Científico: Copernicia prunifera (Miller) H.E.
Moore
Família: Palmae
(Arecaceae)
Sinonímia: Copernicia
cerifera Mart.
Etimologia: O nome do
gênero “Copernicia” é uma homenagem ao astrônomo
italiano Copérnico que concluiu que a forma da
terra era globosa, em alusão a essa forma
apresentada pela copa da planta.
|
Ocorrência:
Ocorre no Nordeste Brasileiro nos vales
dos rios da região da caatinga,
principalmente do Parnaíba e seus
afluentes, do Jaguaribe, do Acaraú, do
Apodi e do médio São Francisco. |
Também nos estados do
Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e Goiás. Na
região do Pantanal Matogrossense ocorre a
espécie afim Copernicia alba (carandá),
considerada por muitos autores como a mesma
espécie, diferindo da carnaubeira apenas pela
ausência de cera em suas folhas, o que é
compreensível devido ao excesso de umidade
relativa do ar da região, em contraste com a
região Nordeste.
Aspectos ecológicos:
A carnaubeira tem
preferência por solos argilosos (pesados),
aluviais (de margens de rios), suportando
alagamento prolongado durante a época de chuvas.
Resiste também a um elevado teor de salinidade,
o que é comum nos solos aluviais da região da
caatinga. Geralmente ocorre em comunidades quase
puras, principalmente nos pontos mais próximos
dos rios. Margeando essas comunidades, com
freqüência ocorrem outras espécies como a
oiticica (Licania rigida), o marizeiro
(Geoffroea striata) e algumas cacatáceas como o
xiquexique.
|
Em certas
situações esses cactos podem ocorrer
como epífitas no caule da própria
carnaubeira, ou germinam e crescem na
base das bainhas de suas folhas.
Floresce principalmente durante os meses
de julho-outubro, com seus frutos
amadurecendo de novembro a março.
Características gerais: Palmeira de
tronco único de 7-10 m de altura,
podendo excepcionalmente atingir 15 m,
com tronco (espique) perfeitamente reto
e cilíndrico de 15-25 cm de diâmetro.
Folhas dispostas em capitel, formando um
conjunto esferoidal bastante elegante,
de tonalidade verde levemente glauco em
conseqüência da cera que recobre a
lâmina. Esta tem forma de leque de até
1,5 m de comprimento, de superfície
plissada com a extremidade segmentada em
longos filamentos mais ou menos eretos e
rígidos. A lâmina é afixada ao tronco
por pecíolos rígidos de até 2 m de
comprimento, recobertos parcialmente,
principalmente nos bordos, de espinhos
rígidos em forma de “unha-de-gato”.
|
A base do pecíolo,
denominada de “bainha”, permanece presa ao caule
na fase jovem da planta após o secamento e queda
da folha, conferindo à planta aspecto agressivo,
recebendo o nome vulgar de “quandu”, pela
semelhança da planta com aquele animal recoberto
de espinhos. Inflorescências mais longas que as
folhas, de até 4 m de comprimento, afixadas nas
axilas das folhas do capitel, ramificadas, porém
ralas, lenhosas, com flores pequenas de cor
creme, dispostas em espigas de 4-7 cm de
comprimento.
Frutos ovalados ou
globosos, de cerca de 1,5 cm de comprimento, de
cor verde escura no amadurecimento.
|
Utilidade: É voz
corrente entre a população nordestina
que da carnaubeira tudo se aproveita. A
grande consideração por essa planta
ficou imortalizada na denominação da
cidade de “Carnaubal” no interior do
Ceará, onde ocorre com grande
frequência. O caule (tronco), de madeira
moderadamente pesada (densidade 0,94
g/cm3), é muito empregado na construção
das casas da região, principalmente para
vigamentos.
Trabalhado ou
serrado pode ser utilizado na construção
de móveis, na construção civil como
caibros, barrotes e ripas, na confecção
de artefatos torneados como bengalas,
utensílios domésticos, caixas, etc. |
É considerada
muito durável quando em contato com a água
salgada. No Pantanal Matogrossense é muito
utilizado para construção de cercas e porteiras,
para postes e pontes, onde se acredita que sua
durabilidade seja eterna se utilizada de troncos
completamente maduros. Entretanto, sua principal
riqueza está na cera que recobre as folhas,
principalmente as mais jovens, e conhecida
internacionalmente como “cera-de-carnaúba”.
Sua importância foi muito importante no
passado como produto de exportação, chegando a
caracterizar um ciclo econômico para o Nordeste.
No passado foi muito empregada na iluminação de
residências na forma de velas e atualmente é
utilizada industrialmente na confecção de graxas
de sapato, vernizes, ácido pícrico,
lubrificantes, sabonetes, fósforos, isolantes,
discos, etc.
|
Suas folhas
secas, além da utilização local para
cobertura de construções rústicas é
muito utilizada na confecção artesanal
de chapéus, cestas, esteiras, bolsas,
cordas, colchões, etc. Suas amêndoas
(sementes) contém óleo. A palmeira é
muito elegante e vem sendo muito
utilizada no paisagismo nas cidades
nordestinas e na arborização urbana,
principalmente em Fortaleza, Teresina e
Iguatu. Suas folhas verdes são
largamente utilizadas durante o período
de estiagem prolongada no Nordeste como
forrageira para o gado. |
Produção de mudas:
Para produção de mudas a partir de sementes, os
seus frutos devem ser colhidos diretamente da
árvore quando maduros (novembro a março) ou
recolhê-los no chão após sua queda espontânea.
Os frutos assim obtidos podem ser semeados sem
qualquer preparo ou tratamento como se fossem as
próprias sementes. Um kg de frutos contém
aproximadamente 380 unidades. Semeá-los logo
após a colheita em canteiros a meia-sombra
contendo substrato organo-arenoso e cobri-los
com uma camada de 1 cm do substrato peneirado,
irrigando-se duas vezes ao dia. A emergência é
lenta, podendo demorar até 5 meses. |
Conheça
o
Ache
Tudo e Região
o portal
de todos Brasileiros. Cultive o hábito de ler, temos
diversidade de informações úteis
ao seu dispor. Seja bem
vindo, gostamos de
suas críticas e sugestões, elas nos ajudam a
melhorar a cada ano.
|
|
|