O povoamento da área correspondente ao município de
Ibirité remonta aos séculos XVII e XVIII quando se iniciou as primeiras entradas e bandeiras nas
áreas centrais da capitania das Minas Gerais com o intuito de descobrir ouro.
A corrida do ouro ocasionou o surgimento de várias cidades como Vila Rica, Mariana, Sabará, Caeté
e Congonhas das Minas do Ouro cidade conhecida atualmente como Nova Lima que foi palco de grande
especulação aurífera onde se empregava grande contingente de mão de obra escrava .
Conseqüentemente os escravos e as pessoas que se deslocaram para estas paragens precisavam de uma
provisão de víveres para se manterem, evidenciando o surgimento de fazendas especializadas no
cultivo de gêneros alimentícios e criação de gado. Com o sortimento, a proliferação das fazendas
surgiu os povoados, como o de Ibirité.
As terras de Ibirité foram concedidas pelo imperador através da política sesmeira desencadeada por
D. José I. As cartas de sesmaria eram concedidas aos cidadãos por meio de petição requerida ao
governador da capitania.
As cartas de sesmaria concedidas começaram no passado, ainda nos tempos do I Império, quando o
alferes português Antônio José de Freitas recebeu de D. Pedro I uma carta de sesmaria, abrangendo
do alto da serra do Rola Moça à Fazenda do Pintado e do Barreiro à cachoeira de Santa Rosa,
incluindo a serra da Boa Esperança, região de Vargem do Pantana.
Em 02 de junho de 1890, o povoado foi elevado a distrito de Sabará, criando-se então o primeiro
Conselho Distrital de Vargem do Pantana (entidade com certa autonomia de governo para administrar
os distritos), presidido por José Pedro de Souza Campos e formado pelo alferes Antônio José de
Freitas e por Hilário Ferreira de Freitas. Este Conselho conseguiu fundar a primeira escola da
Vila e adquiriu seis alqueires de terra para servir de logradouro público, lugar onde se podiam
construir moradias com licença do Conselho.
Cinco famílias deram origem a Ibirité: Ferreira, Diniz, Pinheiro, Freitas e Campos. Em 1880, foi
criado o povoado da Vargem da Pantana, na freguesia de Contagem, Município de Sabará.
O povoamento inicial de Ibirité ocorreu ao longo do ribeirão do Pantana, às margens da futura MG -
040 e da Estrada de Ferro Central do Brasil ? EFCB. O funcionamento da EFCB e a inauguração da
estrada de rodagem (que ligava a Capital ao sul de Minas e a São Paulo, canal de movimentação de
pessoas e produção agrícola) promoveram o enriquecimento de Ibirité.
Trouxeram novas famílias que trabalhavam em empreendimentos diretamente ligados a essas vias de
transporte e acabavam por residir na região com seus descendentes.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Vargem do Pântano, pelo Decreto n.º 88, de 02-06-1890 e pela
Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Santa Quitéria.
Tomou a denominação de Vargem da Pantana, pela Lei Estadual n.º 556, de 30-08-1911.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Vargem da Pantana (ex-Vargem do
Pântano) figura no município de Santa Quitéria.
Assim permanecendo nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920.
Pela Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, o distrito de Vargem da Pantana deixa de pertencer ao
município de Santa Quitéria para ser anexado ao município de Contagem. Pela mesma Lei, o distrito
de Vargem da Pantana passou a chamar-se Ibiritê.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Ibiritê (ex-Vargem da Pantana)
figura no município de Contagem.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17-12-1938, o distrito de Ibiritê foi transferido do extinto
município de Contagem para o novo município de Betim.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Ibiritê figura no município
de Betim.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, o município de Ibiritê teve sua grafia
alterada para Ibirité.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o distrito de Ibirité figura no município de Betim.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Elevado à categoria de município com a denominação de Ibirité, pela Lei Estadual n.º 2.764, de
30-12-1962, desmembrado de Betim. Sede no antigo distrito de Ibirité. Constituído de 2 distritos:
Ibirité e Sarzedo, ambos desmembrados de Betim. Instalado em 01-03-1963.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1968.
