A historia da fundação do
povoado dos Rapôsos, teve seu início em
princípios de 1690, quando a capitania de Minas
gerais ainda não existia. Arthur de Sá Meneses,
governador geral das Capitanias do Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas , designou Pedro de
Morais Rapôso para descobrir ouro e pedras
preciosas nos sertões de Minas, região dos
índios Cataguás.
Ele trouxe consigo
muitos membros de sua família, vários amigos e
todos aqueles que queriam "ficar rico" e não
tinham medo do desconhecido ou dos índios,
entraram pela região de Sabarábuçu e seguindo o
caminho de Paes Leme, acompanhando o leito do
Rio Guaicuy (atual Rio das Velhas), encontraram
o local ideal para garimpar e faiscar ouro na
confluência de um volumoso ribeirão (atual
Ribeirão da Prata).
A terra era fértil e o ouro era encontrado em
aluvião, então fundou-se o Arraial dos Rapôsos,
eles começaram a semear os gêneros de
subsistência, aos poucos foi-se colhendo milho,
feijão, mandioca e cana de açúcar para produção
de melado, rapadura, farinha de mandioca e
cachaça.
O Rio Guaicuy, que orientou a penetração dos
bandeirantes era navegável e se tornou
fundamental para o escoamento dos produtos,
sendo assim, o Arraial dos Rapôsos passou a
abastecer Sabarábuçu, Arraial Velho, Gaya (atual
Honório Bicalho) e Santo Antônio do Rio Acima.
Como era costume dos bandeirantes edificaram um
templo, ergueu-se uma pequena ermida de pau-a-pique
que foi consagrada como capela de Nossa Senhora
da Conceição , no dia 08 de Dezembro de 1690,
este ritual macabro era sempre celebrado após
roubarem e massacrarem os indefesos e
proprietário legítimos da terra, o rou e a morte
era comemorado pelos vigários onde a igreja
católica ficava com parte do ouro e toda
publicidade, com suas igrejas pintadas de sangue
inocente imponentes sempre no centro das cidades.
Esta capela foi se transformando e recebendo
todo o estilo da época, a Matriz de Minas Gerais,
adornada com peças de ouro vindas de Portugal,
mas o ouro bruto era do Brasil, móveis de cedro,
obras de arte e altares no estilo barroco, obras
caríssimas, ostenção e luxo as custa de milhares
de mortes e devastação.
Em 1832 começaram
a chegar os primeiros ingleses para operar nas
Minas de St. Jonh D'El Rey Mining Co. (hoje
Anglo Gold), sendo a 1a. indústria aurífera do
mundo.
Em 1907 instalou-se
aqui, uma fabrica de fósforos, o Luz Mineira,
aproveitando a madeira que cobria grande parte
dos vales, fornecendo emprego a quase toda a
população local.
Em 27 de Dezembro
de 1948 o Arraial dos Rapôsos é elevado a
categoria de município, denominado Raposos,
desmembrando-se de Nova Lima em 1o. de Janeiro
de 1949 quando assumiu a intendência do
município o Dr. Afonso Penna Fernandes e em 1950
assumiu a 1a. Administração municipal a cargo do
prefeito Lindouro Duarte Batista.
Em 1800 com a redução do ouro de aluvião,
começou o abandono do Arraial dos Rapôsos e em
1850 restavam apenas três famílias, os Gouvêas,
os Torres e os Sabarenses, a Matriz Nossa
Senhora da Conceição estava em total abandono, o
ouro dos altares foi raspado e muitas obras de
arte das paredes se perderam.
Em 1900 com o
objetivo de proteger da rapinagem sacrílega,
muitas das relíquias do acervo de peças de ouro
e prata e obras de arte barroca da Matriz foram
levados para Congonhas, Mariana e outras igrejas,
com isso seus altares se despovoaram. Mas nem
tudo foi levado, restaram os altares, o lavabo,
a pia batismal, algumas imagens e a pintura a
óleo de Nossa Senhora da Conceição no teto da
Matriz.
Em 01 de Maio de
1998 , a empresa de extrativismo mineral,
encerrou suas atividades na Mina de Raposos,
fechando 300 postos de trabalho diretos e
centenas de indiretos, desestabilizando a
economia local que não se recuperou até hoje.
Depois de 300 anos
de exploração mineral, vegetal e humana, o ouro
ficou difícil de extrair, grande parte da mata
nativa foi substituídas por eucaliptos e a
população ativa teve que procurar emprego em
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo,
Estados Unidos e Europa.
Referencias
www.raposos.com.br
IBGE
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