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  HISTORIA DE CORUMBÁ  
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Fundada em 21 de setembro de 1778 pelo então Capitão General Luiz de Albuquerque, Corumbá* foi denominada inicialmente como Vila de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque. A povoação ergueu-se um pouco mais ao sul e durante alguns anos conservou-se como simples destacamento militar e lentamente transformou-se em povoado.

Foram encontrados dois significados para seu nome: um derivando do termo indígena curupah, onde curu = rugoso, como os índios chamavam a aroeira e pah = abundância; o outro significando é "lugar distante". É conhecida hoje, como a "Cidade Branca", pela cor clara de sua terra.

Corumbá de Antigamente



Atraídos pelas notícias da existência de pedras e metais preciosos, usados em adornos pelos indígenas, que povoaram a região , Aleixo Garcia, português , foi o primeiro que se tem noticia a visitar o território em 1524, que pelo rio Miranda alcançou o rio Paraguai, e conseqüentemente esta região.

Entre 1537 e 1538 a expedição espanhola de Juan Ayolas e seu acompanhante Domingos Martnez de Irala, seguiu pelo rio Paraguai até a lagoa da Gaíva, que denominaram de "Puerto de Los Reyes", em busca de tesouros.

Álvaro Nuñez Cabeza de Vaca, espanhol e aventureiro, por volta de 1542/43, também passou por aqui, buscando caminho para o Peru.




Em 1546, o então Governador de Assunção (Capital do Paraguai), Domingos Martinez de Irala esteve nesta região, que em marcha chegou aos Andes.

Visando o Tratado de Limites existente, os espanhóis fundaram em 1774 um povoado na Foz de Ipané. Para garantir a posse da margem esquerda do rio Guaporé e grande parte da margem direita do rio Guaporé e grande parte da margem direita do rio Paraguai, o capitão Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres mandou o Capitão Matias Ribeiro da Costa, em 13 de outubro de 1775, que assentasse uma grandiosa e garantidora fortaleza, o Forte Coimbra no local denominado "fecho dos Morros" quarenta léguas rio abaixo, de onde está erguido.

Visando a garantia de melhores terras brasileiras, o Capitão Luiz de Albuquerque mandou que fosse erguido o Forte "Príncipe da Beira" e em 21 de setembro de 1778, efetuou-se a ocupação do local que hoje se assenta esta maravilhosa cidade de Corumbá.



Em 21 de setembro de1778, a mando do Governador da Capitania de Mato Grosso, o Capitão-General Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, o Sargento-Mor Marcelino Rois Camponês, comandando uma expedição militar, tomou posse para a Coroa Portuguesa, fundando e dando ao local o nome de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, sendo então lavrado o termo de fundação.

Em 1800 o arraial foi totalmente destruído por um incêndio, tão violento que foi, ficando apenas a capelinha aí existente que era de telha, pois a única desse tipo que havia. Até essa catástrofe, o seu crescimento deixou a desejar, por um longo período não passava de um Posto Militar.
Por ser lento o seu progresso, somente em 1838, pela Lei Provincial, de 26 de Agosto, foi elevada à categoria de freguesia.

Em 1859, o Presidente da Província Almirante Joaquim Raimundo De Lamare, assustado com o grande desenvolvimento, dado a navegação comercial, riscou as ruas da cidade e mandou que demarcassem as ruas, praças e edifícios públicos. Com todo esse progresso, em 1861, no dia 1º de maio era instalada a Alfândega de Albuquerque para arrecadação de impostos.

Herculano Ferreira Pena, presidente da Província, por decreto nº 6, de 06 de Julho de 1862, criava o Município, elevando à categoria de Vila.




Com a ocupação das tropas de Lopes em 1865/67, o progresso da região foi bloqueado. Reduzindo a ruínas até 1870, em 07 de outubro de 1871, já com um crescimento, é restaurada a categoria de Vila. Em 1873, pela lei Provincial nº 1, era criada a Comarca de Corumbá, declarada de 2º estância em 10 de Junho e instalada , em 19 de Fevereiro de 1874. Pela lei nº 525, de 15 de Novembro de 1878 é elevada à categoria de Cidade. Em 1877 a cidade já possuía três praças, 10 ruas retas e uma população de aproximadamente 6.000 habitantes.

