.
Migração
Durante seus quase quinhentos anos de história
espanhola, portuguesa e brasileira, a chegada de
migrantes, colonizadores e conquistadores foi constante.
Desde que o primeiro colonizador europeu, Aleixo Garcia,
que teria pisado em seu território em 1524, ao percorrer
a trilha do Peabiru, o estado de Mato Grosso do Sul
recebeu migrantes de diversas partes do Brasil nas
diferentes fases de sua ocupação.
Migração paulista
Desde o início do século XVII, paulistas eventualmente
se estabeleceram na região, a partir das primeiras
expedições bandeirantes. O fluxo de migrantes paulistas,
no entanto, tornou-se contínuo a partir das últimas
décadas do século XVIII, quando da ocupação do oeste,
nordeste e centro do estado. Durante o século XX, os
paulistas também se fizeram presentes como colonos das
companhias colonizadoras e operários dos fundadores das
cidades do leste e sudeste sul mato-grossenses. O
influxo de paulistas no estado permanece ininterrupto
século XXI adentro.
Migração gaúcha
O início da migração gaúcha deu-se juntamente ao começo
do fluxo contínuo de migrantes paulistas no final do
século XVIII, quando mais cidades passaram a ser
fundadas no sul matogrossense. Esta chegada de gaúchos
deu-se, ainda como os paulistas, de maneira constante
durante o século XIX e início do século XX. Na década de
1970, no entanto, uma segunda onda de migrantes gaúchos
estabeleceu-se em Mato Grosso do Sul, seguindo padrões
de colonização notadamente diferentes da primeira.
Juntamente com paranaenses, estes gaúchos procuravam se
dedicar à cultura mecanizada da soja na região
centro-sul do estado.
Migração mineira
Foi com as expedições realizadas no final da década de
1820 pelo Barão de Antonieta que uma maior quantidade de
mineiros passou a adotar o sul mato-grossense como seu
novo lar, sobretudo com o advento das frentes
colonizadoras dos Garcia Leal e dos Lopes, no nordeste e
centro do estado. Tal processo continuou durante o
século XX e, assim como a migração paulista, a migração
mineira continua sendo um fator constante em Mato Grosso
do Sul no século XXI.
Migração paranaense
Diferentemente dos casos das migrações paulista e
mineira, a chegada de migrantes paranaenses às terras
sul-matogrossenses deu-se em dois momentos históricos
mais isolados. Uma grande onda de paranaenses chegou ao
estado durante a década de 1940, com a Marcha para o
Oeste promovida por Getúlio Vargas e as companhias de
colonização, estabelecendo-se nas regiões central e sul
do estado, na Colônia de Dourados. A segunda parcela
desses migrantes estabeleceu-se em Mato Grosso do Sul
nas décadas de 1970 e 1980, à procura de terras onde
pudessem se dedicar à produção mecanizada de cereais,
sobretudo a soja, na mesma região que a anterior.
Migração nordestina
A migração nordestina no estado de Mato Grosso do Sul
intensificou-se a partir de 1890, uma vez que as frentes
colonizadoras mais antigas já se encontravam
estabelecidas. Embora tenha permanecido contínua até a
década de 1930, no entanto, este fluxo de nordestinos
para o sul matogrossense pode ser diferenciado de uma
segunda onda de migrantes, que atingiu a região durante
a Marcha para o Oeste de Getúlio Vargas. Enquanto o
primeiro grupo se distribuiu em diferentes áreas do
estado, o segundo concentrou-se no centro e sul do
mesmo.
Imigração
Visando a substituição da mão-de-obra escrava por
trabalhadores livres no Brasil, o Governo Imperial
passou, a partir da segunda metade do século XIX, a
promover mais ativamente a imigração, principalmente
européia, para solos tupiniquins. Desta época até o
nacionalismo do Estado Novo, que dificultou a imigração,
o Brasil recebeu milhões de imigrantes, não só europeus.
O sul matogrossense não foi exceção.
