São
Paulo é uma das 27
unidades federativas do Brasil. Está localizado no sul da região
Sudeste e tem como limites os estados Minas Gerais (N e NE), Rio de
Janeiro (NE), oceano Atlântico (L), Paraná (S) e Mato Grosso do Sul
(O). É dividido em 645 municípios e ocupa uma área de 248.209,426
quilômetros quadrados, sendo pouco maior que o Reino Unido.
Fundação 25 de
Janeiro de 1554 (454 anos)
23° 32' 52" S 46° 38' 09" O23° 32' 52" S 46° 38' 09" O
Estado São Paulo
Mesorregião Metropolitana de São Paulo
Microrregião São Paulo
Região metropolitana São Paulo
Municípios limítrofes Oeste: Cajamar, Cotia, Embu,
Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, Osasco, Santana
de Parnaíba e Taboão da Serra;
Norte: Caieiras, Guarulhos e Mairiporã;
Leste: Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Poá;
Sudeste: Diadema, Mauá, Santo André, São Bernardo do Campo e
São Caetano do Sul;
Sul: Itanhaém e São Vicente.
Características geográficas
Área 1.522,986 km²
Densidade 7.216,3 hab./km²
Altitude 792 metros
Clima subtropical Cwa
Fuso horário UTC-3 |
Bandeira de São Paulo |
Brasão de São Paulo |
São Paulo (pronuncia-se AFI: [sɐ̃w̃ ˈpawlu]
ouça) é um município brasileiro, capital do estado de
São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e
mercantil da América do Sul. É a cidade mais populosa do
Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério
sul, e a cidade brasileira mais influente no cenário
global, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada
do planeta, recebendo a classificação de cidade global
alfa, por parte do Globalization and World Cities Study
Group & Network (GaWC). O lema da cidade, presente em
seu brasão oficial, é constituído pela frase em latim
"Non ducor, duco", cujo significado em português é "Não
sou conduzido, conduzo".
Fundada em 1554 por padres jesuítas, a cidade é
mundialmente conhecida e exerce significativa influência
nacional e internacional, seja do ponto de vista
cultural, econômico ou político. Conta com importantes
monumentos, parques e museus, como o Memorial da América
Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o Museu do
Ipiranga, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico
de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande
repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o
Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, São Paulo Fashion
Week e a São Paulo Indy 300.
O município possui o 10º maior PIB do mundo,
representando, isoladamente, 12,26% de todo o PIB
brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços
do estado de São Paulo, sendo sede de 63% das
multinacionais estabelecidas no Brasil, além de ter sido
responsável por 28% de toda a produção científica
nacional em 2005. A cidade também é a sede da Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa),
a segunda maior bolsa de valores do mundo em valor de
mercado.[16] São Paulo também concentra muitos dos
edifícios mais altos do Brasil, como os edifícios
Mirante do Vale, Itália, Altino Arantes, a Torre Norte,
entre outros.
São Paulo é a sexta cidade mais populosa do planeta e
sua região metropolitana, com 19 223 897 habitantes, é a
quarta maior aglomeração urbana do mundo. Regiões muito
próximas a São Paulo são também regiões metropolitanas
do estado, como Campinas, Baixada Santista e Vale do
Paraíba; outras cidades próximas compreendem
aglomerações urbanas em processo de conurbação, como
Sorocaba e Jundiaí. A população total dessas áreas
somada à da capital – o chamado Complexo Metropolitano
Expandido – ultrapassa 29 milhões de habitantes,
aproximadamente 75% da população do estado inteiro. As
regiões metropolitanas de Campinas e de São Paulo já
formam a primeira macrometrópole do hemisfério sul,
unindo 65 municípios que juntos abrigam 12% da população
brasileira.
Período colonial
A povoação de São Paulo de Piratininga surgiu em 25 de
janeiro de 1554 com a construção de um colégio jesuíta
por doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de
Anchieta, no alto de uma colina escarpada, entre os rios
Anhangabaú e Tamanduateí.
|
Fundação de São Paulo,
quadro de 1913 de Antônio Parreiras. |
Tal colégio, que funcionava num barracão feito de taipa
de pilão, tinha, por finalidade, a catequese dos índios
que viviam na região do Planalto de Piratininga,
separados do litoral pela Serra do Mar, chamada pelos
índios de "Serra de Paranapiacaba".
O nome São Paulo foi escolhido porque o dia da fundação
do colégio foi 25 de janeiro, mesmo dia no qual a Igreja
Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso,
conforme disse o padre José de Anchieta em carta à
Companhia de Jesus:
A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em
paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no
dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a
ele dedicamos nossa casa!
O povoamento da região do Pátio do Colégio teve início
em 1560, quando, na visita de Mem de Sá,
governador-geral do Brasil, à Capitania de São Vicente,
este ordenou a transferência da população da Vila de
Santo André da Borda do Campo, que fora criada por Tomé
de Sousa em 1553, para os arredores do colégio,
denominado "Colégio de São Paulo de Piratininga", local
alto e mais adequado (uma colina escarpada vizinha a uma
grande várzea, a Várzea do Carmo, por um lado e, pelo
outro lado, por outra baixada, o Vale do Anhangabaú),
para melhor se proteger dos ataques dos índios.
Desta forma, em 1560, a Vila de Santo André da Borda do
Campo foi transferida para a região do Pátio do Colégio
de São Paulo e passou a se denominar Vila de São Paulo,
pertencente à Capitania de São Vicente.
Pátio do Colégio, no Centro Histórico de São Paulo.
Neste local, foi fundada a cidade, em 1554. O prédio
atual é uma reconstrução feita na segunda metade do
século XX, tendo, como modelos, o colégio e igreja
jesuítas que foram erigidos no local em 1653.
