Portugal somava 3 milhões de habitantes. A
economia girava em torno da agricultura e
extração mineral, movidas à base de escravos.
Dentro desse contexto surge Espírito Santo das
Catanduvas, um arraial no Sul de Minas com cerca
de mil pessoas.
A criação do povoado é toda influenciada pelos
costumes portugueses. O trânsito de tropeiros no
Sul de Minas era permanente. Entretanto, o
desenvolvimento do núcleo ainda era lento.
Em 1832, a população de Varginha era de exatos
1.855 habitantes, um crescimento de 85%, tímido
para duas décadas e meia.
Durante 43 anos Varginha foi um curato (aldeias
com condições necessárias para se tornar o
distrito de um município).
Varginha experimentaria, então, o primeiro surto
desenvolvimentista. Foram construídos os
primeiros prédios públicos, como as duas
primeiras escolas públicas e a cadeia.
O segundo bom desenvolvimentista da cidade advém
do fim da escravatura. Para substituir a mão-de-obra
escrava, é firmado um acordo com a Itália, onde
vários imigrantes deslocam-se de sua terra natal
para o Brasil. A passagem era paga pelo governo
brasileiro, em troca de cinco anos de trabalho
na lavoura.
Em 1888 a recém-criada cidade de Varginha
recebeu a maior leva de imigrantes, 1.020 no
total. Eram 806 italianos (toscanos, lombardos e
venetos procedentes, em sua maioria, de campos e
aldeias), mais portugueses, espanhóis, turcos e
alemães. Radicaram-se em Varginha, escrevendo
uma das mais importantes páginas da história da
cidade.
O principal impulso dos imigrantes ocorreu
inicialmente na agricultura. As duas culturas
significativas eram a cana-de-açúcar e o café. A
pequena vila contava com 113 estabelecimentos de
beneficiamento de café no começo do século XX.
Em 1933, a cidade contava com seis engenhos e
uma produção de 2 mil toneladas de cana-de-açúcar.
O terceiro momento relevante do desenvolvimento
de Varginha acontece com o início do
funcionamento da linha férrea em Varginha, em
1892 (no mesmo local onde está o prédio atual da
estação ferroviária). A cidade recebia suas
primeiras empresas e o movimento era intenso.
São dessa época duas obras básicas de
infraestrutura: as primeiras obras de calçamento
e a iluminação pública, de gás acetileno e
postes de metal.
Com o aumento da população, surgem opções de
lazer, na rua da Chapada (onde hoje fica o
calçadão da Wenceslau Braz). O Theatro Municipal
é inaugurado em 1904; seis anos depois, no mesmo
local, é aberto o Cinema Brasil, talvez o
primeiro do sul de Minas Gerais. Foi instalado
pelo empreendedor capitão Pedro da Rocha Braga.
A máquina era gerada por motor a querosene e
desligada durante algumas sessões pela
quantidade de fumaça. O cinema era itinerante, e
o motor era levado em carro de boi a algumas
cidades próximas.
Em 1913 a Empresa Telefônica Varginhense
interligava 150 aparelhos na cidade.
Aos poucos o perfil da economia agrícola vai
cedendo espaço, ainda de forma tímida, para a
indústria.
Segundo os documentos que registram a história
do município, o progresso de Varginha foi
intensamente impulsionado após 1925, com a
visita do presidente do Estado, Antônio Carlos
Ribeiro de Andrada. Na ocasião, o presidente
assumiu um empréstimo no valor de 2.500 contos
de réis, o equivalente a cem fazendas. O
empréstimo possibilitou a terraplenagem e
reestruturação completa da cidade, com o
asfaltamento das principais ruas, iniciando em
definitivo o processo de urbanização.
Nesse período surgiram importantes instituições
para Varginha: os colégios Marista e Santos
Anjos; Banco do Brasil; Hospital Regional do Sul
de Minas; e a Associação Comercial de Varginha.