Nessa época, final do século XIX, Corumbá era o 3° maior porto fluvial da América Latina e movimentava, através dos vapores na rota Europa/Brasil, o comércio de peles, charques e outras riquezas produzidas na região.

Em 1914 a cidade já era povoada por 15.000 almas. Era então cortada de espaçosas ruas, obedecendo a um plano uniforme, paralelas e perpendiculares ao rio, só lhes faltando uma arborização simétrica para darem a completa idéia das avenidas e o aspecto das metrópoles modernas daquela época. Getúlio Vargas serviu até a patente de cabo, em 1903. A cidade dividia-se em duas partes, uma que estava sobre a elevação calcária, onde se encontravam as casas de bazar, bijuterias, relojoarias, bebidas, modas, drogarias, farmácias, livrarias e papelarias, enfim, o comércio retalhista e a varejo.

A outra parte estava situada embaixo da elevação, com a qual se comunicava através de duas ladeiras, sendo a elevação de mais ou menos 60 metros. Esta parte, em contato com as águas do rio, é o Porto Geral: era aí que estava o alto comércio e onde existiam as casas maioristas de importadores e exportadores.


Cidade em contínuo progresso, devido sem dúvida ao elemento estrangeiro de que era composta a maioria de sua população, seu porto era visitado por embarcações de grande calado, nacionais e estrangeiras. Tais embarcações traziam grandes carregamentos de mercadorias destinadas ao mercado local, bem como as outras localidades do estado e ao oriente da Bolívia.

De regresso, levavam os produtos de exportação: borracha, couros, charque, ipecacuanha (planta medicinal), etc.

Ocultando às vistas dos visitantes, quando chegavam do Rio da Prata, pelas voltas do rio, surpreendia o belo aspecto que se descortinava à entrada do porto da cidade. Na parte baixa, o Porto Geral, importantes edifícios públicos e comerciais que se elevavam até três andares, como a Alfândega, a Mesa de Rendas do Estado, o Prédio Wanderley Baís & Cia., o Prédio Vasquez e Filhos e outros. Também na parte alta encontravam-se imponentes prédios como a Escola Estadual, o Quartel do 13° Distrito Militar, a Sociedade Beneficente Italiana, a Intendência Municipal, o Correio, Telégrafo, Quartéis, a bela Igreja e a Escola dos Padres Salesianos, apenas para citar alguns.




Dessa época de autêntico fausto, Corumbá guarda preciosos registros na forma de seus belos casarões, sobrados de estilo único e que testemunham a importância da cidade na forma de seus belos casarões, sobrados de estilo único e que testemunham a importância da cidade no processo de colonização da fronteira oeste brasileiro.

Paraguai - A invasão inimiga

Seu ideal era conquistar a América do Sul, um sonho que tinha desde estudante, em Paris, onde Napoleão tornou-se um monarca poderoso do velho mundo. Era assim o ditador Francisco Solano Lopez.



A mando do ditador, um oficial do seu exército chegou a Corumbá no final de 1863, um estrategista de alto gabarito, disfarçado de fazendeiro que demonstrava grande interesse em conhecer os campos do Sul e sua fazenda de gado.

Recomendado, foi o comerciante Santiago Solari, que lhe ofereceu um homem e um guia que os levou até os campos de Amambaí, constando nesse período a fragilidade das tropas brasileiras que guardavam as fronteiras do Sul.

Em dezembro do ano de 1864 , de o Sul de Mato Grosso, na colônia de Dourados (hoje próspero município) é invadido pelo próprio espião Izidoro Resquim, com uma numerosa guarnição de soldados, sob comando do herói Antonio João. Izidoro Resquim, conhecendo o valor da tropa brasileira, afirmou: "Si todos los brasileiros son valientes así, minha no és un simples passeo militar".



Para essa região , de Forte Coimbra e de Corumbá, foi enviada uma tropa de 3.200 homens, em 4 batalhões de Infantaria, 12 peças de fogo e 30 foguetes de 24mm, de fabricação francesa.
Em 28 de dezembro de 1864, atracou em Corumbá a tropa inimiga e desembarcando somente em 3 de Janeiro de 1865.

