Os primeiros dados sobre a região datam de
1870, quando, devido à guerra da Tríplice Aliança, chegaram à notícia
aos moradores do Triângulo Mineiro (Monte Alegre) da existia terras
férteis para lavoura e criação de gado no então chamado Campo de
Vacarias.
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Esta notícia
contentou José Antônio Pereira, que estava à procura de gleba da
qual pudesse apossar com sua gente. Assim, no dia 21 de junho de
1872, acampou nas terras onduladas da Serra de Maracaju, na
confluência dos córregos Prosa e Segredo – hoje Horto Florestal.
Nas proximidades, José Neponuceno já possuía um rancho à beira do
trilheiro, por onde boiadeiros passavam para ir até o Município de
Nioaque (a Sul) e Camapuã (ao Norte).
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Em 14 de agosto de 1875,
José Antônio Pereira trás sua esposa e seus oito
filhos, escravos e outros.
No local do primeiro
rancho encontraram Manoel Vieira de Souza e sua
família, onde dá origem a primeira geração de
Campo-grandense.
No final do ano de
1877, cumpre sua promessa e termina a primeira
igrejinha rústica de pau-a-pique com telhas de
barro.
As casas naquele
precário alinhamento formaram a primeira rua, a
Rua Velha – hoje 26 de agosto – que terminava
num pequeno lago, de onde se ensaiava uma
bifurcação, formando mais duas vias. José
Antônio Pereira havia construído sua casa na
ramificação de baixo, em sua fazenda Bom Jardim.
O fundador veio há falecer cinco meses depois da
emancipação.
Em 1879 surge novas
caravana de mineiros que vão distribuindo-se
através de marcações de posses, estabelecendo
assim as primeiras fazendas da região de Santo
Antônio de Campo Grande.
Na parte central da
rua, na casa de comércio e farmácia, propriedade
de Joaquim Vieira de Almeida, reuniam-se as
pessoas graúdas da comunidade. Este era o homem
de maior instrução da vila, redator de atas e
cartas de caráter público ou privado. Ali eram
resolvidos os problemas comunitários. Dali saía
às reivindicações ao governo. Possivelmente de
autoria de Joaquim Vieira de Almeida foi a
correspondência pedindo a emancipação da vila.
Depois de antigas e
insistentes reivindicações, também, devido à posição estratégica, e
por ser passagem obrigatória para quem fosse do extremo Sul do
Estado a Camapuã ou ao Triângulo Mineiro, o governo estadual assina
a resolução de emancipação da vila, elevando-a a município de Campo
Grande em 26 de agosto de 1899. Quando aconteceu a emancipação,
Joaquim Vieira de Almeida já havia falecido por causa de uma
tuberculose, sem saber que seu pedido fora atendido.
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O povoado de Campo Grande cresce e prospera com o comércio de gado,
proporcionado pelo estabelecimento das fazendas de criação em suas
imediações e nos campo limpos de Vacarias. Torna-se um centro de
comercialização de gado, de onde partiam comitivas conduzindo boiadas
para o Triângulo Mineiro e o Paraguai. Com a construção da estrada
boiadeira, por Manoel da Costa Lima, que ia de Campo Grande até as
barrancas do Paraná, as boiadas passaram a dirigir-se também para São
Paulo, abrindo novo mercado para o gado da região e novas oportunidades
de intercâmbio comercial.
Outro fator de progresso para Campo Grande e para o Estado de Mato
Grosso, foi a chegada da Estrada de Ferro da Noroeste do Brasil, em
1914, ligando as duas bacias fluviais: Paraná e Paraguai, aos países
vizinhos: a Bolívia (através do Porto Esperança) e o Paraguai (através
de Ponta Porã). Foi um marco decisivo para o crescimento da cidade, que
despontava como uma das mais progressistas do Estado. Funcionando como
empório comercial e centro de serviços de uma vasta região, Campo Grande
desenvolvia-se e firmava sua liderança no sul do Estado.
A transferência, em 1921, do Comando da Circunscrição Militar, até então
sediado em Corumbá, e a construção que essa transferência ensejou, dos
quartéis e outros estabelecimentos militares, na cidade, foi outra
iniciativa que contribuiu para o desenvolvimento de Campo Grande e para
a afirmação de sua liderança.
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Em 1930 a cidade já
contava com cerca de 12 mil habitantes, três Agências Bancárias,
Correios e Telégrafos, várias repartições públicas e estabelecimento
de ensino primário e secundário, abastecimento de água canalizada,
luz elétrica, telefone e clubes recreativos.
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Meados de 1932, a cidade ficou sabendo da deflagração da Revolução
Constitucionalista. A notícia espalhou pela população que se viu
frente ao seu primeiro desafio: que lado tomar na refrega? Coube aos
políticos e coronéis da época a decisão de romper de vez com o poder,
e unir-se a São Paulo contra tudo e contra todos. Declarou aqui um
Estado independente, tendo como capital Campo Grande. Escolheu-se
como governador o renomado médico Vespasiano Martins, instalando-se
o palácio do governo no prédio da Maçonaria, de onde partiam as
decisões e o planejamento do combate às forças legalistas.
A capital do Estado, Cuiabá, recebia maior
influência de Goiás, Rio de Janeiro, Paraná e parte
de Minas Gerais, continua legalista. Campo Grande,
deste modo, torna-se a Capital do Estado de Maracaju,
concretizando um anseio já manifestado desde o
início do século: O Sul independente do Norte (de 11
de julho até outubro de 1932).
Com a vitória das forças legalistas, frustra-se a
campanha divisionista. Esta é reiniciada em 1958.