São Paulo permaneceu, durante os dois séculos seguintes,
como uma vila pobre e isolada do centro de gravidade da
colônia, o litoral e se mantinha por meio de lavouras de
subsistência. São Paulo foi, por muito tempo, a única
vila no interior do Brasil. Esse isolamento de São Paulo
se dava principalmente porque era dificílimo subir a
Serra do Mar a pé da Vila de Santos ou da Vila de São
Vicente para o Planalto de Piratininga. Subida esta que
era feita pelo Caminho do Padre José de Anchieta.
Mem de Sá, quando de sua visita à Capitania de São
Vicente, proibira o uso do "Caminho do Piraiquê" (hoje
Piaçaguera), por serem, nele, frequentes os ataques dos
índios.
Em 22 de março de 1681, o Marquês de Cascais, donatário
da Capitania de São Vicente, transferiu a capital da
Capitania de São Vicente para a Vila de São Paulo, que
passou a ser a "Cabeça da Capitania". A nova capital foi
instalada, em 23 de abril de 1683, com grandes festejos
públicos.
Por ser a região mais pobre da colônia portuguesa na
América, em São Paulo teve início a atividade dos
bandeirantes, que se dispersaram pelo interior do país à
caça de índios porque, sendo extremamente pobres, os
paulistas não podiam comprar escravos africanos. Saíam,
também, em busca de ouro e de diamantes. A descoberta do
ouro na região de Minas Gerais, na década de 1690, fez
com que as atenções do reino se voltassem para São
Paulo.
Foi criada, então, em 3 de novembro de 1709, a nova
Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro, quando
foram compradas, pela coroa portuguesa, a Capitania de
São Paulo e a Capitania de Santo Amaro de seus antigos
donatários. Em 11 de julho de 1711, a Vila de São Paulo
foi elevada à categoria de cidade. Logo em seguida, por
volta de 1720, foi encontrado ouro, pelos bandeirantes,
nas regiões onde se encontram hoje a cidade de Cuiabá e
a Cidade de Goiás, fato que levou à expansão do
território brasileiro para além da Linha de Tordesilhas.
Quando o ouro esgotou, no final do século XVIII, teve
início o ciclo econômico paulista da cana-de-açúcar, que
se espalhou pelo interior da Capitania de São Paulo.
Pela cidade de São Paulo, era escoada a produção
açucareira para o Porto de Santos. Nessa época, foi
construída a primeira estrada moderna entre São Paulo e
o litoral: a Calçada do Lorena.
Período imperial
Após a Independência do Brasil, ocorrida onde hoje fica
o Monumento do Ipiranga, São Paulo recebeu o título de
Imperial Cidade, conferido por Dom Pedro I do Brasil em
1823.
Em 1827, houve a criação de cursos jurídicos no Convento
de São Francisco (que daria origem à futura Faculdade de
Direito do Largo de São Francisco), e isso deu um novo
impulso de crescimento à cidade, com o fluxo de
estudantes e professores, graças ao qual, a cidade passa
a ser denominada Imperial Cidade e Burgo dos Estudantes
de São Paulo de Piratininga.
|
Monumento à independência
no Parque da Independência, situado no local
onde foi proclamada a independência do
Brasil. |
Outro fator do crescimento de São Paulo foi a expansão
da produção do café, inicialmente na região do Vale do
Paraíba paulista, e depois nas regiões de Campinas, Rio
Claro, São Carlos e Ribeirão Preto. De 1869 em diante,
São Paulo passa a beneficiar-se de uma ferrovia que liga
o interior da província de São Paulo ao porto de Santos,
a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, chamada de A Inglesa.
Surgem, no final do século XIX, várias outras ferrovias
que ligam o interior do estado à capital, São Paulo. São
Paulo tornou-se, então, o ponto de convergência de todas
as ferrovias vindas do interior do estado. A produção e
exportação de café permite à cidade e à província de São
Paulo, depois chamada de Estado de São Paulo, um grande
crescimento econômico e populacional.
De meados desse século até o seu final, foi o período
que a província começou a receber uma grande quantidade
de imigrantes, em boa parte italianos, dos quais muitos
se fixaram na capital, e as primeiras indústrias
começaram a se instalar.
Republica Velha
Com o fim do Segundo Reinado e início da República a
cidade de São Paulo, assim como o estado de São Paulo,
tem grande crescimento econômico e populacional, também
auxiliado pela política do café com leite e pela grande
imigração europeia e asiática para São Paulo. Sobre o
grande número de imigrantes na capital paulista,
Cornélio Pires recolheu, em seu livro "Sambas e
Cateretês", uma modinha, de 1911, de Dino Cipriano, que
descreve a impressão que o homem do interior tinha da
capital paulista:
!Só úa coisa aquí in S. Pólo que eu já ponhei in reparo:
que só se vê é estrangero! Brasilêro é muito raro!
— Dino Cipriano
Durante a República Velha (1889-1930), São Paulo passou
de centro regional a metrópole nacional, se
industrializando e chegando a seu primeiro milhão de
habitantes em 1928. Seu maior crescimento, neste período,
relativo se deu, na década de 1890, quando dobrou sua
população. O auge do período do café é representado pela
construção da segunda Estação da Luz (o atual edifício)
no fim do século XIX e pela avenida Paulista em 1900,
onde se construíram muitas mansões.
O vale do rio Anhangabaú é ajardinado e a região situada
à sua margem esquerda passa a ser conhecida como Centro
Novo. A sede do governo paulista é transferida, no
início do século XX, do Pátio do Colégio para os Campos
Elísios. São Paulo abrigou, em 1922, a Semana de arte
moderna que foi um marco na história da arte no Brasil.