A partir de 1890, o estado de Mato Grosso – notadamente
o sul matogrossense – apresentou uma população de
estrangeiros crescente, superior a 6% da população
total, até 1920, quando o número decaiu para entre 5 e
3% da população em 1970. De qualquer maneira, no período
entre 1872 e 1970, o Mato Grosso e o sul matogrossense
tiveram continuadamente uma população estrangeira acima
da média nacional, caso este que somente se repetiu com
quatro outros estados e a cidade do Rio de Janeiro.
Entre 1920 e 1970, mais de 50% dos estrangeiros que
habitavam o Mato Grosso eram paraguaios. Outros 13% eram
naturais da Bolívia.
Imigração germânica, austríaca, e de europeus do leste
Na década de 1920, a Europa ainda sofria as
conseqüências da Primeira Guerra Mundial. Fazendo uso
das dificuldades econômicas daquela região,
principalmente dos países vizinhos à Alemanha, foram
várias as empresas que se dedicaram a promover, mediante
pagamento, a emigração para países como Estados Unidos e
Brasil.
A Companhia de Colonização Alemã Hacker foi uma dessas
que possibilitou a vinda de imigrantes alemães,
búlgaros, poloneses, russos, austríacos e romenos para o
Brasil, mais especificamente para o sul matogrossense, a
lugares como a Colônia de Terenos, novo núcleo agrícola
próximo a Campo Grande. Devido a vários problemas, no
entanto, mesmo com a ajuda da Prefeitura de Campo
Grande, essa colônia fracassou e muitos dos
colonizadores partiram de volta à Europa ou para o sul
do Brasil.
De qualquer maneira, no ano de 1960, o censo do IBGE
registrou 232 alemães em Mato Grosso. A maioria deles se
encontrava no sul matogrossense, pois, após a divisão do
estado, em 1980, era 176 o número de alemães no Mato
Grosso do Sul segundo o IBGE.
Imigração espanhola
Refletindo o fato de que no Brasil os espanhóis são a
terceira etnia de imigrantes europeus mais numerosa, em
Mato Grosso do Sul a porcentagem de seus descendentes é
comparável àquela do restante do país. Além de ter
recebido imigrantes diretamente da Espanha, o estado
ainda abrigou imigrantes desiludidos com a situação em
estados como São Paulo. O mesmo aconteceu com italianos
e japoneses, que muitas vezes passaram por outros
estados, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste, antes de
se estabelecerem no sul matogrossense.
Imigração italiana
Embora o sul matogrossense tenha recebido imigrantes
italianos, a maior parte dos ítalo-sulmatogrossenses
descende de imigrantes que inicialmente tiveram passagem
por estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
Isso se deveu à falta de oportunidades nesses estados,
principalmente no sul do Brasil, o que fez com que
milhares de sulistas migrassem para a região
Centro-Oeste, em especial para o Mato Grosso do Sul.
Entre esses migrantes, figuravam milhares de
ítalo-brasileiros. A população italiana e
ítalo-descendente no estado de Mato Grosso do Sul hoje
representa cerca de 5% da população.
Imigração japonesa
Monumento à imigração japonesa, em Campo Grande.A
porcentagem japoneses e descendentes no estado de Mato
Grosso do Sul é relativamente alta. No dia 18 de junho
de 1908, o navio Kassato Maru chegou ao porto de Santos,
trazendo 781 imigrantes. Desses, 26 famílias viriam para
o sul matogrossense, atraídos por suas terras férteis,
pouco exploradas, e seu clima agradável.
A necessidade de mão-de-obra para a construção da
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, com muito boa
remuneração para a época, também trouxe imigrantes
desiludidos com as fazendas de café de São Paulo e Minas
Gerais. Em 1909, um grupo de 75 imigrantes - a maioria
de natural de Okinawa - partiu de Santos em um cargueiro
fretado pela construtora da ferrovia e vieram pelo
estuário do Rio da Prata, até Porto Esperança, na base
das obras da ferrovia, já em Mato Grosso. Outros, ainda,
vieram pelo Peru.
Devido às dificuldades encontradas na construção da
ferrovia, como doenças e ataques indígenas, muitos
imigrantes japoneses desistiram do trabalho e se
concentraram em cidades como Campo Grande e Três Lagoas,
onde se dedicaram à produção de hortifrutigranjeiros,
seda e ao setor de serviços. Seu sucesso trouxe outros
imigrantes japoneses para a região.
