História
de Linhares ES
Crescimento de Linhares
A
vigilância ao tráfico de ouro através do Rio Doce é que deu origem ao
Povoado de Coutins. Em 1800, foi implantado no local um Quartel Militar
com o mesmo nome.
Os índios do grupo
Botocudos, nação Gês ou Tapuias, primeiros donos da terra, resistiam
tenazmente a qualquer colonização branca na área e assim o fizeram, até
que armas superiores às suas os dizimaram totalmente.
Naquela época toda
área da região era coberta pela Mata Atlântica, que aos poucos, e no
decorrer de um século, foi devastada dando lugar a povoamentos, pastoreio
e agricultura.
O primeiro povoado
foi inteiramente destruído por ataques dos índios botocudos. Em 1809,
outro povoado foi levantado no mesmo lugar, recebendo o nome de Linhares,
em homenagem a D. Rodrigo de Souza Coutinho, o Conde de Linhares.
O povoado ficava
situado num platô em forma de meia-lua, às margens do Rio Doce. No leste e
no oeste do povoado ficavam situados dois quartéis militares para avisar a
população de prováveis ataques dos indígenas: um quartel estava situado
onde hoje é o Bairro Aviso (daí o nome). O outro, localizava-se nas
proximidades de onde fica hoje o Colégio Estadual.
Por ordem
cronológica, seguiram os seguintes fatos:
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Estabeleceu-se em
Linhares a família João Felipe du Pin Almeida Calmon, como colonos. Eles
chegaram para colonizar a região, ou seja, povoar e explorar a terra.
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Em 1811, o novo
Governador da Capitania - Francisco Alberto Rubim, providenciou a vinda
de mais colonos. Em 1819, é feita, por sua ordem, uma "Vista e
Perspectiva do Povoado de Linhares", e nela, vê-se também a Primeira
Igreja, construída sob o patrocínio de Rubim. O povoado foi construído
em volta de uma praça quadrada (atual Praça 22 de Agosto), que guarda
até hoje seu traçado original e onde os índios dançavam e cantavam no
passado.
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Em abril de 1833, em
execução a uma Provisão de Paço Imperial o Povoado é elevado a condição
de VILA, sendo sede do município do mesmo nome - Linhares - sob a
proteção de N. S. da Conceição. Provisão de Paço corresponde, hoje, a um
decreto do Presidente da República.
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Em 22 de Agosto de
1833, realizou-se a primeira sessão solene da Câmara de Vereadores do
Município de Linhares, dando "início a sua vida político -
administrativa". Nessa época, o Brasil era Império, o Espírito Santo uma
Província, e Vila, a sede dos municípios; não existindo Prefeito, os
municípios eram administrados pela Câmara de Vereadores.
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O território do
município de Linhares abrangia os que são hoje os municípios de
Linhares, Rio Bananal, Colatina, Baixo Guandu, Pancas, São Gabriel da
Palha, Sooretama e partes de Ibiraçu, Santa Tereza e Itaguaçu.
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No dia 03 de
fevereiro de 1860, a Vila de Linhares recebe a ilustre visita de D.
Pedro II.
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A construção da Casa
da Câmara foi outra luta travada pelos vereadores do município durante
anos. Planejada desde 1849, para funcionar junto com a Intendência
Militar (cadeia hoje), só foi construída no final do século.
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O comércio e
transporte para a Vila de Linhares eram realizados pela navegação no Rio
Doce, destacando-se os vapores: "Muniz Freire", "Milagre", "Santa
Maria", "Tupi" e o "Juparanã".
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Em 1887, naufragou na
barra do Rio Doce, em Regência, o navio "Imperial Marinheiro", durante
violenta tempestade, destacando-se no resgate de 128 vidas o herói
linharense Caboclo Bernardo, que recebeu posteriormente, das mãos da
Princesa Isabel, uma homenagem e medalha de ouro, em recompensa pela sua
ação.
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No final do século
XIX, a Vila de Linhares entra em decadência e o povoado de Colatina, que
pertencia ao município de Linhares, conhece rápido crescimento graças à
colonização italiana com o plantio de café e a inauguração dos trilhos
da Estrada de Ferro Vitória - Minas.
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Assim, por decreto de
30 de dezembro de 1921, ficou criado o município de Colatina, englobando
a vila e o antigo município de Linhares. Esse fato contribuiu mais ainda
com a decadência de Linhares verificada durante os 22 anos seguintes.
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Em 1930, começam a
chegar em Linhares os trabalhos de abertura de uma estrada, ligando-a a
Vitória, para o sul e depois, ao norte, até São Mateus. Este fato,
somado ao trabalho de linharenses junto ao Governo do Estado, faz com
que a situação se transforme.
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No dia 31 de dezembro
de 1943 - por decisão do Governo do Estado - o município de Linhares foi
restabelecido e desligado do município de Colatina. O fato foi muito
festejado pelos linharenses, que passam a contar com seu primeiro
prefeito nomeado - Dr. Roberto Calmon. A partir de 1943, a escalada do
desenvolvimento de Linhares não é mais detida.
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