Em 1929, São Paulo ganha seu primeiro arranha-céu, o
edifício Martinelli.
As modificações realizadas na cidade por Antônio da
Silva Prado, o Barão de Duprat e Washington Luís, que
governaram de 1899 a 1919, contribuíram para o clima de
desenvolvimento da cidade; alguns estudiosos consideram
que a cidade inteira foi demolida e reconstruída naquele
período.
Com o crescimento industrial da cidade, no século XX,
para a qual contribuiu também as dificuldades de acesso
às importações durante a Primeira Guerra Mundial, a área
urbanizada da cidade passou a aumentar, sendo que alguns
bairros residenciais foram construídos em lugares de
chácaras.
A partir da década de 1920 com a retificação do curso de
rio Pinheiros e reversão de suas águas para alimentar a
Usina Hidrelétrica Henry Borden, terminaram os
alagamentos nas proximidades daquele rio, permitindo que
surgisse na zona oeste de São Paulo, loteamentos de alto
padrão conhecidos hoje como a "Região dos Jardins".
Revolução de 1932 à contemporaneidade
Em 1932, São Paulo se mobiliza no seu maior movimento
cívico: a revolução constitucionalista, quando toda a
população se engaja na guerra contra o "Governo
Provisório" de Getúlio Vargas. Em 1934, com a reunião de
algumas faculdades criadas no século XIX e a criação de
outras, é fundada a Universidade de São Paulo (USP),
hoje a maior do Brasil.
|
Multidão reunida em
protesto ao assassinato dos estudantes MMDC
durante a Revolução Constitucionalista de
1932. |
Outro grande surto industrial deu-se, durante a Segunda
Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura na década
de 1930 e às restrições ao comércio internacional
durante a guerra, o que fez a cidade ter uma taxa de
crescimento econômico muito elevada que se manteve
elevada no pós-guerra.
Em 1947, São Paulo ganha sua primeira rodovia asfaltada:
a Via Anchieta, (construída sobre o antigo traçado do
Caminho do Padre José de Anchieta), liga a capital ao
litoral paulista. Na década de 1950, São Paulo era
conhecida como A cidade que não pode parar e como A
cidade que mais cresce no mundo.
São Paulo realizou uma grande comemoração, em 1954, do
"Quarto Centenário" de fundação da cidade. É inaugurado
o Parque do Ibirapuera, lançados muitos livros
históricos e descoberta a nascente do rio Tietê em
Salesópolis. Com a transferência, a partir da década de
1950, de parte do centro financeiro da cidade que fica
localizado no centro histórico (na região chamada de "Triângulo
Histórico"), para a Avenida Paulista, as suas mansões
foram, na sua maioria, substituídas por grandes
edifícios.
No período da década de 1930 até a década de 1960, os
grandes empreendedores do desenvolvimento de São Paulo
foram o prefeito Francisco Prestes Maia e o governador
do estado de São Paulo Ademar de Barros, o qual também
foi prefeito de São Paulo entre 1957 e 1961. Prestes
Maia projetou e implantou, na década de 1930, o "Plano
de Avenidas de São Paulo", que revolucionou o trânsito
de São Paulo.
Estes dois governantes são os responsáveis, também,
pelas duas maiores intervenções urbanas, depois do Plano
de Avenidas, e que mudaram São Paulo: a retificação do
rio Tietê com a construção de suas marginais e o Metrô
de São Paulo: em 13 de fevereiro de 1963, o governador
Ademar de Barros e o prefeito Prestes Maia criaram as
comissões (estadual e municipal) de estudos para a
elaboração do projeto básico do Metrô de São Paulo, e
destinaram ao Metrô suas primeiras verbas.
Naquele ano, São Paulo somava quatro milhões de
habitantes. Iniciado a sua construção em 1968, na gestão
do prefeito José Vicente de Faria Lima, o metrô
paulistano começou a operar comercialmente em 14 de
setembro de 1974.
Atualmente, o crescimento tem-se desacelerado, devido ao
crescimento industrial de outras regiões do Brasil. As
últimas décadas atestaram uma nítida transformação em
seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais,
matizes de um grande polo nacional de serviços e
negócios, sendo considerada, hoje, um dos mais
importantes centros de comércio global da América
Latina.
Geografia
São Paulo é a capital do estado mais populoso do Brasil,
São Paulo, situando-se próximo ao paralelo 23º32'52''
sul e do meridiano 46º38'09'' oeste. A área total do
município é de 1 522,986 km², de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o
nono maior em extensão territorial.
De toda a área do município, 968,3248 km² são de áreas
urbanas, sendo a maior área urbana do país.
|
Imagem de satélite
focalizando a Região Metropolitana de São
Paulo. |
São Paulo está localizada junto à bacia do rio Tietê,
tendo as sub-bacias do rio Pinheiros e do rio
Tamanduateí papéis importantes em sua configuração. São
Paulo tem a altitude média de 760 metros.
O ponto culminante do município é o Pico do Jaraguá, com
1 135 metros, localizado Parque Estadual do Jaraguá, na
serra da Cantareira, onde se encontra também a segunda
maior floresta urbana do mundo, no Parque da Cantareira.
O intenso processo de conurbação atualmente em curso na
Grande São Paulo tem tornado inefetivas as fronteiras
políticas entre os municípios da região, criando uma
metrópole cujo centro está em São Paulo e atinge
municípios, como por exemplo, Santo André, São Bernardo
do Campo, São Caetano do Sul, Diadema (a chamada Região
do Grande ABC), Osasco e Guarulhos, entre várias outros.
