Desde o início, o
processo de ocupação de Praia Grande teve um fator fundamental, sua
localização geográfica, situada entre as Vilas de São Vicente, da qual
pertencia, e a Vila de Conceição de Itanhaém. Piaçabuçu, primeiro nome
dado pelos indígenas à Praia Grande, do tupi "Porto-Grande" era
conhecida também como "Caminho de Conceição de Itanhaém".
Já possuía um considerável núcleo
populacional de caráter essencialmente agrícola nos séculos XVII,
XVIII e XIX.
Segundo o primeiro recenseamento da Capitania de São
Vicente, em 1765, entre as "Prayas de Taypus e Mongaguá" , como era
conhecido este trecho da orla, existiam muitos sítios na região e
agricultores que utilizavam o trabalho de negros forros e escravos
para produzir e abastecer as Vilas de São Vicente e Santos de
produtos agrícolas e artesanais.
Pelos recenseamentos dos primeiros
anos de 1800, os moradores daqui criavam algumas cabeças de gado e
plantavam arroz, mandioca, cana-de-açúcar, milho, feijão, batata
doce, abacaxi, pimenta, tomate, laranja e café. Cortavam árvores
para produzir madeira e faziam chapéus de palha, aguardente e
farinha, que vendiam parte nas vilas de São Vicente e Santos para
comprar outros produtos que necessitavam. |
Rio Piaçabuçu: é o principal rio de
Praia Grande, por quatro séculos foi
o principal caminho de acesso para itanhaém.
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Aspectos do "Porto do Campo", atual Portinho.
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Quem fazia o
trabalho da roça e os serviços de casa eram os escravos negros, de
origem africana. (Fonte: "Paisagens da Memória – História de Praia
Grande").
O transporte era feito por canoas que
navegavam pelo rio Piaçabuçu, até o Porto do Piaçabuçu, atual bairro
Caieiras. Desse ponto em diante, as pessoas seguiam caminho pela
areia dura da praia em direção a Itanhaém. Outro caminho utilizado
era sair do Porto do Tumiarú (São Vicente) e atravessar para o Porto
do Campo, conhecido hoje como Portinho.
As primeiras décadas
do século XX determinaram uma nova forma de ocupação e fixação na
região com as construções da Fortaleza de Itaipu, em 1902; da
Estrada de Ferro Santos-Juquiá, em 1912 e, principalmente, a
construção da Ponte Pênsil em 1914, que durante muito tempo
constituiu a principal via terrestre de acesso à Praia Grande, o que
despertou o interesse de investidores imobiliários, atraídos pela
faixa de 22,5 Km de praias contínuas.
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Para a construção, foram desapropriados,
pelo Governo Federal, quatro sítios.
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Construída com a finalidade de
defender a entrada do Porto de Santos... "Para implantação do
conjunto de defesa projetado, havia necessidade de um local
privilegiado de onde pudesse ser vista toda a baía... Logo após ter
assumido a chefia da comissão, o Major Villeroy foi a Ponta do
Itaipu, uma região de Praia Grande... e reconheceu militarmente o
terreno..." (Muniz Júnior, J. – Fortaleza de Itaipu: edição especial
do lº centenário – 1902-2002).
Para a construção, foram
desapropriados, pelo Governo Federal, quatro sítios. O Sítio Itaipus,
o Sítio Prainha, o Sítio Itaquitanduva e o Sítio Suá, sendo o Sítio
Itaipus de propriedade de José Gonçalves de Aguiar, último Capitão
Mor de São Vicente. |
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Dados dos recenseamentos em São Vicente no ano de 1798,
referentes a família de D. Elena Maria D'Assunção.
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A partir dessa época, os
sítios começaram a ceder lugar aos primeiros loteamentos, entre eles:
Jardim Guilhermina, 1926, Jardim Matilde, 1925 e Cidade Ocian, 1953.
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Dados dos recenseamentos em São Vicente no ano de 1818,
referentes a família de D. Elena Maria D'Assunção.
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Hotel dos Alemães, 1928
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As
transformações ocorridas a partir da década de 50 no desenvolvimento
populacional e imobiliário, os interesses de lideranças políticas
locais, o sentimento de isolamento e abandono em relação a
Administração Vicentina, aliados a falta de infra-estrutura e
serviços básicos, foram os fatores que determinaram o início do
movimento em prol da emancipação político-administrativa de Praia
Grande.
A articulação locais
com lideranças de influência no âmbito estadual e a participação dos
moradores, realizando um plebiscito em 1963, onde, dos 707 eleitores
moradores, 680 votaram a favor da Emancipação, levaram o Supremo
Tribunal Federal a legitimar o desmembramento de Praia Grande do
Município de São Vicente em 26 de outubro de 1966.
Em janeiro de 1967, com a posse do
interventor Federal Nicolau Paal, é instalado oficialmente o
Município de Praia Grande. |
Nas três décadas seguintes,
principalmente com a construção da Rodovia dos Imigrantes, em 1974,
um processo de ocupação e turismo extremamente veloz e desordenado
transforma a paisagem da cidade.
A partir dos anos 90, as condições
de vida de moradores e turistas começaram a sofrer mudanças
qualitativas significativas com a realização de grandes
investimentos de reurbanização, infra-estrutura e na humanização da
cidade.
Quanto aos antigos sítios,
permanecem na memória e na História da cidade, que se constrói a
cada dia. |
Turista de "um dia", na década de 70, no Balneário Paquetá.
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