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  PAU SANTO  
Ouças boas musicas
   


Nome científico: Bulnesia sarmientoi Lorentz & Griseb.
Família: Zygophyllaceae

 Etimologia: O nome popular “pau-santo” é uma tradução do espanhol “palo santo”, cuja origem se deve, possivelmente, à longa duração da chama quando sua madeira é queimada.

Características gerais: Árvore semi-decídua, de 7-18 m de altura, dotada de copa mais ou menos piramidal com ramos um tanto pendentes, de tronco cilíndrico de 50-70 cm de diâmetro e revestido por casca pouco espessa e muito rugosa com descamamento em placas irregulares, de cor acinzentada. Folhas compostas bifolioladas, opostas, com pecíolos curtos. Folíolos sésseis, de margens lisas, totalmente glabros em ambas as faces, com 5-7 nervuras divergentes, de 2-3 cm de comprimento. Flores de cor branca, hermafroditas, reunidas em grupo de duas em cada axila foliar. O fruto é uma cápsula tri-alada de 4-6 cm de comprimento, de cor esverdeada, contendo 3 sementes (uma em cada asa).

Ocorrência: Ocorre exclusivamente na parte mais ocidental do Pantanal Matogrossense na fronteira com a Bolívia e Paraguai, na mata chaquenha sobre terrenos secos e calcários (serra da Bodoquena e fragmentos de chaco). È rara em território brasileiro, que é o limite oriental de sua distribuição geográfica, uma vez que é muito mais comum nos chacos  argentinos, paraguaios e bolivianos.

Utilidades: Sua principal utilidade está na madeira, muito pesada, de grande dureza, beleza e durabilidade natural. Sua densidade, de 1,28 g/cm3, está entre as mais elevadas que se conhece, possuindo ainda aroma agradável de perfume, com brilho suave e cor marrom-esverdeada muito característica. Entre suas fibras existem células cristalíferas com oxalato de cálcio e cerca de 15% de resinas pardo-escuras que conferem resistência ao ataque de fungos e insetos. É excelente para trabalhos de tornos, sendo com ela confeccionadas peças artesanais valiosas encontrados com freqüência no comércio dos países vizinhos citados, como: cinzeiros, vasos, copos, cofres, bastonetes, pedestais, suportes, utensílios diversos, etc. Também usadas na confecção de peças de resistência, como buchas, bronzinas, hélices, instrumentos musicais, etc. Pela destilação de sua madeira se obtém um óleo essencial conhecido por “guaicol”. De sua serragem, por tratamento com solventes orgânicos como etanol quente, pode se extrair a resina acima mencionada, de grande dureza e quebradiça, usada no preparo de vernizes e tintas de alta qualidade. A árvore é extremamente ornamental, podendo ser empregada com sucesso em projetos paisagísticos, apesar de seu lento crescimento.

 

 

Aspectos ecológicos: Árvore caducifólia durante o período seco e frio de inverno, característica essa da maioria das espécies do chaco de solos calcários e de boa drenagem. Ocorre com pequena freqüência e de maneira muito irregular na paisagem, ora moderadamente comum, ora totalmente ausente. Apesar de heliófita, pode ser considerada espécie clímax, ocorrendo preferencialmente no interior de matas secas abertas de solos bem drenados e muito salinos, porém com bom teor de umidade em profundidade. A presença de sal é muitas vezes tão elevada que chega ser a única planta presente. Produz de maneira irregular moderada quantidade de sementes viáveis, principalmente durante os meses de julho-agosto, disseminadas a curta distância pelo vento.

Produção de mudas: Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Em seguida deixá-los secar ao sol até a completa abertura e separação das três asas, que contém uma semente em cada asa, não havendo necessidade de retirá-la do seu interior. Um kg do material assim obtido contém cerca de 6.500 sementes. Devem ser semeadas logo após sua colheita em canteiros a pleno sol ou diretamente em saquinhos individuais preenchidos por substrato organo-arenoso. Em seguida cobri-las com uma fina camada do substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 3-4 semanas e a taxa de germinação geralmente é baixa.




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