A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi criada no
ano de 1973 e atualmente é constituída por 39 municípios,
sendo a maior aglomeração urbana do Brasil e a terceira
maior das Américas.
Seu Produto Interno Bruto (PIB) somava em 2008 cerca de
572 bilhões de reais.
Imigrantes e migrantes
São Paulo é a cidade mais multicultural do Brasil e uma
das mais diversas do mundo. Desde 1870, aproximadamente
2,3 milhões de imigrantes chegaram ao estado, vindos de
todas as partes do mundo. Atualmente, é a cidade com as
maiores populações de origens étnicas italiana,
portuguesa, japonesa, espanhola, libanesa e árabe fora
de seus países respectivos, e com o maior contigente de
nordestinos fora do Nordeste.
|
Imigrantes italianos
posando para fotografia no pátio central da
Hospedaria dos Imigrantes (atual Memorial do
Imigrante), ca. 1890. |
A comunidade italiana é uma das mais fortes, marcando
presença em toda a cidade. Dos dez milhões de habitantes
de São Paulo, 60% (seis milhões de pessoas) possuem
alguma ascendência italiana. São Paulo tem mais
descendentes de italianos que qualquer outra cidade
italiana (a maior cidade da Itália é Roma, com 2,5
milhões de habitantes).
Ainda hoje, os italianos agrupam-se em bairros como o
Bixiga, Brás e Mooca para promover comemorações e festas.[64]
No início do século XX, o italiano e seus dialetos eram
tão falados quanto o português na cidade, o que
influenciou na formação do dialeto paulistano da
atualidade.
São Paulo é a segunda maior cidade consumidora de pizza
do mundo. São seis mil pizzarias produzindo cerca de um
milhão de pizzas por dia.
A comunidade portuguesa também é bastante numerosa, e
estima-se que três milhões de paulistanos possuem alguma
origem em Portugal.
A colônia judaica representa mais de 60 mil pessoas em
São Paulo e concentra-se principalmente em Higienópolis
(presença maior) e no Bom Retiro (presença menor,
atualmente). A partir do século XIX, e especialmente
durante a primeira metade do século XX, São Paulo
recebeu também imigrantes alemães (no atual bairro de
Santo Amaro), espanhóis e lituanos (no bairro Vila
Zelina).
|
Bairro da Liberdade,
reduto da comunidade japonesa da cidade. |
Podemos destacar também a importante comunidade armênia,
com suas diversas instituições instaladas nas
proximidades dos bairros Bom Retiro, próximo a Estação
Armênia do Metrô, Imirim e Brás. Os armênios fizeram do
comércio e da fabricação de calçados, suas principais
atividades.
Com a decadência da imigração europeia e
asiática após a década de 1930, passou a predominar a
vinda de migrantes, em sua maioria oriundos da região
Nordeste do Brasil.
A cidade já contava com população afrodescendente no
século XIX, mas foi a partir da segunda metade do século
XX que a população de origem africana cresceu
rapidamente, através da chegada de pessoas de outros
estados brasileiros, principalmente da zona litorânea da
Bahia.
De acordo com o IBGE, em 2005, pelo menos cerca de 30%
da população paulistana tinha alguma ascendência
africana; isto é, declaravam-se como "pretos" e "pardos".
Uma das colônias mais marcantes da cidade é a de origem
árabe. Os libaneses e sírios chegaram em grande número
entre os anos de 1900 a 1930. Hoje seus descendentes
estão totalmente integrados à população brasileira,
embora aspectos culturais de origem árabe marcam até
hoje a cultura da capital paulista.
Restaurantes de comida árabe abundam por toda a cidade,
vendendo pratos que já entraram definitivamente na
culinária brasileira: quibe, esfiha, charutinho de
repolho etc. A rua 25 de Março foi criada pelos árabes,
que eram em sua maioria comerciantes.
A cidade de São Paulo possui o maior número de pessoas
que se declaram de origem asiática (amarelos) do Brasil.
Cerca de 456 mil pessoas são de origem oriental, dos
quais 326 mil são japoneses. A comunidade japonesa da
cidade é a maior fora do Japão. Imigrantes vindos do
Japão começaram a chegar em 1908, e imigraram em grande
número até a década de 1950.
A maior concentração de orientais da cidade está no
distrito da Liberdade. Este distrito de São Paulo possui
inúmeros restaurantes japoneses, lojas com peças típicas
do Japão, e nele veem-se letreiros escritos em japonês e
ouve-se muito o idioma. A colônia coreana da cidade
também é notável. São mais de 60 mil pessoas de origem
sul-coreana, particulamente concentrados no Bom Retiro,
Aclimação e Liberdade. No bairro da Aclimação é possível
encontrar diversos restaurantes coreanos, além de
locadoras de vídeo e mercearias coreanas. Os chineses
são bastante numerosos nos distritos da zona central da
cidade, como o Brás e a Liberdade.
Habitação e uso do espaço urbano
Ver também: Favelas na cidade de São Paulo
Segundo dados do censo de 2000 do IBGE, da fundação
SEADE e de pesquisas feitas pela prefeitura de São Paulo
no período 2000-2004, o município apresentava até aquele
momento um déficit de aproximadamente 800 mil unidades
habitacionais.
Isto equivaleria, segundo tais pesquisas, a
aproximadamente três milhões de cidadãos sem acesso à
habitação formal ou em habitações precárias: nestes
números constam a população de loteamentos clandestinos
e irregulares, a população moradora de favelas e a
população moradora de cortiços.
