São Paulo sem água: Seca
nas represas em agosto bate recordes
Responsáveis por metade do atual estoque de água
e à beira de um colapso, os dois maiores mananciais
que abastecem a Grande São Paulo registraram uma
estiagem recorde em agosto.
O Sistema Cantareira teve o segundo mês mais seco em
85 anos de medições – à frente apenas de outubro de
2014 – enquanto as represas do Alto Tietê receberam
o menor volume de água desde 1930, deixando ainda
mais preocupante a perspectiva sobre o futuro da
crise hídrica paulista.
Juntos, os dois sistemas são usados pela Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)
para abastecer, atualmente, 9,7 milhões de pessoas
na região metropolitana, praticamente metade da
demanda.
No caso do Cantareira, o maior manancial, a entrada
média de água por meio das chuvas e dos rios em
todos os seus reservatórios ficou em apenas 5,8 mil
litros por segundo, 76% abaixo do esperado para o
mês (24,2 mil l/s) e 29% pior do que agosto de 2014
(8,2 mil l/s).
No mesmo período, a Sabesp retirou 14,3 mil l/s para
atender 5,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo e
outros 3,3 mil l/s foram descarregados pelos rios
para atender direta e indiretamente 5 milhões de
moradores da região de Campinas, no interior
paulista. Desta forma, o sistema perdeu 31,5 bilhões
de litros no mês, o maior déficit desde dezembro de
2014.
A partir de hoje, a Sabesp terá de reduzir a
exploração máxima do Cantareira para 13,5 mil l/s,
por determinação da Agência Nacional de Águas (ANA)
e do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São
Paulo (DAEE), órgãos gestores do manancial.
O objetivo da medida é tentar preservar ao máximo o
sistema no fim do período de estiagem, que se
encerra nesta mês. Ontem, o Cantareira tinha 15,5%
da capacidade, considerando 50 bilhões de litros da
primeira cota do volume morto e toda a segunda
reserva.
Alto Tietê
A situação, contudo, é ainda mais crítica no Alto
Tietê. Com apenas 13,8% da capacidade e sem volume
morto disponível, o segundo maior manancial que
atende a Grande São Paulo recebeu 3,7 mil l/s, o
mais baixo desde que o sistema foi criado, em 1992,
e 67% abaixo da média (11,4 mil l/s).
“Com a redução da retirada e o volume morto, o
Cantareira consegue sobreviver. No Alto Tietê, a
situação é apavorante. Minhas projeções mostram que,
se o cenário se repetir nos próximos meses, o
sistema se esgota em novembro”, disse o engenheiro
José Roberto Kachel. Segundo a Sabesp, a
transposição de água da Billings para o Alto Tietê
evitará o rodízio.
(com conteúdo de estadão)
|
|
Faça parte desta comunidade, venha para o
Ache Tudo e Região |
PUBLICIDADE |
|
|
|
Conheça
o
Ache
Tudo e Região o portal
de todos
Brasileiros. Cultive o
hábito de ler, temos diversidade de informações úteis
ao seu dispor. Seja bem vindo,
gostamos de suas críticas e sugestões, elas nos ajudam a melhorar
a cada ano.
|