O município de Uruguaiana comemora seu
aniversário no dia 29 de maio. A data marca a elevação da então localidade
de Uruguaiana à condição de capela curada, pela lei provincial de 29 de
maio de 1846. No entanto, há uma outra data, ocorrida três anos antes, que
faz de Uruguaiana uma cidade especial: ela foi a única vila fundada pelos
farrapos durante o período da Revolução Farroupilha.
No início do século XIX havia, a 30
quilômetros de Uruguaiana, uma localidade chamada Santana Velha, onde
funcionava um posto fiscal, um acampamento militar e onde existiam alguns
ranchos com moradores. A localidade ficava no ponto onde as tropas e
comerciantes passavam o rio Uruguai. No ano de 1840 o povoado foi
destruído por uma violenta inundação.
O Rio Grande, naquela época (final da
primeira metade do século XIX), se encontrava em plena Revolução
Farroupilha. E os farrapos eram uma presença forte no sul da então
província - ponto estratégico para eles, pois dali podiam atravessar a
fronteira para Argentina ou Uruguai quando necessário.
Em 24 de fevereiro de 1843, provavelmente
avaliando a situação geográfica estratégica onde estaria a futura
Uruguaiana, os farrapos criaram, junto ao Capão do Tigre, uma capela
curada, com o nome de Capela do Uruguai. A criação da capela já havia sido
decidida no ano anterior pela Assembléia Constituinte realizada em
Alegrete pelos farrapos. A vila foi, assim, a primeira e única localidade
criada no regime farroupilha. Por isso, seus moradores a chamam de "filha
dileta dos farrapos".
O local foi povoado por simpatizantes do
movimento farroupilha. Com o final da Guerra dos Farrapos - em 1845 - o
governo provincial aproveitou a boa situação geográfica do local e tratou
de "refundar" Uruguaiana em 1846, dando-lhe o seu atual nome e elevando-a
à condição de vila - agora, pela legislação provincial. Instalou, também,
um posto fiscal e de milícias para controlar o movimento de cargas e
pessoas na fronteira.
A vila se desenvolveu e chegou à
categoria de cidade em 1874. Mas, antes disso, passaria por maus momentos.
Em 1865, durante a Guerra do Paraguai, Uruguaiana foi invadida pelas
tropas daquele país, em 5 de agosto, e só foi retomada em 18 de setembro.
Embora a tomada tenha sido feita sem lutas, os paraguaios saquearam as
casas de comércio - que eram muitas, devido ao intercâmbio com os países
do Prata - e as residências.
O local onde as tropas paraguaias
instalaram suas barricadas, para resistir ao confronto com os soldados da
Tríplice Aliança - Brasil, Uruguai e Argentina - foi a atual praça Rio
Branco, em frente à prefeitura. Ali foi, também, o local onde se renderam
- e por isto durante muitos anos se chamou "Praça da Rendição".
Durante este século, através de seus
moradores, Uruguaiana estaria presente em grande parte das revoluções que
agitaram o país nas primeiras décadas. Exemplo disto foi a revolução de
1923, quando Flores da Cunha, que então era intendente do município, saiu
da cidade chefiando uma tropa de legalistas (chimangos) para combater os
maragatos.
Encerrado o período de
revoluções, a cidade passou a viver em função de sua pecuária e
agricultura e do comércio internacional. Essa característica se acentuou a
partir de 1947, quando foi inaugurada a ponte internacional, cuja
construção tinha sido iniciada em 1943.
A ponte internacional Agustin Justo -
Getúlio Vargas, ou a Ponte do Mercosul, como vem sendo apresentada nas
cidades de Uruguaiana e sua vizinha Paso de los Libres, no lado argentino
da fronteira, completou 50 anos em 21 de maio de 1997. Graças a ela
Uruguaiana se transformou no maior porto seco da América Latina e ocupa
uma posição de destaque no cenário das trocas comerciais entre Brasil e
Argentina - por ali passam mais de 5% de todo o comércio exterior
brasileiro.