Tal déficit equivaleria, segundo alguns autores, a
aproximadamente um décimo de todo o déficit habitacional
nacional (estimado em aproximadamente oito milhões de
unidades). Em 2006, dos 1 522,986 km² do município de
São Paulo, 31 km² eram ocupados por mais de duas mil
favelas.
Aliado ao problema do déficit habitacional está o fato
de que, ainda segundo dados das pesquisas em distritos
censitários do IBGE e da fundação SEADE, a cada ano as
áreas centrais da cidade - correspondentes às regiões
centrais tradicionais e àquelas ligadas ao já citado
vetor sudoeste - apresentam uma taxa negativa de
crescimento demográfico (de -5% entre 2000 e 2008).
Indicadores socioeconômicos
São Paulo possui um Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) elevado (0,841), o décimo oitavo maior do estado e
o 68º do Brasil. Porém a distribuição do desenvolvimento
humano na cidade não é homogênea. Os distritos mais
centrais em geral apresentam IDH superior a 0,900,
gradualmente diminuindo à medida que se afasta do centro,
até chegar a valores inferiores a 0,800 nos limites do
município. Isto se deve a questões históricas, uma vez
que a área central, sobretudo a localizada entre os rios
Pinheiros, Tietê e Tamanduateí, foi o local onde mais se
concentraram os investimentos e o planejamento urbano
por parte do poder público.
As populações de mais baixa renda, por não terem como
arcar com o custo de vida dessas áreas, acabam assim
ocupando as áreas nas bordas do município, mais
desprovidas de infraestrutura.
O IDH estabelece três critérios para avaliação: o índice
de educação, longevidade e renda. O fator "educação" do
IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,919 –
patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos
padrões do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) – ao passo que a taxa de
analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do
IBGE foi de 4,9%, superior apenas à porcentagem
verificada nas cidades de Curitiba, Porto Alegre,
Florianópolis, Rio de Janeiro, Vitória e Belo Horizonte.
|
Mapa dos distritos de São
Paulo por índice de desenvolvimento humano,
de acordo com o Atlas de Trabalho e
Desenvolvimento da Cidade de São Paulo -
Atlas Municipal, em 2007. |
Os melhores distritos classificados pelo IDH em educação
são Moema, Jardim Paulista e Pinheiros, os piores são
Marsilac, Jardim Ângela e Grajaú.
Tomando-se por base o relatório do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, São
Paulo obteve a nona colocação entre as capitais
brasileiras.
Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM) de 2007, três escolas da cidade figuraram entre
as 20 melhores do ranking, sendo os colégios Vértice,
Bandeirantes e Móbile os respectivos terceiro, décimo
quarto e vigésimo colocados.
Contudo – e em consonância aos grandes contrastes
verificados na metrópole –, em algumas regiões
periféricas e empobrecidas, o aparato educacional
público de nível médio e fundamental é ainda deficitário,
dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses
locais, a violência costuma impor certas barreiras ao
aproveitamento escolar, constituindo-se em uma das
causas preponderantes à evasão ou ao aprendizado
carencial.
No fator renda estabelecido pelo IDH, 11 dos 96
distritos apresentam a maior classificação (1,000),
enquanto 14 estão no grupo dos níveis médios, abaixo de
0,700. Em longevidade os distritos de Pinheiros, Moema e
Perdizes lideram a lista e os piores colocados foram
Marsilac, Parelheiros e Lajeado.
Pelo Índice de Gini, que mede a desigualdade social, os
distritos de Vila Andrade, Vila Sônia e Tremembé possuem
a maior disparidade econômica. Todos os índices são
publicados no Atlas do Trabalho e Desenvolvimento de São
Paulo, uma ferramenta eletrônica que abriga mais de 200
indicadores socioeconômicos da capital.
Um ranking mundial de qualidade de vida, elaborado pela
consultoria internacional em recursos humanos Mercer,
aponta a capital paulista na 117ª posição entre 221
cidades e na terceira posição entre as três cidades
brasileiras do ranking. O status ecológico em um ranking
paralelo aponta a cidade na 148ª posição.
-
Amman,
Jordânia
-
Assunção,
Paraguai
-
Bucareste,
Romênia
-
Buenos
Aires, Argentina
-
Cluj-Napoca,
Romênia
-
Chicago,
Estados Unidos
-
Coimbra,
Portugal
-
Córdoba,
Espanha
-
Funchal,
Portugal
-
Góis,
Portugal
-
Hamburgo,
Alemanha
-
Havana,
Cuba
-
Mendoza,
Argentina
-
Milão,
Itália
-
La
Paz, Bolívia
-
Leiria,
Portugal
-
Lisboa,
Portugal
-
Luanda,
Angola
-
Montevidéu,
Uruguai
-
Santiago,
Chile
-
Toronto,
Canadá
-
Damasco,
Síria
-
Macau,
China
-
Naha,
Japão
-
Ningbo,
China
-
Osaka,
Japão
-
Pequim,
China
-
Póvoa
de Varzim, Portugal
-
Santiago
de Compostela, Espanha
-
Seul,
Coreia do Sul
-
Tel
Aviv, Israel
-
Yerevan,
Armênia
|
Relações
internacionais
As cidades-irmãs da cidade de São Paulo
estão regulamentadas através da lei nº 14
471/2007. |
Subdivisões
O município de São Paulo está, administrativamente,
dividido em trinta e uma subprefeituras, cada uma delas,
por sua vez, divididas em distritos, sendo estes últimos,
eventualmente, subdivididos em subdistritos (a
designação "bairro", porém, não existe oficialmente,
embora seja usualmente aplicada pela população).