Imigração paraguaia
Os paraguaios são o maior grupo étnico estrangeiro em
Mato Grosso do Sul, tendo se estabelecido na região
desde a demarcação da fronteira entre o estado e aquele
país. Constituíram, por exemplo, a grande parte da
mão-de-obra da Companhia Mate Laranjeira.
Sua influência cultural é notável, seja pelo consumo de
erva-mate, em forma de tereré, seja pelas polcas
paraguaias, guarânias e chamamés, ou seja pelas chipas.
Foi após uma receita caseira paraguaia que se criou o
Hospital Adventista do Pênfigo, hoje referência no
tratamento do "fogo selvagem", ou pênfigo.
Imigração portuguesa
Como é o caso do Brasil, Mato Grosso do Sul tem, desde
seus primórdios, recebido imigrantes espanhóis e
portugueses, além da numerosa população nativa: Guarani,
Terena, Guató, Kadiwéu e Kinikinau. No século XX, uma
grande onda migratória se deu entre 1929 e 1961, tendo
sido portugueses, por exemplo, os construtores da
primeira estrutura de concreto armado do então Mato
Grosso, a "Ponte Velha", de Coxim. No ano de 2003, a
colônia portuguesa em Mato Grosso do Sul possuía
aproximadamente dois mil e quinhentos integrantes.
Imigração sírio-libanesa
Cerca de 5% da população sul-matogrossense é composta de
árabes ou árabe-descendentes, porcentagem alta em
comparação a outras regiões do Brasil.
A partir de 1912, fugindo de conflitos no Oriente Médio,
sírios, libaneses, turcos e armênios passaram a chegar
ao porto de Santos. Dessa cidade, partiram para o porto
de Corumbá, o portal de entrada para o Centro-Oeste e o
pólo comercial de Mato Grosso. De lá, dispersaram-se
para outras cidades do estado. Muitos outros também
chegaram através Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a
qual ajudaram a construir. Mesmo antes de terminada a
construção da estrada de ferro, no entanto, já passavam
a se dedicar ao comércio, sua principal atividade.
Migração para MS (est. 2000)
Região/estado Nº de migrantes masculinos Nº de migrantes
femininos Total geral
Nordeste 57.519 51.278 108.797
Norte 3.705 4.680 8.385
Sudeste 129.781 126.479 256.260
Sul 82.343 81.669 164.012
Mato Grosso 11.167 12.837 24.004
Goiás 5.821 6.012 11.833
Distrito Federal 596 563 1.159
Exterior 87.722 36.744 124.466
Regiões de influência das cidades de MS
Em Mato Grosso do Sul, há 19 centros municipais com
poder de influência sobre os outros 59 municípios. Esses
19 municípios se dividem em capitais regionais (2) e
centros de zona (17). O restante dos municípios são
chamados de centros locais. Esses centros concentam mais
da metade da população e do PIB de MS).
A sede do governo do estado fica dentro do Parque dos
Poderes, em Campo Grande.
Economia
Economia de Mato Grosso do Sul
A região onde Mato Grosso do Sul está localizado
contribui muito para o seu desenvolvimento econômico,
pois é vizinho dos grandes centros produtores e
consumidores do brasil: Minas Gerais, São Paulo e
Paraná, além de fazer fronteira com dois países
sul-americanos (Bolívia e Paraguai), uma vez que se
situa na rota de mercados potenciais de toda a zona
ocidental da América do Sul e se comunica com a
Argentina através da Bacia do Rio da Prata, dando também
acesso ao oceano Atlântico e ao Pacífico através dos
países andinos, como Bolívia e Chile. A principal área
econômica do estado do Mato Grosso do Sul é a do
planalto da bacia do Paraná, com seus solos florestais e
de terra roxa. Nessa região, os meios de transporte são
mais eficientes e os mercados consumidores da região
Sudeste estão mais próximos.