Quando o general Ernesto Geisel foi empossado na
Presidência da República e nomeou o general Golbery
do Couto e Silva para a chefia de sua Casa Civil,
poucas pessoas lembravam-se de que, há cerca de 20
anos, esses dois militares, então coronéis, haviam
estado em Mato Grosso para estudar a viabilidade da
divisão do Estado, tendo concluído que ela era não
apenas viável, mas necessária.
O Sul do Estado
consegue eleger a maioria da Assembleia Legislativa
Estadual, vindo a ser concretizado, em 11 de outubro
de 1977, pela promulgação da Lei Complementar nº 31,
a criação de um novo Estado, Estado de Mato Grosso
do Sul, e elege Campo Grande como sua Capital.
No início dos anos 60, Campo Grande abriga a sua
primeira instituição de ensino Superior, as
Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso,
conhecidas por sua sigla FUCMAT, transformada na
Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Nessa mesma
década é criada a Universidade Estadual de Mato
Grosso (UEMT), com um de seus campi instalado
em Campo Grande, onde se concentram cursos nas áreas
de saúde e ciências exatas e tecnológicas.
Depois da
divisão do Estado, ela se federaliza, tornando-se a
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(FUFMS), hoje (UFMS). Nos anos 70, criou-se o Centro
de Ensino Superior “Professor Plínio Mendes dos
Santos” (Cesup), antecessor da Universidade Para o
Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp).
Depois, já na década de 90, surgem a Sociedade
Ensino e informática Campo Grande (Seic) e as
Faculdades Integradas de Campo Grande (FIC – Unaes).
Campo Grande ocupa posição privilegiada
geograficamente, ou seja, estão
localizadas no centro do Estado,
equidistante de seu extremo norte, sul,
leste e oeste; está também localizada
sobre o divisor de águas das bacias dos
rios Paraná e Paraguai, o que facilitou
a construção das primeiras estradas que
até aqui chegaram ou que daqui partiram.
Esta posição em muito contribuiu para
que se tornasse a grande encruzilhada ou
polo de desenvolvimento da vasta região. |
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Graça a seu solo avermelhado e seu clima tropical, a cidade é
carinhosamente chamada de “Cidade Morena”, possui uma boa estrutura, com
ampla rede hoteleira, bons restaurantes com variados pratos típicos. É por
Campo Grande que começa toda aventura turística dos que se propõem a
conhecer o Pantanal.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Campo
Grande pela Lei n.º 792, de 23-11-1889,
subordinado ao município de Nioac.
Elevado à categoria de vila com a
denominação de Campo Grande, pela Resolução
Estadual n.º 225, de 26-08-1899, desmembrado do
município de Nioac. Sede na antiga vila de Campo
Grande. Constituído do distrito sede. Instalada
em 26-08-1889.
Em divisão administrativa referente ao ano
de 1911, a vila é constituída do distrito sede.
Elevado à condição de cidade com a
denominação de Campo Grande, pela Lei Estadual
n.º 772, de 16-07-1918.
Em divisão administrativa referente ao no de
1933, o município é constituído do distrito
sede. Em divisões territoriais datadas de
31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece
constituído de 6 distritos: Campo Grande,
Jaraguari, Rio Pardo, Rochedo, Serrote e
Terenos.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 208, de
26-10-1938, é extinto o distrito de Serrote,
sendo sua área anexada o distrito sede do
município de Campo Grande.
No quadro fixado para vigorar no período de
1939-1943, o município é constituído de 5
distritos: Campo Grande, Jaraguari, Rio Pardo,
Rochedo e Terenos.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 545, de
31-12-1943, desmembra do município de Campo
Grande o distrito de Rio Pardo. Elevado à
categoria de município com a denominação de
Ribas do Rio Pardo. O Decreto-lei acima citado
altera a denominação do distrito de Rochedo para
Taveira.
No quadro fixado para vigorar no período de
1944-1948, o município é constituído de 4
distritos: Campo Grande, Jaraguari, Taveira
(ex-Rochedo) e Terenos.
Pela Lei Estadual n.º 204, de 23-11-1948,
desmembra do município de Campo Grande o
distrito de Taveira. Elevado à categoria de
município com a denominação de Rochedo.
Pela Lei Estadual n.º 207, de 01-12-1948, é
criado o distrito de Sidrolândia (ex-povoado) e
anexado ao município de Campo Grande.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950,
o município é constituído de 4 distritos: Campo
Grande, Jaraguari, Sidrolândia e Terenos.
Pela Lei Estadual n.º 674, de 11-12-1953,
desmembra do município de Campo Grande o
distrito de Terenos. Elevado á categoria de
município.
Pela Lei Estadual n.º 682, de 11-12-1953, é
criado o distrito de Rochedinho (ex-povoado) e
anexado ao município de Campo Grande.
Pela Lei Estadual n.º 684, de 11-12-1953,
desmembra do município de Campo Grande o
distrito de Sidrolândia. Elevado à categoria de
município.
Pela Lei Estadual n.º 692, de 11-12-1953,
desmembra do município de Campo Grande o
distrito de Jaraguari. Elevado à categoria de
município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955,
o município é constituído de 2 distritos: Campo
Grande e Rochedinho.
Pela Lei Estadual n.º 1.131, de 17-11-1958,
é criado o distrito de Anhanduí (ex-povoado), e
anexado ao município de Campo Grande.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960,
o município é constituído de 3 distritos: Campo
Grande, Anhanduí, Rochedinho.
Assim permanecendo em divisão territorial
datada de 2009.
Referência: Prefeitura municipal de Campo
Grande
IBGE Ache Tudo e Região
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