|
Localização |
População |
Área |
Zona |
est. de 2008 |
em km² |
Central |
328.597 |
31 |
Noroeste |
1.007.691 |
144 |
Norte ou
Nordeste |
1.181.582 |
152 |
Leste 1 |
1.212.099 |
140 |
Leste 2 |
1.342.924 |
68,8 |
Sudeste |
1.494.770 |
128 |
Sul |
2.346.913 |
607 |
Centro-Sul |
715.910 |
74 |
Oeste |
872.817 |
128 |
Cidade de São Paulo
|
10.940.311 |
1509 |
|
Os
atuais distritos foram criados pela lei
municipal nº 11 220 de 20 de maio de 1992, e
as atuais subprefeituras pela lei municipal
n° 13 399, de 1º de agosto de 2002. |
As subprefeituras estão oficialmente agrupadas em nove
regiões (ou "zonas"), levando em conta a posição
geográfica e história de ocupação. Entretanto, há certos
órgãos e instituições (companhias telefônicas, zonas
eleitorais, etc.) que adotam uma divisão diferente da
oficial.
Cabem às subprefeituras os serviços ordinários à
população, dessa forma, descentralizando alguns serviços
rotineiros.
A divisão política oficial da cidade leva em conta tanto
características histórico-culturais dos diferentes
bairros de São Paulo como fatores de ordem prática (como
a divisão de duas subprefeituras em uma avenida
importante).
Porém, muitas vezes tal divisão não reflete a percepção
socioespacial que a população local tem dos lugares: há
regiões da cidade que não são oficialmente reconhecidas
pela prefeitura, de forma que sua delimitação seja
informal e abranja diferentes distritos e subprefeituras,
mantendo o nome por tradição, contiguidade física ou
facilidade de localização. O fenômeno tende a se repetir
na cidade inteira e considerado de forma ampla, pode
levar a uma não identificação dos moradores com as
instâncias políticas locais.
Além da divisão política, há também uma divisão em nove
zonas geográficas, cada uma delas representada por cores
diferentes nas placas de ruas e na cor dos ônibus que
circulam na região. Essas regiões são estabelecidas
radialmente, usando apenas critérios gráficos, e,
salvo algumas exceções, não têm uma homogeneidade urbana,
nem qualquer distinção administrativa, com exceção do
centro histórico e do centro expandido, onde vigora o
rodízio municipal.
Economia
São Paulo possui o maior PIB dentre as cidades
brasileiras, o 10º maior do mundo e, segundo projeção da
PricewaterhouseCoopers, será o 6º maior em 2025. Segundo
dados do IBGE, em 2005 seu Produto Interno Bruto (PIB)
foi de R$ 263 177 148 000,00, o que equivale a
aproximadamente 12,26% do PIB brasileiro e 36% de toda
produção de bens e serviços do estado de São Paulo.
Sua região metropolitana possui um PIB de
aproximadamente R$ 416,5 bilhões, o que corresponde a
57,3% de todo o PIB paulista. Segundo dados do IBGE, a
rede urbana de influência exercida pela cidade no resto
do país abrange 28% da população e 40,5% do PIB
brasileiro.
A capital paulista é a sexta cidade do mundo em número
de bilionários, segundo a listagem da revista Forbes
considera como referência o endereço principal dos 1 210
bilionários da lista de 2011 feita pela revista, com
base em valores convertidos para o dólar norte-americano.
Entretanto, a crise financeira de 2008-2009 afetou a
renda média domiciliar per capita dos moradores de São
Paulo, que, em 2008, era de R$ 816,40, o que posiciona a
cidade na oitava colocação no ranking das capitais
brasileiras, atrás de Florianópolis, Porto Alegre,
Vitória, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte.
Segundo pesquisa da consultoria Mercer sobre o custo de
vida para funcionários estrangeiros, São Paulo está
entre as dez cidades mais caras do mundo, classificada
na décima posição en 2011, 11 postos acima de sua
clasificação de 2010, e na frente de cidades como
Londres, Paris, Milão e Nova Iorque.
Um dos maiores
centros financeiros do Brasil e do mundo, São Paulo
passa hoje por uma transformação em sua economia.
Durante muito tempo a indústria constituiu uma atividade
econômica bastante presente na cidade, porém São Paulo
tem atravessado nas últimas três décadas uma clara
mudança em seu perfil econômico: de uma cidade com forte
caráter industrial, o município tem cada vez mais
assumido um papel de cidade terciária, pólo de serviços
e negócios para o país. Em São Paulo, por exemplo, está
sediada a BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e
Futuros de São Paulo), a bolsa oficial do Brasil. A
BMF&Bovespa é a maior bolsa de valores do continente
americano e a segunda maior do mundo, ambos em valor de
mercado.
O município tem alguns centros financeiros espalhados
por seu território, sendo o principal e mais famoso
deles a avenida Paulista, que abriga sedes de bancos,
multinacionais, hotéis, consulados e se impõe como um
dos principais pontos turísticos e culturais da cidade.
O centro da cidade, que apesar de ter sido ofuscado
pelas centralidades econômicas mais recentes, abriga a
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo
(BM&FBOVESPA), diversas empresas e hotéis.
|
Rua Oscar
Freire na região dos
Jardins, eleita a oitava rua mais luxuosa do
planeta. |
Contudo, existem outras centralidades no chamado vetor
sudoeste, como a avenida Brigadeiro Faria Lima e os
bairros do Brooklin e Vila Olímpia, na região oeste da
cidade, que se destacam por sua intensa e moderna
verticalização, pela presença de hotéis de luxo e
empresas multinacionais.
Muitos analistas também têm apontado São Paulo como uma
importante "cidade global" (ou "metrópole global",
classificação dividida apenas com o Rio de Janeiro entre
as cidades brasileiras).