Desde o século XIX há registros do
interesse de se construir uma ponte na fronteira do Brasil com a
Argentina. Mas o projeto somente começou a se tornar realidade no momento
em que um grupo de pessoas iniciou um movimento nesse sentido. Entre elas
destacam-se o empresário Eustáquio Ormazabal, considerado o idealizador da
ponte internacional, e o então cônsul do Brasil em Libres, Antonio Mary
Ulrich, um dos principais líderes da mobilização intensificada em 1933,
quando se formaram comissões para tratar do assunto nos governos argentino
e brasileiro. A liderança de Ormazabal e Ulrich chegou a ser reconhecida
pelos Correios, que em 1945 lançaram uma folha, carimbo e selo brasileiros
comemorativos à abertura da ponte ao tráfego de veículos.
Entre os primeiros documentos oficiais
relacionados com a ponte internacional Agustin Justo - Getúlio Vargas,
destacam-se as notas diplomáticas trocadas entre as embaixadas, em 1934,
anunciando a disposição dos governos de estudar a viabilidade do
empreendimento. Em janeiro de 1938 os presidentes Justo e Vargas
inauguraram as pedras fundamentais da ponte, nos dois lados da fronteira,
mas as obras somente começaram em janeiro de 1943 - cada país levantou
metade dos 1.419 metros distribuídos em 41 vãos, enquanto para simbolizar
a integração todo o ferro era brasileiro e o cimento argentino.
A inauguração, que deveria ter ocorrido
em outubro de 1945, foi adiada em decorrência da queda de Vargas. Mas, de
qualquer forma, a ponte foi aberta ao tráfego nessa ocasião. A inauguração
ficou para 21 de maio de 1947, quando nem Vargas e nem Justo estavam mais
nas presidências de seus países. O presidente brasileiro presente à
solenidade foi Eurico Gaspar Dutra, enquanto o argentino era Juan Domingo
Perón, que esteve acompanhado de Evita, que foi, na verdade, o grande
destaque da festa.
Referencia:
Wikipédia
Ache Tudo e Região
Mais Historia,
Sua etnia foi originada
por grupo nômades indígenas e posteriormente os
elementos colonizadores foram os espanhóis,
portugueses e africanos. As correntes migratórias
modernas são representadas por italianos, alemães,
espanhóis, franceses e árabes.
As terras que hoje constituem o município
Uruguaiana, no início do século XVI, integravam-se
na Captania de São Paulo, pois a ela estavam
subordinadas todas as terras que dali se estendiam
para o sul, até o rio prata.
Em 1735, quando o brigadeiro José da Silva Pais
assumiu o comando da província do Rio Grande de São
Pedro, mandou construir uma fortificação na entrada
do canal que liga a lagoa dos patos ao atlântico, o
que possibilitou o desligamento dessa província da
ingerência paulista em 1738, passou à juridição do
governo constituído em Santa Catarina, que abrangia
os atuais territórios deste estado e do Rio Grande
do Sul, porém na dependência da capitania do Rio de
Janeiro.
Em 1760, com a nomeação do coronel Inácio Eloi de
Madureira, para o governo do Rio Grande de São
Pedro, estas terras foram desligadas da jurisdição
de Santa Catarina, passando a formar uma província
autônoma no período do Brasil colônia. As terras
pertencentes ao município de Alegrete, que antes
pertenciam ao de Cachoeira, é que surgiu Uruguaiana,
como município independente.
A concessão mais antiga das terras na paróquia de
Uruguaiana foi feita por D. Diogo de Souza Silveira
de Souza, em 1814, entre Ibicuí e Ibirocai. Inumeras
outras terras foram concedidas ou compradas nesta
região.
A partir de 1835, com o desenrolar da revolução
farroupilha, tinha o governo republicano
apoderado-se de toda a margem do Ibicuí, daí a
necessidade de fundar uma povoação à esquerda do
Uruguai, conveniente tanto do ponto de vista militar
como fiscal por ser fronteira, lugar de contrabando.
