Conhecida como Vila dos Americanos até 1904, quando transformou-se em
Distrito de Paz de Santo Antônio de Vila Americana (comarca de
Campinas), depois Município de Vila Americana em 1924. Em 1953, comarca
de Americana.
A origem de Americana se relaciona a dois fatos ocorridos em 1875: a
inauguração da Estação Ferroviária, em 27 de agosto, pela Companhia
Paulista de Estradas de Ferro e Fluvial, em torno da qual desenvolveu-se
o núcleo urbano americanense.
Ainda neste ano, Antônio e Augusto de Souza Queiroz e Willian Putney
Ralston inauguraram uma tecelagem de algodão situada na fazenda São
Domingos (atual Carioba). Esta fábrica, uma das três primeiras
tecelagens do estado de São Paulo, foi o embrião do parque e da vocação
têxtil da cidade.
Alguns anos antes (1866) o confederado norte-americano Willian H.
Norris, senador do Alabama, compra terras na fazenda Machadinho para
instalar seus compatriotas sulistas que haviam imigrado para o Brasil
após a Guerra de Secessão nos Estados Unidos.
Esses norte-americanos compravam novas terras na direção de Santa
Bárbara, praticavam novas técnicas agrícolas e introduziam o arado,
desconhecido até então. Plantaram algodão e melancia de excelente
qualidade.
Por volta de 1884, a tecelagem de Carioba é comprada por Clemente
Willmot e outros europeus, que fizeram grandes ampliações para produzir
casemiras de alta qualidade, mas faliram em 1896.
Em 1901, Franz Muller, em sociedade com seu irmão Herman e o Inglês
Rawlison, arrematou em leilão do Banco do Brasil a indústria falida com
100 teares e gerador elétrico, constituindo a firma Rawlison, Muller &
Cia. Algum tempo depois Franz comprou a parte dos seus sócios.
Instalou-se um período de grandes avanços e muita prosperidade para o
então Distrito de Paz de Villa Americana, que somada à bem sucedida
experiência social democrata de Carioba, beneficiou todos os moradores,
trabalhadores, proprietários e visitantes que ali viveram por mais de
cinquenta anos. As casas dos operários de Carioba tinham água encanada,
luz elétrica e esgoto.
Carioba tinha também escola, açougue, padaria, fármácia, leiteria,
hotel, restaurante, clube recreativo e salão de danças, cinema, igreja,
vários bares, aeroporto e o Parque Recreativo Dona Albertina, onde os
turistas faziam pequiniques.
Em 1907, a Fazenda Salto Grande, a mais antiga e importante da região,
foi comprada por Rawlinson, Muller & Cia. Aproveitando o salto existente
no rio Atibaia, construiram uma hidroéletrica que a partir de 1911
forneceu energia para Americana, Sumaré, Monte Mor, Nova Odessa e
Carioba.
A fazenda Salto Grande produzia algodão para a fiação de Carioba e assim
tornou-se um laboratório genético do algodão, que produzia sementes
selecionadas e premiadas, para todo o Brasil.
Em 1935 foi inaugurada a hidroelétrica Cariobinha, no Ribeirão Quilombo
e no mesmo ano as ruas de Carioba receberam a primeira pavimentação
asfáltica do Brasil, com asfalto importado da Alemanha.
Quando Americana era ainda Distrito de Paz, de 1904 a 1924, já contava
com empresas pioneiras no país, como a Fábrica de Arados de Niels
Nielsen, a Destilaria de Álcool de Jorge Redher, a Companhia Telefônica,
além de um comércio próspero; todos instalados ao redor da Estação.
Entre os anos de 1935 e 1970 houve a implantação da indústria
facionista: uma empresa fornece matéria-prima a um operário, que a tece
em teares próprios e retorna o produto à sua contratante recebendo dela
pelos metros tecidos. Surgem assim pequenas empresas têxteis, que
acabaram se transformando em renomadas indústrias, fazendo de Americana
o maior polo produtor de fibras artificiais e sintéticas da América
Latina.
É relevante citar os imigrantes italianos como grandes colaborabores no
progresso da cidade, que a partir de 1887 escolheram Americana para se
instalar e trabalhar, primeiro na lavoura e em seguida nas tecelagens.
Em 1956 Americana se destacou como a cidade de maior progresso do Brasil
e isso atraiu o interesse de multinacionais que se instalaram no
município.
No início dos anos 90, com a abertura indiscriminada da importação, o
setor têxtil sofre considerável queda e muitas empresas deixam de
existir. No entanto, as indústrias restantes se modernizaram e estão
produzindo, no total, muito mais tecido do que antes da queda.
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