No dia 8 de Janeiro do mesmo ano, regressa em Corumbá o "Iporã", um navio de bandeira paraguaia com a notícia da tomada e abordagem do navio brasileiro "Amambaí", que sob o comando do Coronel Carlos Augusto de Oliveira, seu Estado Maior e a tropa do 2º Batalhão, que dia antes da ocupação paraguaia haviam abandonado a vila, tentando chegar em Cuiabá.

A ocupação da vila foi pacífica, Vicente Barros, comandante da tropa inimiga e cunhado do ditador Solano Lopes, classificou a abordagem da Vila como um passeio militar. Durante a ocupação as mulheres eram levadas para o navio do Comandante, as casas eram saqueadas e os objetos de valor eram divididos entre os soldados; para os brasileiros o castigo era pior, pois, eram levados para Assunção para trabalho forçado, enquanto que as mulheres, crianças e inválidos ficaram na vila também para trabalho forçado.

A Retomada da Vila - a expulsão do inimigo

Na antiga Capital cuiabana, o Presidente da Província, organizou o Primeiro Corpo Expedicionário sob o comando do Tenente Coronel Antonio Maria Coelho e um efetivo de 400 homens, composta de um Comandante, Fiscal, Adjuvante-Secretário, Quartel-mestre, Médico, Capelão e 24 Oficiais combatentes. Comandava a 1ª Cia. o Capitão de Infantaria Joaquim Luiz de Cunha e Cruz, a 4ª Cia. o Tenente de voluntários Antonio Augusto Corrêa da Costa que era composta de homens do Exército, da Guarda Nacional e Voluntários.

No dia 15 de Maio de 1867, as 1ª, 5ª e 6ª Companhias partiram de Cuiabá em canoas rebocadas pelos vapores que voltaram para trazer os restantes das Cias. Essas desembarcaram nas proximidades do rabicho, depois de alguns dias de viagem a remo e seguindo viagem marche - até as proximidades da fazenda Piraputanga travando e vencendo luta com inimigo onde tinha um posto, seguindo viagem para a lida de Corumbá, na direção Sul/Norte.

Seguiram-se outros combates de grande importância, porém o mais notável antes da batalha final, foi o que se verificou em um matagal onde hoje está a Praça Uruguai (atual Mercado Municipal) em frente à Casa do Artesão, antiga Cadeia Pública.

O inimigo esperava que fossem atacados pelo Norte da cidade, quando a coluna atacante deveria descer o rio Paraguai, a favor da corrente. Segundo se sabe, o grosso da tropa inimiga achava-se aquartelado no Largo do Carmo, em frente hoje está a Matriz de Nossa Senhora da Candelária, onde foi travado o combate decisivo, quando veio a fortalecer o Capitão Cunha e Cruz. Era o dia 13 de Junho, dia consagrado a Santo Antonio, e ali bravos homem brasileiro, sob Comando do Tenente Coronel Antonio Maria Coelho derrotaram o inimigo tomando posse das terras, hora sob o domínio paraguaio.

• Forte Coimbra - uma história marcada pela guerra

Forte Coimbra tem como data oficial de sua fundação o dia 13 de setembro de 1775. As decisões de sua fundação como local, data, tipo de construção e arquitetura tiveram suas origens e objetivos muito antes. Tudo começou com o avanço para além das terras delimitadas pelo meridiano do Tratado de Tordesilhas. Após a liberação de Portugal do domínio espanhol, este começou a exigir o cumprimento das demarcações do tratado.

Apesar disso, as terras da região do atual Mato Grosso do Sul e Paraguai se tornaram bem conhecidas dos bandeirantes paulistas e jesuítas de Assunção. Após as demarcações do Tratado de Madrid, houve a necessidade da demarcação de terras pela coroa portuguesa e seria muito conveniente a construção de algum ponto demarcatório daquela região ao sul. Foi daí que nasceu a idéia de se construir um presídio bem ao sul, próximo aos castelhanos.

Após a chegada do primeiro governador de Mato Grosso em 1751 e várias mudanças no governo, planos de consolidação, de defesa e expansão, o quarto Capitão Geral da Capitania de Luís de Albuquerque de Mello, manda fundar uma fortificação rio Paraguai abaixo para impedir o avanço castelhano e atuação dos índios paiaguás. Designa o Capitão Mathias Ribeiro da Costa para o local chamado Fecho dos Morros, bem abaixo da posição atual do forte, próximo à cidade atual de Porto Murtinho, 292 Km abaixo (20 dias de canoa de Cuiabá).