Tal atitude deve-se a domingos José de Almeida.
Após uma série de diligências, foi escolhido o
local, denominado Capão do Tigre, nas terras de
Manoel Joaquim Couto Rico. Quem mais influenciou na
escolha do novo local foi o general Davi Canabarro,
que era o comandante militar desta fronteira. O novo
povoado chamava-se, no início, Santana do Uruguai, a
posterior demarcação das divisas da cidade e o
traçado das ruas , deve-se a Duque de Caxias e a
Domingos José de Almeida.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Uruguaiana,
pela Lei Provincial n.º 58, de 29-05-1846, e por Ato
Municipal n.º 2, de 30-10-1892. Elevado à categoria
de vila com a denominação de Uruguaiana, pela Lei
Provincial n.º 58, de 29-05-1846. Sede na povoação
de Santana do Uruguai. Instalado em 24-04-1847.
Elevado à condição de cidade com a denominação de
Uruguaiana, pela Lei Provincial n.º 898, de
06-04-1874.
Por Ato Municipal n.º 2, de 30-10-1892, foram
criados os distritos de Quaraí, Caiboate, Colônia
das Rosa e Japejá e anexados ao município de
Uruguaiana. Por Ato Municipal n.º 3, de 02-01-1901,
foram criados os distritos de Giguiquá e Plano Alto
anexado ao município de Uruguaiana.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911,
o município é constituído de 7 distritos:
Uruguaiana, Caiboaté, Colônia das Rosas, Japejá,
Giguiquá, Plano Alto e Quaraí. Por Ato Municipal n.º
5, de 02-01-1913, é criado o distrito de Capela
anexado ao município de Uruguaiana.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933,
o município é constituído de 7 distritos:
Uruguaiana, Barra do Quaraí, Capela, Colônia Las
Rosas, Giguiquá, Plano Alto e Capela. Menos o
distrito de Caiboate. Em divisões territoriais
datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é
constituído de 8 distritos: Uruguaiana, Barão do
Quaraí, Camoatim, Ibirocaí, Colônia Rosas
(ex-Colônia Las Rosas), Plano Alto, Ipané e
Giquiquá. Menos o distrito de Japejá.
Pelo Decreto Estadual n.º 7.199, de 31-03-1938, o
município se compõem de 2 distritos: Uruguaiana
sub-dividido em 5 zonas: Uruguaiana, Vertentes
ex-Ibicoraí, Camoatim, Plano Alto ex-Colônia Rosas,
Ipané e Barra do Quaraí.
No quadro fixado para vigorar no período de
1944-1948, o município é constituído de 2 distritos:
Uruguaina e Barra do Quaraí.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
1-VII-1955. .
Pela Lei Municipal n.º 7, de
18-11-1959, é criado os distritos de Charqueada,
João Arregui, São Marcos e Plano Alto e anexados ao
município de Uruguaiana. Em divisão territorial
datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 6
distritos: Uruguaiana, Barra do Quaraí, Charqueada,
João Arregui, Plano Alto e São Marcos. Assim
permanecendo em divisão territorial datada de 1988.
Pela Lei Municipal n.º 1.760, de 15-10-1985, é
criado o distrito de Vertentes (ex-localidade), com
terras desmembradas dos distritos de Plano Alto e
Barra do Quaraí e anexado ao município de
Uruguaiana. Em divisão territorial datada de
1-VI-1995, o município é constituído de 6 distritos:
Uruguaiana, Barra do Quaraí, João Arregui, Plano
Alto, São Marcos e Vertentes.
Pela Lei Estadual n.º 10.655, de 28-12-1995,
desmembra do município de Uruguaiana o distrito de
Barra do Quaraí. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1997, o município é
constituído de 5 distritos: Uruguaiana, João
Arregui, Plano Alto, São Marcos e Vertentes. Assim
permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte:
Uruguaiana (RS). Prefeitura. 2011. Disponível em:
http://www.uruguaiana.rs.gov.br. Acesso em: maio
2011.
Referencia:
Ache Tudo e Região