Sua economia está baseado na produção rural (animal,
vegetal, extrativa vegetal e indústria rural),
indústria, extração mineral, turismo e prestação de
serviços. Mato Grosso do Sul possui um dos maiores
rebanhos bovinos do país. Além da vocação agropecuária,
a infra-estrutura econômica existente e a localização
geográfica permitem ao estado exercer o papel de centro
de redistribuição de produtos oriundos dos grandes
centros consumidores para o restante da região
Centro-Oeste e a região Norte do Brasil.
No estado 44,77% da população residente compõe a
população economicamente ativa (PEA). Quanto ao
rendimento médio das pessoas de dez anos ou mais
(1.366.871 habitantes), 55,85% (763.293 habitantes) têm
como renda média mensal até um salário-mínimo. Segundo
dados da Secretaria de Estado de Finanças, Orçamento e
Planejamento de Mato Grosso do Sul (SEFOP), do total de
ICMS arrecadado pelo estado, 52,7% provém do comércio,
23.7% da agropecuária, 17,2% de serviços e o restante
vem da indústria.
A maior economia do estado é Campo Grande com um PIB de
R$ 7,84 bi, seguido de Corumbá (R$1,98 bilhão), Dourados
(R$ 1,93 bilhão) e Três Lagoas (R$ 1,17 bi).
Setor primário
Destacam-se na atividade agrícola: soja, arroz, trigo,
milho, feijão, mandioca, algodão, amendoim e
cana-de-açúcar. A maior produção agropecuária está
concentrada na região de Dourados. A cultura que está
sofrendo maior expansão é a cultura da cana-de-açúcar,
com destaque para a região dos municípios de Sidrolândia
e Maracaju, região de maior produção de etanol do
estado. Nos municípios da região centro-norte, o
destaque vai para a cultura da soja e milho.
Mato Grosso do Sul possui ainda o terceiro maior rebanho
bovino do país (21,8 milhões de cabeças – 10,9% do
nacional). A região de maior produção bovina é a região
do Pantanal e nos campos naturais (pampas) da região
sudoeste do estado. Possui também rebanhos muares,
equinos, asininos e codornas.
O estado possui importantes jazidas de ferro, manganês,
calcário, mármore e estanho. Uma das maiores reservas de
ferro e manganês do mundo está situado no Maciço do
Urucum, localizado no município de Corumbá. As maiores
jazidas de calcário estão concentradas nos municípios de
Miranda, Bodoquena, Bonito e Bela Vista.
Outro destaque é a silvicultura destinada à produção de
carvão vegetal e para a fabricação de celulose e papel,
concentrada na leste de Mato Grosso do Sul e, em menor
escala, na região de Jardim.
Setor secundário
Historicamente a indústria no estado não possui grande
representatividade em virtude da opção pela agropecuária
e extrativismo, porém, com a crise da agropecuária de
2004-2005, o estado se viu na obrigação de mudar sua
matriz econômica e passou a investir em infraestrutura e
incentivos fiscais para atrair novos empreendimentos.
A principal atividade industrial de Mato Grosso do Sul é
a produção e beneficiamento de gêneros alimentícios,
seguida da siderurgia e transformação de minerais
não-metálicos. Campo Grande é o principal centro
industrial do estado, com indústrias de beneficiamento
de produtos alimentícios, siderurgia, beneficiamento de
couro e indústria têxtil. Outros centros são Três
Lagoas, polo da fabricação de papel e celulose e
Corumbá, polo siderúgico e químico.
Setor terciário
O turismo ecológico também representa uma importante
fonte de receita para o estado. A região do pantanal sul
mato-grossense atrai visitantes do resto do país e do
mundo, interessados em conhecer a beleza natural na
região.
Infraestrutura
Anexo:Lista de unidades de saúde de Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul está entre as unidades da federação
que apresentam as maiores taxas de urbanização do país,
com 85,4%. A população urbana do estado, a partir dos
anos 1980, apresenta um acentuado crescimento.
Apesar
das atividades rurais exercerem forte influência, o
crescimento urbano cresce em harmonia com a
agropecuária, que é proporcionalmente muito forte, pois
se modernizou nos últimos anos e favoreceu a migração do
campo para as cidades. Os domicílios compostos por
quatro pessoas constituem o maior número de domicílios
no estado, sendo esta tendência quase homogênea no País
e reflete, na média, o predomínio da chamada família
nuclear, ou seja, casal e dois filhos.