Mathias parte de Cuiabá em 22 de julho de 1775, com uma expedição de 245 homens distribuídos em 15 canoas e divididos em três grupamentos, guiados por um índio idoso. Em 13 de setembro de 1775, fundou, no estreito de São Francisco Xavier, na margem direita do Rio Paraguai, o Presídio Nova Coimbra.

Durante 22 anos ali ficou apenas o presídio. Em agosto de 1797, assume o comando do presídio aquele que foi a figura mais importante de toda essa história, o Tenente Coronel de Infantaria e engenheiro geógrafo Ricardo Franco de Almeida Serra, homem com um extenso currículo de serviços prestados à coroa portuguesa e ao Brasil, tendo feito desde mapeamentos de extensas regiões a obras de engenharia.

A obra do forte inicia-se, com poucos recursos e sem gente especializada, a 3 de novembro de 1797.

Terminou muito tempo depois mas, mesmo apenas com algumas muralhas já prontas, o forte chegou a receber ataques e saiu-se vitorioso. Algumas dessas passagens foram tratadas nas páginas sobre fatos históricos.

Apesar de Mathias Ribeiro ter escolhido o local errado, o que inclusive lhe custou seu posto, alguns fatos mostram que estrategicamente o local era perfeito:

A distância era boa para um apoio militar, já que Fecho - dos - Morros era muito mais abaixo e isso implicaria também em risco de cruzar com os hostis índios cavaleiros guaicurus;
Tinha uma maior distância rio acima de guarnições castelhanas;
Existiam melhores condições militares para impedir avanços rio acima.

O domínio pelos espanhóis de outras guarnições militares, a resistência do forte a ataques por eles, veio mostrar o acerto em sua localização. O próprio Luiz de Albuquerque, que substituiu Mathias Ribeiro após seu erro, não determinou a sua correção porque, após mandar verificar o local, achou-o desfavorável mesmo. Aliás, durante muito tempo esse local foi, por cinco vezes, palco de fracassadas tentativas de ocupação militar.

Conta a lenda que por esse local passou São Tomé, em direção ao Peru, e por isso ficou sendo considerado sagrado e de paz, para ser desfrutado para lazer, sendo por isso impedido de ocupação militar. Conta-se ainda que Mathias teria sido iluminado pela santa milagrosa e padroeira do forte, Nossa Senhora do Carmo.

Uma das datas mais importantes de Forte Coimbra é a de 16 de julho, quando se comemora festivamente o dia da padroeira. A padroeira e Ricardo Franco são, sem dúvida, os nomes mais importantes de Forte Coimbra. Deve-se fazer aqui um adendo à figura do General Raul Silveira de Mello. 

Nascido a 8 de fevereiro de 1882, em Cruz Alta - RS, foi o maior historiador e biógrafo de Forte Coimbra. Além de ter escrito várias obras ligadas ao forte, como a obra marcante "A História de Forte Coimbra", ajudou a localizar os restos mortais de Ricardo Franco, que falecera em 21 de janeiro de 1809, às 14h, no forte. Seus restos permanecem no forte até hoje, repousados sobre um monumento, lá localizado.

Obs.: Havia uma tradição entre os oficiais, devido a grande devoção a N. Sra. Do Carmo, segundo a qual, os oficiais do exército que serviam no Forte, ao atingirem o generalato, enviavam-lhe, de onde estivessem uma estrela de ouro de suas ombreiras.

Forte Junqueira

Foi construído logo após a Guerra do Paraguai, em 1871. Seus 12 canhões, de 75mm, foram fabricados pela indústria alemã Krupp, e nunca foram usados. As paredes são de calcário e tem meio metro de espessura. Está situado, hoje, dentro do Quartel do 17° Batalhão de Caçadores, em um penhasco sobre rochas. O nome Junqueira homenageia o Ministro da Guerra da época, José Oliveira Junqueira, falecido em 1887.

Referencia:
Prefeitura Municipal
Biblioteca publica de Corumbá
Wikipédia
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