Como cidade global, São Paulo tem acesso às principais
rotas aeroviárias mundiais, às principais redes de
informação, assim como sedia filiais de empresas
transnacionais de importância global, além de
importantes instituições financeiras, mesmo estando
conectada marginalmente aos fluxos transnacionais de
pessoas, investimentos e empregos.
O urbanista João Sette Whitaker Ferreira, entretanto,
considera que a desigualdade social e a segregação
espacial descaracterizam São Paulo como uma cidade
global. Apesar de ser o centro financeiro do país, São
Paulo apresenta também alto índice de negócios ligados à
economia informal.
Neste mesmo cenário, segundo dados de 2001 da prefeitura
do município, cerca de 10% dos paulistanos vivi abaixo
da linha de pobreza.
A cidade de São Paulo também tem se consolidado em um
polo de comércio de produtos contrabandeados, pirateados
e falsificados, em geral localizados em alguns pontos do
centro da cidade como a Rua 25 de Março, a rua Santa
Ifigênia e áreas próximas a estações de metrô. Os
artigos em geral são CDs com versões piratas de
softwares, filmes ou álbuns em CD e DVD, ou então
acessórios e itens de vestuário, principalmente mochilas
e tênis de marcas internacionais, entre outros artigos.
Tecidos Urbanos
São Paulo possui uma miríade de tecidos urbanos. Os núcleos originais da
cidade apresentam-se verticalizados, caracterizados pela presença de
edifícios comerciais e de serviços; e as periferias desenvolvem-se, de
forma geral, com edificações de dois a quatro andares - embora tal
generalização certamente encontre exceções no tecido da metrópole.
Comparada a outras cidades globais (como as cidades-ilha de Nova Iorque
e Hong Kong), porém, São Paulo é considerada uma cidade de "edifícios
baixos". Seus maiores edifícios raramente atingem quarenta andares, e a
média entre os edifícios residenciais é de vinte. Todavia, é a terceira
cidade no mundo em quantidade de prédios, de acordo com a página
especializada em pesquisa de dados sobre edificações Emporis Buildings,
além de possuir o maior arranha-céu do país, o Mirante do Vale, também
conhecido como Palácio Zarzur Kogan, com 170 metros de altura.
São comuns as seguintes regiões, caracterizadas de acordo com seu tecido
urbano:
|
Casario
composto por sobrados de classe média,
recuados em relação ao lote, em bairros
predominantemente residenciais ou comerciais.
Periferias nas quais a legislação de
ocupação do solo é menos respeitada,
composta por sobrados ou residências térreas
mas com densidade maior que o casario
supracitado. |
Bairros de classe média, normalmente localizados em um anel periférico
imediatamente seguinte ao Centro da cidade, mas não tão distantes quanto
as periferias extremas, ocupados por condomínios verticais (edifícios de
apartamentos isolados em meio ao lote, contendo quase 50% de espaço
livre e normalmente de acesso privativo).
Regiões verticalizadas do Centro da cidade, variando bastante a relação
entre a largura da rua e a altura dos edifícios.
Novas regiões verticalizadas e com edifícios mais recuados e com maior
presença do automóvel (como a Nova Faria Lima e a região da avenida Luís
Carlos Berrini).
Favelas
Favela (português brasileiro), bairro de lata (português
europeu) ou musseque (português angolano), tal como definido pela
agência das Nações Unidas, UN-HABITAT, é uma área degradada de uma
determinada cidade caracterizada por moradias precárias, falta de
infraestrutura e sem regularização fundiária. Segundo a Organização das
Nações Unidas, a porcentagem da população urbana que vive em favelas
diminuiu de 47 por cento para 37 por cento no mundo em desenvolvimento,
no período entre 1990 e 2005.
|
Favela Dharavi, uma das
maiores do mundo, em Mumbai, Índia. 55% da
população da cidade vive em favelas, que
cobrem apenas 6% das terras da cidade. A
taxa de crescimento de favelas em Mumbai é
maior do que a taxa de crescimento urbano
geral. |
No entanto, devido ao crescimento populacional e ao aumento das
populações urbanas, o número dos moradores de favelas ainda é crescente.
Um bilhão de pessoas no mundo vivem em favelas e esse número
provavelmente irá crescer para 2 bilhões em 2030. Outro relatório da
ONU, divulgado em 2010, apontou que 227 milhões de pessoas deixaram de
viver em favelas na década de 2000.
O termo tem sido tradicionalmente referido a áreas de habitação que já
foram respeitáveis, mas que se deterioraram quando os habitantes
originais foram deslocados para novas e melhores partes da cidade, porém
o termo também é aplicado aos vastos assentamentos informais encontrados
nas cidades do mundo subdesenvolvido e em desenvolvimento.
Muitos moradores opõe-se energicamente contra a descrição de suas
comunidades como "favelas", alegando que o termo é pejorativo e que,
muitas vezes, resulta em ameaças de despejos.[8] Muitos acadêmicos têm
criticado a UN-HABITAT e o Banco Mundial, argumentando que a campanha
criada pelas duas instituições denominada "Cidades Sem Favelas" levou a
um aumento maciço de despejos forçados.
Embora suas características geográficas variem entre as diferentes
regiões, geralmente essas áreas são habitadas por pessoas pobres ou
socialmente desfavorecidas. Os edifícios de favelas variam desde simples
barracos a estruturas permanentes e bem-estruturadas. Na maioria das
favelas ocorre a falta de água potável, eletricidade, saneamento e
outros serviços básicos, como policiamento e corpo de bombeiros, por
exemplo.
