Hubble descobre novas
evidências de gêiseres de água em Jupiter
A Europa, uma das luas de Júpiter, é um dos
poucos locais em que poderemos descobrir vida
alienígena em nosso sistema solar. E hoje, as
perspectivas de acharmos micróbios
extraterrestres nesta pequena lua de gelo
melhoraram bastante, após a NASA ter revelado
novas evidências de gêiseres de água no polo sul
da Europa. A descoberta reforça a tese de que há
um oceano abaixo da superfície da lua que é
geotermicamente aquecido.
“Hoje,
nós apresentamos novas evidências captadas pelo
Hubble de que plumas de vapor de água foram
expelidas da superfície de gelo da Europa”,
disse William Sparks, um astrônomo do Instituto
de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore,
durante um evento para imprensa realizado pela
NASA. “Observações indicam um oceano líquido e
com sal tragado pela lua. Se há plumas emergindo,
isto é significante, pois quer dizer que nós
podemos explorar o oceano… sem a necessidade de
perfurar quilômetros de gelo.”
A descoberta, que vai ser publicada nesta semana
no Astrophysical Journal, após uma campanha
observacional de 15 meses do telescópio espacial
Hubble, que observou o movimento da Europa na
frente de Júpiter em ultravioleta em dez
ocasiões. Durante três desses eventos, o Hubble
observou recursos espectrais que podiam ser
plumas emanando do polo sul da Europa.
O anúncio de hoje marca a segunda vez que
astrônomos descobriram sinais de atividades de
gêiseres na Europa. A primeira evidência foi
divulgada no fim de 2012, quando uma imagem em
ultravioleta do Hubble revelou elevados níveis
de hidrogênio e oxigênio no polo sul da lua.
Aquele dado foi usado para indicar duas enormes
plumas de água, sendo jogada da superfície em
direção ao céu a uma altura de 200 km.
Porém, os dados
nunca tinham sido reproduzidos novamente — nem
pelo Hubble nem por dados capturados por
espaçonaves que passaram próximo de Júpiter —
até agora. Isto levou a especulações de que a
atividade geológica na Europa é intermitente, e
que talvez só ocorra em partes específicas de
sua órbita em torno de Júpiter, quando o gigante
de gás exerce uma pressão poderosa na maré da
lua.
As últimas pistas obtidas pelo Hubble — a
absorção ultravioleta pode indicar a presença de
água -- parecem apoiar esta tese. Se essas
características são reais, elas devem ser
intermitentes, pois nós não a vimos nas outras
sete ocasiões”, disse Sparks.
A Europa não é a única lua eruptiva que pode
abrigar calor e águas favoráveis à existência de
vida em seu interior congelado.
Um pouco mais longe nas ruas cósmicas fica
Encedalus, cujas plumas do polo sul lançam água
do mar a toda hora, oferendo amostras para
qualquer espaçonave que passar pela região. A
descoberta da missão Cassini da atividade em
Enceladus (a sexta maior lua de Saturno) levou
alguns astrônomos a proporem uma missão
astrobiológica á lua, que poderia coletar
amostras de água do mar para buscar sinais de
vida.
Uma missão para
busca de vida na Enceladus ainda não recebeu uma
confirmação da NASA — mas uma missão para a
Europa deve ocorrer em 2020. Não só os últimos
sinais de atividade nos deixam animados para
esta missão, como também podem nos ajudar a
prepará-la de forma mais apropriada para
melhores resultados.
“Acho
que um dos maiores mistérios
é entender o momento que elas acontecem", disse
um porta-voz da missão Europa. “Quanto mais
observações fizermos com o Hubble e o telescópio
espacial James Webb, melhor podemos desenvolver
um programa de busca por estas plumas.”
“Nós
sabemos que a Europa é um lugar especial”, disse
Amanda Hendrix, uma especialista em luas geladas
e satélites do Instituto de Ciência Planetária,
ao Gizmodo. “A próxima missão Europa vai ser
incrível em quanto ela revelará sobre a Europa
como um mundo e seu potencial para
habitabilidade.”
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