Em 1929, a quebra da Bolsa de Nova Iorque
acentua a crise do café no Brasil. Nosso país
fica atolado com uma produção de 21 milhões de
sacas, bem maior do que a demanda. O governo dos
Estados Unidos desiste do empréstimo de 50
milhões de dólares para os cafeicultores
brasileiros. Apesar das dificuldades que sempre
marcaram a cafeicultura, e mesmo neste momento
particular, o café sempre foi considerado
importante propulsor da economia local. Com o
tempo, a indústria cafeeira (beneficiamento e
exportação) ultrapassou a produção (lavoura) na
cidade.
Varginha começa a se expandir. Novos bairros
surgem. O primeiro deles, a Vila Barcelona,
formado em sua maioria por operários. A cidade
ainda se restringia ao ? miolo? do centro. As
casas terminavam na avenida Major Venâncio, no ?
Areião? (Fátima), na Vila Barcelona e nas Três
Bicas. Bairros como Catanduvas, Jardim Andere,
Bom Pastor ainda não existiam e eram
considerados zona rural.
Começam a ser criadas regionais dos governos
estadual e federal. A era do ensino superior tem
início em 1965, com a primeira escola de ensino
superior - Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras. Nos anos seguintes são criadas a
Faculdade de Direito de Varginha, Faculdade de
Ciências Contábeis e de Administração, a
Faculdade de Engenharia Mecânica e a Fepesmig,
que se tornou, depois, Centro Universitário do
Sul de Minas. Mais recentemente, Unifenas e
Unifal.
Na década de 70 inicia-se o processo de
industrialização da cidade, notadamente durante
as administrações dos prefeitos Eduardo Ottoni e
Aloysio Ribeiro de Almeida. Foi nessa época que
se instalaram em Varginha centros de educação
profissional do SESI, SENAI, SENAC e, mais tarde,
SEBRAE. Nas décadas seguintes, essas
instituições garantiram a formação de mão-de-obra
qualificada para cidades do Sul de Minas, o que
ocorre até hoje.
A vocação agrícola de Varginha foi sendo
substituída pela indústria e prestação de
serviços. O mesmo ocorreu com o café. Hoje, os
números da torrefação e da exportação do café
são extremamente mais expressivos do que a
lavoura do município. Essa adaptação ao mercado
e aos novos tempos permitiu à Varginha ser a
segunda praça de comércio de café do mundo, só
perdendo para Santos, no litoral de São Paulo.
Formação
Administrativa
Distrito criado, com a denominação de Espírito
Santo da Varginha, pela Lei Provincial n.º 471,
de 01-07-1850, e pela Lei Estadual n.º 2, de
14-09-1891, subordinado ao município de Três
Pontas.
Elevado à categoria de vila, com a denominação
de Espírito Santo da Varginha, pela Lei
Provincial n.º 2.785, de 22-07-1881, sendo
desmembrado de Três Pontas. Sede na antiga vila
de Espírito Santo da Varginha. Constituído de 2
distritos: Espírito Santo da Varginha e Carmo da
Cachoeira, ambos desmembrados de Três Pontas.
Instalado em 17-12-1883
Elevado à condição
de cidade, com a denominação de Espírito Santo
da Varginha, pela Lei Provincial n.º 2.950, de
07-10-1882.
Em divisão administrativa referente ao ano de
1911 o município é constituído de 2 distritos:
Espírito Santo da Varginha e Carmo da Cachoeira.
Assim permanecendo nos quadros de apuração do
recenseamento geral de 1-IX-1920.
Pela Lei Estadual
n.º 843, de 07-09-1923, o município de Espírito
Santo da Varginha passou a chamar-se
simplesmente Varginha.
Em divisão administrativa referente ao ano de
1933, o município é constituído de 2 distritos:
Varginha e Carmo da Cachoeira. Assim
permanecendo em divisões territoriais datadas de
31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de
17-12-1938, é desmembrado do município de
Varginha o distrito de Carmo da Cachoeira,
elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960 o
município é constituído do distrito sede. Assim
permanecendo em divisão territorial datada de
2014.
Referencias
IBGE
Prefeitura
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