Etimologia
A origem do termo em português brasileiro favela surge no episódio
histórico conhecido por Guerra de Canudos. A cidadela de Canudos foi
construída junto a alguns morros, entre eles o Morro da Favela, assim
batizado em virtude da planta Cnidoscolus quercifolius (popularmente
chamada de favela) que encobria a região.
Alguns dos soldados que foram para a guerra, ao regressarem ao Rio de
Janeiro em 1897, deixaram de receber o soldo, instalando-se em
construções provisórias erigidas sobre o Morro da Providência.
O local passou então a ser designado popularmente Morro da Favela, em
referência à "favela" original. O nome favela ficou conhecido e na
década de 1920, as habitações improvisadas, sem infraestrutura, que
ocupavam os morros passaram a ser chamadas de favelas.
As características associadas a favelas variam de um
lugar para outro. Favelas são normalmente caracterizadas pela degradação
urbana, elevadas taxas de pobreza e desemprego. Elas normalmente são
associadas a problemas sociais como o crime, toxicodependência,
alcoolismo, elevadas taxas de doenças mentais e suicídio. Em muitos
países pobres, elas apresentam elevadas taxas de doenças devido as
péssimas condições de saneamento, desnutrição e falta de cuidados
básicos de saúde.
Um grupo de peritos das Nações Unidas criou uma definição operacional de
uma favela como uma área que combina várias características: acesso
insuficiente à água potável, ao saneamento básico e a outras
infraestruturas; má qualidade estrutural de habitação; superlotação; e
estruturas residenciais inseguras. Pode-se acrescentar o baixo estado
socioeconômico de seus residentes. A nova Lei do inquilinato tem
contribuido para o aumento acentuado das favelas pelo Brasil.
Referências:
Wikipédia
Ache Tudo e região
Slums, Stocks, Stars and the New India
Slums
http://www.un.org/millenniumgoals/pdf/mdg2007.pdf p. 26
Article on Mike Davis's book 'Planet of Slums
Slum Dwellers to double by 2030 UN-HABITAT report, April 2007
a b Quatro capitais brasileiras estão entre as mais desiguais do mundo,
diz ONU - G1, 19 de março de 2010 (visitado em 19-3-2010)
a b c UN-HABITAT 2007 Press Release on its report, "The Challenge of
Slums: Global Report on Human Settlements 2003".
See, for instance, the press release from Abahlali baseMjondolo on the
Slums Act in South Africa
For instance see the work of Marie Huchzermeyer
Measure Evaluation / NIPORT (2006) Slums of urban Bangladesh: mapping
and census, 2005. Centre for Urban Studies / Measure Evaluation /
National Institute of Population Research and Training. Accessed 9 June
2007 [2]
Jorge Hernández. Sólo tres unidades de bomberos atienden 2 mil barrios
de Petare (em Spanish).
See the report on shack fires in South Africa by Matt Birkinshaw [3] as
well as the wider collection of articles in fires in shanty towns at [4]
Georg Gerster, Flights of Discovery: The Earth from Above, 1978, London:
Paddington, p. 116
Stewart Brand, "Stewart Brand on New Urbanism and squatter communities",
The New Urban Network, reprinted from from Whole Earth Discipline,
Penguin, 2010
[For more on this see the report on shack fires in South Africa by Matt
Birkinshaw at
http://abahlali.org/files/Big_Devil_Politics_of_Shack_Fire.pdf]
Millenium Development Goals - News, 5 de abril 2005
Comhabitat: Briefing paper produced for the Commonwealth Civil Society
Consultation, Marlborough House, London, Wednesday, 15 de novembro de
2006
Indian slum population doubles in two decades. The Times (18/05/2007).
Página visitada em 23/05/2010.
http://www.indiavision.com/news/article/national/98404/
http://www.dailyherald.com/special/philippines/part1.asp
http://showbizandstyle.inquirer.net/lifestyle/lifestyle/view/20070630-73994/High_transaction_costs,_rent_control_linked_to_RP_slums
http://home.earthlink.net/~lordprozen/PUF/bahang/state.html#ref4
http://www.globalpropertyguide.com/investment-analysis/Housing-Sales-and-Rental-Markets-in-Asia
See Robert Neuwirth's article 'Squatters and the Cities of Tomorrow'
UN-HABITAT, dados de 2005 - http://www.unhabitat.org/stats/Default.aspx
Dharavi - National Geographic Magazine
http://www.dawn.com/weekly/cowas/20071006.htm
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/greece/6147072/Greek-immigration-crisis-spawns-shanty-towns-and-squats.html
http://www.isuh.org/download/dhaka.pdf
http://olympics.scmp.com/Article.aspx?id=1419§ion=insight
http://english.peopledaily.com.cn/200509/09/eng20050909_207472.html
http://www.isg-fi.org.uk/spip.php?article288
Pérouse, Jean-François (janeiro 2004). Gecekondu (em francês).
ejts.revues.org. European Journal of Turkish Studies. Página visitada em
14 de julho de 2011.
http://www.blnz.com/news/2009/07/28/Madrid_calls_time_shameful_shanty_8445.html
http://www.siloam.org.uk/002.htm
Veja:Mais de 11 milhões de brasileiros vivem em favelas (21 de dezembro
de 2011). Página visitada em 22 de dezembro de 2011.
Exame (Brasil):6% dos brasileiros vivem em favelas e similares, diz IBGE
(21 de dezembro de 2011). Página visitada em 22 de dezembro de 2011.
Exame (Brasil):São Paulo é metrópole com mais moradores de favelas do
Brasil, segundo o IBGE (21 de dezembro de 2011). Página visitada em 22
de dezembro de 2011.
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