Vale tem prejuízo de R$ 3,38 bilhões no 3º trimestre
Perdas cambiais e baixa do preço do minério de ferro prejudicaram o desempenho da mineradora.
A Vale, maior produtora global de minério de ferro, teve prejuízo líquido de 3,381 bilhões de reais
(1,437 bilhão de dólares) entre julho e setembro deste ano, com forte impacto da queda do preço da
matéria-prima do aço e perdas cambiais. No terceiro trimestre de 2013 ela havia lucrado 7,949 bilhões
de reais (3,502 bilhões de dólares). No segundo trimestre de 2014, a mineradora também havia
registrado lucro de 3,359 bilhões de reais (1,428 bilhão de dólares).
O resultado veio pior do que a média das estimativas do mercado obtidas pela Reuters, que apontava um
lucro de 956 milhões de dólares no período. O resultado, segundo a Vale, refletiu principalmente o
impacto não-caixa de variações cambiais e perdas monetárias em dívidas e derivativos de 6,223 bilhões
de reais devido à depreciação do real frente ao dólar.
A geração de caixa da companhia, medida pelo Ebitda, somou 7,06 bilhões de reais (3,004 bilhões de
dólares), queda de 48,3% na comparação anual e de 26,8% na trimestral. Já a receita operacional
líquida da companhia foi de 21,321 bilhões de reais (9,062 bilhões de dólares), queda de 26,5% e de
8,5% na relação anual e trimestral, respectivamente.
China - No trimestre, as produtoras de minério viram o preço do insumo despencar no mercado à vista
chinês em relação ao início do ano, atingindo as mínimas em cinco anos, afetando, dessa forma, a
rentabilidade dessas empresas. O recuo do preço do seu produto carro-chefe acabou ofuscando a entrega
de aumento de produção da companhia no período.
A produção de minério de ferro da Vale alcançou 85,731 milhões de toneladas no terceiro trimestre,
volume 3,1% acima do registrado no mesmo período do ano passado e 7,9% superior ao visto no segundo
trimestre, de acordo com relatório de produção divulgado na semana passada.
Contudo, a empresa destacou que os benefícios do recorde de produção não foram totalmente capturados
devido ao acúmulo de 9,3 milhões de toneladas em estoques ao longo da cadeia, parcialmente em
consequência da interrupção da Estrada de Ferro Carajás em setembro.
(Com agência Reuters)
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