Em
princípios do atual século, Codó então cidade, possuía pequeno núcleo
habitacional. Havia sido construído o primeiro armazém, ou paiol para
armazenamento dos produtos agrícolas pertencentes a Raimundo Muniz.
Comércio pioneiro continuado mais tarde por Semião de Macedo veio dominar
o comércio ribeirinho com um grande armazém edificado em madeira.
Transportando a pimenta, óleo e os produtos de São Luís.
Os vapores
navegavam no Itapecuru, levando consigo a produção agrícola dos lugares
que o margeavam. Os vapores mais conhecidos foram: "São Pedro", "Rui
Barbosa", "Gomes de Castro", "São Salvador", "Ipiranga", "O Maranhense",
"São Paulo", "Santo Antônio", "Carlos Coelho" e "Balão". O "Gomes de
Castro", foi um dos primeiros a navegar nas águas do rio Itapecuru.
Anos
depois, o "O Maranhense" naufragou adiante do porto da Gameleira, tendo
sido trazido para a cidade de Codó, uma de suas partes, pelo conceituado
médico da cidade, Dr. José Anselmo de Freitas. Destino igual ao "O
Maranhense", tiveram também "Carlos Coelho" que naufragou em águas do rio
Mearim, e o "São Salvador", que transportara o presidente Afonso Pena,
quando de sua viagem até Caxias, naufragou num lugar chamado Caixeira, no
município de Rosário, anos depois.
O Loide
Brasileiro, criado por decreto em 1890 e que tinha em sua diretoria o
comandante José M. de Melo e Alvim, em 1891, foi transformada em sociedade
anônima pelo decreto 165, permanecendo assim até 13 de agosto de 1913,
quando foi encampada pelo governo, passando a chamar-se Loide Brasileiro,
Patrimônio Nacional. Mais tarde, através do decreto 14.577, foi
transformado novamente em Sociedade Anônima e, finalmente, em 13 de junho
de 1937, foi encampada definitivamente pela União, através do decreto lei
120/37.
Logo
após a criação, o Brasil, da Companhia Loide Brasileiro, nos moldes da
empresa inglesa, a companhia construiu armazéns ao longo dos mais
importantes centros comerciais ribeirinhos do Brasil. Um dos armazéns,
construído em Codó, transformou o local como centro comercial da cidade,
onde ancoravam os vapores levando e trazendo mercadorias, comércio esse
que sustentou toda economia maranhense durante dezenas de anos, tendo a
praia grande, em São Luís, como centro convulsivo do comércio ribeirinho.
O primeiro armazém do Loide, construído no Maranhão, localizava-se no
lugar Cachoeira Grande.
Em 1892,
construía-se a primeira indústria de Codó - Companhia Manufatureira e
Agrícola, de propriedade de Emílio Lisboa, tendo como engenheiro o Dr.
Palmério Cantanhede. Um dos diretores da fábrica, genro do seu
proprietário era o Sr. João Ribeiro, que em 1908 levava para Codó o Sr.
Sebastião Archer da Silva, até então solteiro, que para ali fora exercer
as funções de escriturário. Casou-se depois com a Sra. Maria José Bayma
"Dona Zezé", filha do então chefe político Manoel Ferreira Bayma, que veio
a falecer em 1919.
Do casamento nasceram Remy, Renato, Ruy e Rute, tempos
depois do falecimento de D. Zezé, Sebastião Archer enamorou-se de D.
Marita Bayma, casaram-se, nascendo desse casamento Ronaldo Archer.
Acumulando ações, veio mais tarde Sebastião Archer a ter o monopólio da
Fabrica, que no período da segunda guerra mundial sofreu grande crise,
fechando definitivamente suas portas na década de 50. Sebastião Archer,
constituiu-se uma das grandes expressões políticas do Estado, foi
Governador e Senador, Seus filhos Remy archer, foi diretor da estrada de
ferro São Luís - Teresina; Ruy Archer, formou-se em medicina; Renato
Archer, comandante da Marinha Brasileira, herdando do seu pai a liderança
política, exerceu vários cargos eletivos, tendo sido inclusive candidato a
Governador do Maranhão, havendo a sua faina política interrompida com a
suspensão dos seus direitos políticos por força de ato do governo
revolucionário. Encontrando-se no momento reintegrando-se à sua causa nas
hostes da oposição. São, os Archer, gozadores da afeição dos seus
conterrâneos, pelo comportamento e pela educação com as quais sempre os
trataram .
A
fábrica no inicio do século intensificou, sobremaneira a navegação
marítima já então acentuada, pois saía de Codó a produção têxtil somada à
mercadorias diversas já existentes. A fábrica produzia o melhor fio do
estado, dentre os seus padrões destacavam-se os tecidos "Floriano" e "Itapecuru".
Ainda no
início do século uma morte consternava toda a cidade. Um belo pé de
sapucaia no local onde é hoje Largo Renê Bayma, ornava junto com o riacho
que corria por baixo de uma rampa no lugar onde , hoje funciona o cinema,
ponto de atração da época. Na rua da Vala, moravam os empregados de Semião de Macedo. Na rua do Mato, que
saía do largo do balão em direção à casa de saúde, houve um grande
incêndio, que destruiu dezenas de casebres.