Pelas informações dos censos de 1991 e 1996, entre 1970
e 1990 houve redução nas migrações interestaduais nas
últimas décadas e também queda do saldo migratório em
Mato Grosso do Sul. Segundo os dados, em 1991 houve a
entrada de 124.045 pessoas de outros estados e a saída
de 105.009, resultando no saldo migratório de 19.036. Já
em 1996, 87.374 pessoas imigraram para o estado e 73.748
emigraram desse para outros estados, resultando num
saldo migratório de 13.626 habitantes.
No geral o cenário demográfico e social apresentado em
Mato Grosso do Sul se baseia na tomada de decisões das
diversas instâncias de atuação da sociedade civil, da
academia e dos diversos níveis de governos,
possibilitando e adequando o planejamento e ações dentro
de uma visão panorâmica real nos níveis desejados de
qualidade de vida e com o devido padrão de
desenvolvimento sustentável.
Transporte
Rodovias de Mato Grosso do Sul
Seu sistema viário contribui em boa medida para o
escoamento da produção agropecuária. Os principais eixos
rodoviários são:
BR-163: liga Sonora a Mundo Novo
BR-267: liga Porto Murtinho a Bataguassú (Porto XV de
Novembro), no rio Paraná, e a Ourinhos, em São Paulo.
BR-060: liga Chapadão do Sul a Bela Vista
BR-262: liga Corumbá á Vitória (Espírito Santo)
A navegação fluvial, que já teve importância decisiva,
vem perdendo a preeminência. O principal porto é os da
região de Corumbá (Corumbá, Ladário e Porto Esperança) e
Porto Murtinho, todos no rio Paraguai.
Mato Grosso do Sul é um estado muito bem servido no que
diz respeito a aeroportos, possuindo cinco em operação:
Internacionais: Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã
Regionais: Dourados e Bonito
Ferrovias
O estado é servido por duas linhas ferroviárias.
Estrada de Ferro Noroeste do Brasil
A ferrovia foi construída há mais de meio século e o
eixo viário corta o Mato Grosso do Sul da divisa com São
Paulo, em Três Lagoas, permitindo também o acesso à
Bolívia, Peru e Chile. Entretanto, foi extinta com a
privatização da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) em
1995, quando o grupo americano Noel Group, que na época
era sócio majoritário da Empresa Novoeste S/A (empresa
adquirida em 2006 pela ALL), assumiu a concessão do
trecho Bauru (São Paulo) – Corumbá, mas acabou
abandonando a mesma, a ponto de a falta de manutenção da
ferrovia ter prejudicado o transporte da produção
agrícola de Mato Grosso do Sul e também da Bolívia,
funcionando de forma precária e restringindo-se quase
exclusivamente ao transporte de carga.
A abertura de
frentes pioneiras com a construção de ferrovias formam
conquistas e avanços nas terras indígenas, mas também
acaba causando graves problemas sociais, como a
desterritorialização, marginalização e empobrecimento
dos nativos, que se deslocam para as periferias das
cidades.
Este meio de transporte já funcionou conduzindo
passageiros com a função de turismo ou de comércio de
exportação, partindo de São Paulo a Bauru, de Bauru a
Corumbá e de Corumbá à Bolívia, percorrendo 1.618 km em
território brasileiro.
Atualmente a ALL administra a
ferrovia através da Novoeste (antigo Trem do Pantanal),
transportando anualmente mais de 2 milhões de toneladas
de mercadorias tais como: minério de ferro, minério de
manganês, soja, cimento, derivados de petróleo,
combustíveis, produtos siderúrgicos dentre outros. Este
elemento articula os vetores sócio-econômicos, e através
dela ocorre a integração de novos países ao bloco
regional Mercosul. Faz parte das metas do governo
estadual e federal reativar o agora chamado Trem do
Pantanal para passageiros lentamente até 2009.