Pela Lei Estadual n.º 6.769, de 13 de maio de 1976, é criado o distrito de Parque Durval de Barros
e anexado ao município de Ibirité.
Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído de 3 distritos: Ibirité,
Sarzedo e Parque Durval de Barros.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1993.
Pela Lei Estadual n.º 10.703, de 21-12-1995, é desmembrado do município de Ibirité o distrito de
Sarzedo. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído de 2 distritos: Ibirité e Parque
Durval de Barros.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Mais historia,
Vargem do Pantana, de acordo com a tradição, era uma fazenda em 1810,
local onde se constituíram, ao longo dos anos, alguns povoados como Jatobá, Maravilhas e Onça. A
economia da região, como muitas outras da área central da província de Minas, era formada,
basicamente, por unidades agrícolas diversificadas internamente – fazendas, sítios e roças –
produzindo para o auto-consumo e para vendas em mercados locais.
A região era utilizada para pastos do rebanho que traziam dos
sertões da Bahia. As atividades agro-pastoris tiveram lugar de destaque na
economia mineira. No entanto, nos primeiros anos da mineração, as
dificuldades de abastecimento foram enormes em razão da distância dos
centros de produção até então localizados no litoral e voltados para o
comércio externo.
Descoberto o ouro pelos paulistas passaram as vilas
vicentinas a abastecerem de gêneros as populações mineiras. Logo, novas
vias passaram a serem usadas para o abastecimento da Capitania: os
caminhos baianos e do Rio de Janeiro, além das vias não-legais, por onde
se realizava o contrabando.
O caminho baiano, por facilidades geográficas,
era mais suave que o paulista: partindo do Recôncavo, atingia o São
Francisco e subia por ele até atingir o seu afluente, o rio das Velhas, e
dali seguia para diferentes áreas mineradoras. Havia ainda o caminho
terrestre, que seguias mais ou menos paralela ao rio São Francisco. Esta
era a rota preferida dos condutores de boiadas da Bahia para as Gerais a
exemplos dos fundadores de Esmeraldas.
Na realidade, segundo a professora Mafalda Zemella, a Bahia foi um
importante mercado abastecedor das minas. Zona de povoamento antigo, bem
aparelhada para o comércio, uma vez que sua localização mais próxima à
Europa do que os portos sulinos, permitiram negociar com vantagens
produtos ingleses, franceses e holandeses entrados legalmente na Bahia,
através do entreposto de Lisboa, assim como o contrabando intenso que se
fazia diretamente através de navios daquelas nacionalidades.
No sentido de impedir os descaminhos do ouro, leis proibitivas de 1702,
suspenderam o comércio com a Bahia, permitindo aos mineradores as relações
econômicas com as regiões centro-sul, porque o ouro que se escoava pelos
caminhos que iam ter ao Rio de Janeiro ou a São Paulo podia ser quintado
nas casas de fundição existentes naquela Capitania. Só o comércio de gado
era permitido.
Quem viesse da Bahia, se não fosse boiadeiro, não entrava nas
Gerais. O boiadeiro deveria notificar a sua chegada às minas especificando
o número de cabeças que trazia, e pagar os direitos de entrada, sob pena
de pagar o triplo do valor que ocultasse. Mas em que pese as proibições,
as mercadorias chegavam.
Uma delas, o comércio de escravos, era intensa, havendo postos de vigilância nas estradas rurais
com o objetivo de obstar o contrabando. Esta proibição foi derrogada em 1711, desde que não fossem
escravos empregados nos serviços de engenhos. Por estas razões, a Bahia gozou muito mais da
opulência do ouro do que as modestas cidades de São Paulo.
Referencias:
Wikipédia
IBGE
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