Nomes Populares:
EMBAÚBA, EMBAÚVA
Nomes
Científico: Cecropia pachystachya
Trec.
Etimologia: O nome do gênero
Cecropia vem da palavra grega "Cecrops" que significa filho da terra, meio
homem meio serpente, possivelmente em alusão a forma anelada do tronco. Já
o nome popular "embaúba" veio do tupi "ambaíba" com o significado de
tronco ôco, característico desde grupo de plantas.
Características gerais:
Existem 3
espécies principais de "embaúbas" no Brasil extra-amazônico. Como é uma
planta dióica, ou seja, os Patologias estão separados em árvores distintas
(existem plantas femininas e plantas masculinas) e estas podem ser muito
diferentes morfologicamente, houve muita confusão no passado entre os
botânicos, que descreveram como espécies diferentes plantas iguais que
diferiam apenas pelo Patologia, daí a multiplicidade de nomes científicos que
ficaram hoje em sinonímia. São conhecidas generalizadamente por "embaúvas"
ou "embaúbas", porém quando se considera cada espécie em particular, são
acrescidos sufixos que melhor a definam: "embaúva-vermelha" para C.
glaziovi, "embaúva-branca" para C. pachystachya e "embaúva-prateada"
para C. hololeuca.
São
árvores de 6-14 m de altura por 10-30 cm de diâmetro, com ramificação
apenas no , de tronco anelado pela cicatriz das folhas caídas e
interior ôco e dividido em septos transversais onde vivem em simbiose
muitas formigas de odor característico que causam mordidas doloridas. A
espécie C. glaziovi possui a maior quantidade de formigas em seu
tronco, que ao menor toque iniciam a saída para o exterior.
Regiões
de ocorrência: A espécie C.
pachystachya é a mais amplamente distribuída no país, podendo ser
encontrada desde o Ceará até Santa Catarina no interior e na faixa
litorânea, além do interior do país nos estados de Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso do Sul. É a "embaúba" mais comum de terrenos úmidos e
alagadiços, podendo contudo ocorrer também em terrenos mais drenados. A
espécie C. glaziovi é quase exclusiva da orla litorânea, ocorrendo
desde a Bahia até o Paraná, tanto na mata da planície costeira como na
floresta atlântica de encosta. Já a espécie C. hololeuca ou
embaúva-prateada ocorre desde o Sul da Bahia até São Paulo e Minas Gerais,
principalmente na parte mais alta da encosta atlântica e na floresta de
altitude da serra da Mantiqueira, podendo contudo ser encontrada até a
Bacia do Rio Paraná.
Utilidades: Os frutos são
comestíveis, sendo também o alimento preferido de bugios, morcegos,
tucanos, arancuãns e outras aves, que exercem o papel de disseminadores. O
difícil é encontrar nas plantas frutos maduros para obtenção de sementes,
tal é a concorrência entre estes animais.
Sua
madeira, muito leve (densidade 0,41 g/cm3), é empregada como flutuadores
em jangadas e embarcações em geral, para confecção de salto de calçados,
brinquedos, lápis, palito-de-fósforo, fôrros, pólvora e pasta celulósica.
A casca é dotada de fibras muito resistentes utilizada diretamente como
embira, bem como para a confecção de cordas rústicas. As folhas, muito
ásperas, são utilizadas como lixa de madeira, além de constituir-se no
único alimento do bicho-preguiça.
Suas
raízes, folhas, flores, cascas, frutos e brotos são utilizados
localmente com fins medicinais.
É uma excelente planta forrageira, com o gado chegando a consumir até os
ramos.
As embaúbas são consideradas árvores muito elegantes e ornamentais,
possuindo grande potencial para uso paisagístico. Lamentavelmente, suas
qualidades ainda não foram descobertas por nossos paisagistas e
jardineiros, sendo raro sua ocorrência em nossos jardins.
Pelas
características de rusticidade e rápido crescimento, não pode faltar
em qualquer projeto de reflorestamento heterogêneo com fins
preservacionistas.
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Informações
ecológicas:
Todas as três espécies
são plantas tipicamente "pioneiras", ou
seja, pertencem ao grupo das árvores que
primeiro colonizam as áreas abandonadas
ou matas primárias e secundárias que
sofrem qualquer distúrbio, como queda de
árvores ou ação do homem, fogo, etc.
Todas, contudo, podem ser encontradas
também em formações florestais primárias
pelas razões acima expostas. |
Suas
freqüências são maiores em capoeiras e capoeirões de derrubadas recentes,
sobre encostas suaves ou fundo de vales, preferencialmente onde o solo é
argiloso e rico em matéria orgânica.
Possuem folhas persistentes (perenifólias), são de pleno sol (heliófitas),
que preferem ou toleram solos com muita umidade (seletiva higrófitas).
Apresentam
crescimento muito rápido, atingindo porte adulto máximo em
menos de 10 anos. Produzem anualmente grande quantidade de sementes
viáveis, prontamente dispersas pela avifuna.
Florescem geralmente na primavera, tendo frutos maduros a partir do verão.
A colheita dos frutos visando a obtenção de sementes deve ser efetuada
diretamente da árvore quando aparecerem parcialmente comidas pelas aves.
Em seguida deixá-las amontoadas em sacos plásticos durante alguns dias até
sua decomposição parcial para facilitar a remoção das minúsculas sementes
através da lavagem em água corrente dentro de uma peneira fina. Um kg de
sementes limpas contém mais de 1 milhão de unidades.
Como plantar
A obtenção de mudas para plantio é muito fácil. Como suas sementes são
muito pequenas, é recomendável que as mesmas sejam semeadas em canteiros
semi-sombreados contendo substrato rico em matéria orgânica (esterco bem
curtido), com a superfície bem uniforme. Pode-se, para facilitar a
operação, misturar bem os frutos semidecompostos e moídos em água e regar
sobre os canteiros, não havendo necessidade de enterra-los. A água de
irrigação duas vezes por dia irá enterar as minúsculas sementes favorecer
a germinação das sementes que deverá ocorrer em 20-40 dias.
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