Na
década de 1900, Codó foi visitada pelo ilustre presidente Afonso Pena.
Chegou a bordo do vapor São Salvador, viajando com destino a Caxias,
durante sua estada no Norte do Brasil. Reteve-se, para conhecer,
pessoalmente no Maranhão, às más condições de navegação do Rio Itapecuru
até a cidade de Caxias. Ao meio dia, ancorava o vapor
conduzindo o presidente, para quem já se havia preparado um banquete na
casa de José Cândido Ferreira.
A banda de música de Alcides de Oliveira,
presente ao acontecimento, executava belos dobrados em homenagem ao
presidente. A viagem, porém, o havia deixado bastante cansado, pois
marcada por sucessivos encalhes da embarcação, que serviram para que o
presidente viesse, após o seu retorno, a concientizar-se da real
necessidade de construção da estrada de ferro, que tinha no Dr. Benedito
Leite o impulsor maior do seu decreto.
Sem ao menos tocar na comida,
Afonso Pena desculpou-se, agradecendo as manifestações. Embarcou no Vapor
e rumou para Caxias. O resultado dessa viagem foi extremamente benéfico
para o estado, pois já em 1905, o engenheiro Carvalho de Almeida, procedia
o reconhecimento da zona onde se assentariam os trilhos da nova Ferrovia,
ligando São Luís a Caxias, posteriormente a Cajazeiras (Timon).
Em 03 de
fevereiro de 1905, era sancionado pelo presidente da República o decreto
Lei no. 1.329, que determinava a construção de uma estrada de ferro São
Luís - Cajazeiras, no Estado do Maranhão. As despesas foram calculadas em
dezessete contos e duzentos e dezesseis mil réis. Abriu-se a concorrência
e 03 propostas foram apresentadas.
Nascimento Morais Filho
mais historias
O ano de 1780 marcou o
início do povoamento de Codó. Sua economia era
baseada em atividades agrícolas desenvolvidas
por portugueses e senhores da aristocracia rural
maranhense. Um dos primeiros exploradores foi o
agricultor Luís José Rodrigues e o português
Francisco Marques Rodrigues. O povoamento também
teve a participação de escravos africanos que
trabalhavam nas lavouras, índios Barbados e
Guanarés e de imigrantes sírios e libaneses.
No período colonial,
Codó destacou-se pela produção de algodão, tendo
êxito na participação do processo de
industrialização do Maranhão. A primeira
indústria do município foi construída em 1892 e
chamava-se Companhia Manufatureira e Agrícola,
de propriedade de Emílio Lisboa, que
posteriormente teve seu monopólio passado para
Sebastião Archer.
Formação Administrativa
Distrito criado com a
denominação de Urubu, pela Lei Provincial n.º
13, de 08-05-1835.
Elevado à categoria
de vila com a denominação de Urubu, pela
Resolução Régia de 19-04-1833. Sede na vila de
Urubu.
Pela lei Provincial
n.º 68, de 21-07-1838, é transferida a sede da
povoação de Urubu para a de Codó.
Elevado à condição de
cidade com a denominação de Codó, pela Lei
Estadual n.º 133, de 16-04-1896.
Em divisão
administrativa referente ao ano de 1911, o
município aparece constituído de 2 distritos:
Codó e Monte Alegre.
Pela Lei Estadual n.º
921, de 05-04-1920, é desmembrado do município
de Codó o distrito de Monte Alegre. Elevado à
categoria de município.
Pelo Decreto Estadual
n.º 75, de 22-04-1931, e confirmado Pelo Decreto
n.º 539, de 16-12-11933, Codó adquiriu o extinto
município de Monte Alegre.
Em divisão
administrativa referente ao ano de 1933, o
município é constituído de 2 distritos: Codó e
Monte Alegre.
Pelo Decreto n.º 832,
de 03-06-1935, é desmembrado do município de
Codó o distrito de Monte Alegre. Elevado à
categoria de município.
Em divisões
territoriais datadas de 31-XII-1936 e
31-XII-1937, o município é constituído do
distrito sede.
Pelo Decreto-lei
Estadual n.º 820, de 30-12-1943, é criado o
distrito de Dom Pedro e anexado ao município de
Codó.
No quadro fixado para
vigorar no período de 1939-1943, o município é
constituído de 2 distritos: Codó e Dom Pedro.
Pela Lei Estadual n.º
269, de 31-12-1948, foram criados os distritos
de Codozinho e São Raimundo de Codó, e anexados
ao município de Codó.
Em divisão
territorial datada de 1-VII-1950, o município é
constituído de 4 distritos: Codó, Codozinho, Dom
Pedro e São Raimundo.
Pela Lei Estadual n.º
815, de 09-12-1952, é desmembrado do município
de Codó o distrito de Dom Pedro. Elevado à
categoria de município.
Em divisão
territorial datada de 1-VII-1960, o município é
constituído de 3 distritos: Codó, Codozinho e
São Raimundo de Codó.
Assim permanecendo em
divisão territorial datada de 2007.
Referencias Prefeitura Municipal IBGE
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