O cacaueiro (Theobroma
cacao, que significa alimento dos deuses) é a
árvore que dá origem ao fruto chamado cacau. É
da família Malvaceae e a sua origem é a América
do Sul. Atinge entre 4 a 8 metros de altura e
possui duas fases de produção: temporão (março a
agosto) e safra (setembro a fevereiro).[1] O
cacau é a principal matéria-prima do chocolate,
feito por meio da moagem das suas amêndoas secas
em processo industrial ou caseiro. Outros
subprodutos do cacau incluem sua polpa, suco,
geleia, destilados finos e sorvete.
Por ser plantado à sombra da floresta, o cacau
foi responsável pela preservação de grandes
corredores de mata atlântica no sul do Estado da
Bahia no Brasil. Este sistema é conhecido como "cacau
cabruca", do termo "brocar" (ralear).
Recentemente, foi criado o Instituto Cabruca que,
junto com outras instituições ambientalistas,
vem desenvolvendo projetos de pesquisas e
extensão sobre o tema, estudando formas de
manter essa vegetação nativa associada ao cacau.
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malvales
Família: Malvaceae
Subfamília: Sterculioideae
Género: Theobroma
Espécie: T. cacao
Nome binomial
Theobroma cacao
L.
Origem do nome
Cacau seccionado.
Foto por Rodrigo.Argenton, parte do programa de
ilustração.
A civilização Maia e mexicana (principalmente a
Asteca), de mesma raiz, possuía dois vocábulos (kab
e kaj) que, numa mesma palavra, formavam a
expressão suco amargo picante(kabkaj) um sabor
bastante apimentado. Segundo historiadores e
desenvolvedores da geografia como o foi Américo
Vespúcio, do Novo Continente, o nome atual foi
praticamente dado por Cristóvão Colombo,
apreciador do chocolate com gosto apimentado, e
foi um dos primeiros a levar o conhecimento ao
Velho Mundo, espalhando a planta, por onde
andava. Assim, a bebida originada deste suco era
nomeada de kabkajatl (segundo Cristóvão Colombo,
onde as três últimas letras desta palavra
significavam "líquido". Os espanhóis
colonizadores tinham dificuldades de pronunciar
a palavra e sempre colocavam um hu nas palavras
dos índios mexicanos. Desta maneira, a palavra
acabou transformando-se em kabkajuatl e,
futuramente, pela ação popular, em cacauatl.
A cacauatl foi modificada pelos espanhóis,
passando a ser tomada quente e com leite e
açúcar, basicamente, uma vez que se juntou
muitos outros produtos para retirar o gosto
apimentado, que nem sempre é apreciado pelo
consumidor comum. Recebeu, então, um novo nome:
chacauhaa (chacau = quente; haa = bebida).
Depois, houve confusão entre as palavras, das
bebidas quente e fria, dando origem a palavra
chocolate.
O cacau é originário das regiões tropicais da
América Central.
O cacau era considerado pela civilização maia,
por ser uma fruta apimentada, um alimento que
deveria ser ingerido com "parcimônia e elegância",
devido ao seu sabor amargo; e era dado,
diretamente pelos deuses aos homens; antes de
Cristóvão Colombo, era consumido apenas pelos
Sacerdotes da e para a Entidade Sol. E, de tão
importante, virou até moeda de troca o "Cacau"
ou "Solaris" (outro nome da mesma moeda). Nessa
época, no Brasil colonial, primeiramente e
depois com a exportação, a partir de 1808, para
toda a América Latina, pois Maria I de Portugal,
Brasil e Além-Mar aceitava essa "quase-moeda", o
"cacau" e/ou "solaris" (casa do sol), como
crédito. Não se fazia o cacau o que conhecemos
hoje como Chocolate. Fazia-se uma bebida de
sabor amargo - apimentado, com as sementes
torradas e moídas misturadas com água, "semelhante
ao preparo do cafezinho", da forma de Cristóvão
Colombo), que muitas vezes acrescentava o café à
bebida apimentada sagrada dos mexicanos. Segundo
alguns estudiosos, atualmente acrescenta-se a
pimenta ao chocolate, para voltar ao sabor de
antigamente.