Ferronorte
Mais recente (construída entre as décadas de 1980 e
1990), sai de Santa Fé do Sul (passando pela Ponte
Rodoferroviária sobre o Rio Paraná) no estado de São
Paulo e cruza o rio Paraná até Aparecida do Taboado. Daí
segue para o norte do estado, passando por cidades como
Inocência e Chapadão do Sul até atingir Alto Taquari, no
sul do estado de Mato Grosso. Tem como principais
produtos para transporte os grãos para exportações.
A taxa de analfabetismo em Mato Grosso do Sul decresceu
no final do século XX, com reduções nos níveis de
analfabetismo classe etária de 10 anos e mais, passando
de 23,37%, em 1980, para 9,5% em 2004. E apesar das
reduções serem significativas, os dados da área urbana e
rural foram bem distintos.
Universidades
UEMS
UFGD
UFMS
UCDB
ANHANGUERA
UNIGRAN
Estácio de Sá
ULBRA
CTEI-MS
Em novembro de 2009, foi implantado na Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul o Centro Tecnológico de
Eletrônica e Informática de Mato Grosso do Sul (CTEI-MS),
uma pólo tecnológico criado pela parceria entre a UFMS,
a UCDB e a UNIDERP. Foi montada no CTEI uma das redes de
informática mais rápidas do país, que opera a 10 Gb/s.
Cultura
Cultura de Mato Grosso do Sul
A cultura inclui a linguagem, as crenças, os costumes,
as cerimônias, a conduta, a arte, a culinária, a moda, o
folclore, os gestos e o modo de vida de determinado
número de pessoas em um período. O local onde se situa, a economia e o que cerca um povo
influência o seu modo de vida. A cultura local é uma
mistura de várias contribuições das migrações ocorridas
em seu território:
Pratos típicos: Arroz boliviano, Caribeu, Chipa, Farofa
de banana, Farofa de carne, Furrundu, Pacu assado,
Puchero, Quibebe de mamão, Sopa paraguaia, Saltenha,
Quebra-torto, Arroz carreteiro.Macarrão boiadeiro.
Bebidas típicas: Caldo de piranha, Licor de pequi,
Sorvete de bocaiuva e Tereré
geladinho ou gelinho,picolé- MS.
Símbolos: Viola-de-cocho, Trem do Pantanal
Música: Guarânia, Chamamé, Cururu, Siriri, Vanerão,
Sertanejo
Gírias: mulher bonita, pessoa terrível.
Pontos turísticos
Turismo em Mato Grosso do Sul
Trecho do rio da Prata em Jardim.
Tenda de artesanato em Bonito.
Pôr do sol no Pantanal.Possui atrativos naturais e
culturais que podem ser vistos ao participar de passeios
turísticos. Os cenários são distintos e com belezas
peculiares, sendo rico em flora, fauna e exuberância da
natureza. A dedicação de seus habitantes o tornaram uma
das mais produtivas áreas agrícolas e seus visitantes
devem provar sua comida típica. Principais pontos
turísticos:
Complexo do Pantanal: é a mais extensa área úmida
contínua do Planeta e um santuário ecológico que abriga
a maior diversidade mundial de fauna e flora. Nele vivem
aproximadamente 650 espécies de aves (cabeças-secas,
garças e jaburus, o martim-pescador, os biguás, o
pato-do-mato, o colhereiro, o jaçanã, o anu-branco, o
pica-pau, entre outras), 240 espécies de peixes
(piranha, o pintado, o pacu, o curimbatá e o dourado),
50 de répteis, 80 do mamíferos, além de uma imensa
diversidade na flora que abriga pastagens nativas,
plantas apícolas, comestíveis, taníferas e medicinais.
Comércio fronteiriço: para quem busca a opção de compra
pelo livre comércio, há as opções das cidades que fazem
fronteira com zonas francas como Ponta Porã, Bela Vista,
Corumbá e Porto Murtinho.
Serra da Bodoquena: onde se localiza Bonito, uma cidade
pequena que possui solo calcário é responsável pela
cristalinidade dos rios. Região conhecida pelas grutas,
cachoeiras e corredeiras.
Lagoa do Sapo: Localizada na área central de Batayporã.
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