Novo ministro da educação já é
cosiderado pelo professorado como o novo (171)
Após ter título de
doutorado e de pós-doutorado desmentidos por
universidades estrangeiras, o ministro da
Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva,
disse que se reuniu com o presidente Jair
Bolsonaro nesta segunda-feira (29/6) para
explicar "essa questão de detalhe acadêmico de
doutorado". Em entrevista na porta do
ministério, ele ainda negou plágio em mestrado e
que, mesmo após as polêmicas, afirmou não haver
constrangimento com o presidente.
"Quando se lê muitos
livros, há obrigatoriamente de ter uma
disciplina de escrever, revisar e, o que citar,
tem de se mencionar. É possível haver distração,
sim senhora", argumentou Decotelli sobre uma
suspeita de plágio na tese de mestrado defendida
por ele, em 2008, na Fundação Getúlio Vargas
(FGV) do Rio de Janeiro. A instituição comunicou
que apura os fatos.
"Hoje se tem softwares
para avaliar se teve ou não inconsistência, mas
naquela época não. Não houve plágio, porque ele
ocorre quando se faz control C, control V
(cópia) E não foi isso. A posição foi que houve
distração da citação em um percentual mínimo da
tese", justificou o ministro.
Decotelli foi
anunciado como o terceiro ministro da Educação
do governo de Jair Bolsonaro na última
quinta-feira. Após publicar os principais pontos
do currículo dele, as universidades citadas se
pronunciaram sobre a falta de veracidade dos
títulos e o Ministério da Educação (MEC) decidiu
adiar a cerimônia de posse dele, marcada para
esta terça-feira (30/6).
Ao ser questionado
sobre a permanência dele no comando do MEC,
Decotelli respondeu que o presidente não falou
de constrangimento. "Ele falou que confia nos
projetos para ter o Brasil equalizado, com
oportunidades para todos", disse o ministro.
Por meio das redes
sociais, Jair Bolsonaro se posicionou sobre o
assunto. "Por inadequações curriculares o
professor vem enfrentando todas as formas de
deslegitimação para o Ministério. O Sr Decoteli
não pretende ser um problema para a sua pasta,
bem como, está ciente de seu equívoco",
publicou.
O presidente concluiu
o comunicado com elogios a Decotelli, tentando
minimizar a incerteza sobre a permanência dele
como ministro da Educação após as revelações de
inconsistências no currículo.
Linha cronológica das
polêmicas curriculares de Carlos Decotelli
Nomeação na Educação -
quinta-feira (25/6)
O presidente da
República, Jair Bolsonaro, anunciou a nomeação
de Carlos Alberto Decotelli da Silva para
comandar o Ministério da Educação (MEC) na
última quinta-feira, por meio das redes sociais.
No mesmo dia, a decisão foi publicada no Diário
Oficial da União (DOU) e a transição já começou
a ser feita, com a ajuda do secretário-executivo
do MEC, Antonio Paulo Vogel, interino desde a
saída de Abraham Weintraub.
Doutorado desmentido -
sexta-feira (26/6)
O reitor da
Universidade Nacional de Rosário, na Argentina,
Franco Bartolacci afirmou que Decotelli não
concluiu o doutorado em administração na
instituição e, portanto, não detém o título de
doutor que ele descrevia no próprio currículo,
disponibilizado na plataforma Lattes, do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq).
Esclarecimentos do MEC
- sábado (27/6)
Ministério da Educação
afirmou que a tese de doutorado feita por
Decotelli na universidade argentina, "após
avaliação preliminar pela banca designada, não
teve sua defesa autorizada". Seria necessário,
então, alterar a tese e submetê-la novamente à
banca. "Contudo, fruto de compromissos no Brasil
e, principalmente, do esgotamento dos recursos
financeiros pessoais, o ministro viu-se
compelido a tomar a difícil decisão de regressar
ao país sem o título de doutor em
administração”.
Suspeita de plágio -
sábado (27/6)
Levantamento feito
pelo UOL apontou suspeita de plágio da tese de
mestrado de Decotelli, apresentado em 2008 na
Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.
A instituição informou que vai apurar a suspeita
de plágio.
Pós-doutorado
desmentido - segunda-feira (29/6)
O pós-doutorado na
Universidade Wuppertal, na Alemanha, que
Decotelli informou ter realizado no currículo
Lattes também foi desmentido pela instituição:
"Ele não obteve nenhum título em nossa
universidade”.
Posse no MEC adiada -
seria terça-feira (30/6)
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