Nos nossos dias, o chocolate movimenta
globalmente uma economia de 60 bilhões de
dólares/ano, enquanto os produtores de cacau
ficam apenas com 3,3% da renda gerada.
No Brasil, ele foi cultivado primeiramente na
Amazônia, onde já existia em estado natural,
próximo ao clima do México, devido ao rio
Amazonas. Depois, pelo rio Amazonas, passou para
o Pará e pelo mar chegou finalmente à Bahia,
onde melhor se adaptou ao solo e ao ambiente
marinho, e causou o chamado "Boom" da época de
1930.
Flores de cacaueiro
O cacaueiro é uma planta de clima quente e úmido
que prefere o solo argilo-arenoso. Sua
propagação se dá por sementes (seminal/sexuada)
e vegetativa (assexuada). Por ser uma planta
umbrófila, vegeta bem em sub-bosques e matas
raleadas sendo, portanto, uma cultura
extremamente conservacionista de solos, fauna e
flora. Pouco mecanizada, é uma cultura que
proporciona um alto grau de geração de emprego.
Encontrou no sul da Bahia um dos melhores solos
e clima para a sua expansão.
Cultivo econômico
Ver artigo principal: Cacauicultura
O cacau é cultivado em cerca de 17 milhões de
hectares em todo o mundo.[4] A produção somada
de Costa do Marfim e Gana representa 60% da
oferta global.[5] De acordo com a FAO, os dez
maiores produtores mundiais em 2005 foram:
Posição, País
Valor
(Int'l $1,000*)
Produção
(toneladas métricas)
1 Costa do Marfim 1.024.339 1.330.000
2 Gana 566.852 736.000
3 Indonésia 469.810 610.000
4 Nigéria 281.886 366.000
5 Brasil 164.644 213.774
6 Camarões 138.632 180.000
7 Equador 105.652 137.178
8 Colômbia 42.589 55.298
9 México 37.281 48.405
10 Papua-Nova Guiné 32.733 42.500
*Baseado nos preços internacionais no triênio
1999–2001
O Estado da Bahia produz atualmente cerca de 95%
do cacau do Brasil (país cuja produção
corresponde a mais ou menos 5% da mundial, sendo
a Costa do Marfim o maior produtor do planeta,
com aproximadamente 40% do total).
Trabalho escravo
A Costa do Marfim é o maior produtor de cacau do
mundo, chegando a contribuir com 41% do mercado
global. Em suas plantações ocorre uso de mão de
obra escrava e infantil, mais modernamente, uma
vez que antigamente (1808 - 1930), na época da
riqueza e do "Cacau", era toda assalariada e
consumidora do produto que plantavam, seus
propagandistas, segundo Dona Maria I de Brasil,
Portugal e Além - Mar. As grandes companhias
produtoras de chocolate chegaram a assinar em
2001 um termo onde se comprometiam a extinguir o
uso deste tipo de mão de obra nos cacauzeiros
até 2008. No entanto o prazo não foi cumprido, e
segundo denúncias em 2010 ainda eram utilizados
em larga escala.[8] Autoridades locais e
organizações internacionais têm dedicado atenção
ao tema desde então.
Theobroma cacao - MHNT
Cacau na mídia
A telenovela Renascer, da Rede Globo mostrou com
destaque a cultura do cacau na Bahia.
A telenovela Gabriela também mostra a cultura do
cacau.
Referências
1. Encyclopedia of Life. «Theobroma cacao».
Consultado em 15 de junho de 2015
2.a b AQUARONE, Eugênio. et al. Biotecnologia
Industrial. vol.IV. São Paulo: Blucher, 2001.
3.Importância Econômica e Evolução da Cultura do
Cacau no Brasil e na Região dos Tabuleiros
Costeiros da Bahia entre 1990 e 2002
4.
http://findarticles.com/p/articles/mi_m1134/is_6_112/ai_105371465/pg_3/
CBS Interactive Business Network
5. Loucoumane Coulibaly; Joe Bavier (11 de abril
de 2014). «Gold rush threatens West Africa's
cocoa future» (em inglês). Reuters. Consultado
em 11 de abril de 2014
6. FAO.org
7.
http://www.ceplac.gov.br/radar/mercado_cacau.htm
8. www.imdb.com/title/tt1773722
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