Os
primeiros habitantes da região do Vale do
Gorutuba constituíam-se de uma mistura de índios
Tapuias; mescla de um povo Cafuso ou Caburé, e
quilombos negros. Pode-se considerar que eram
fugitivos das senzalas da antiga Vila de Nossa
Senhora da Soledade de São José do Gorutuba,
onde havia grande escravatura, e/ou dos engenhos
situados na recém-emancipada cidade de Pai-Pedro.
Devido as terras roubadas dos índios, havia
represálias, mas não tinham força para enfrentar
o poderio dos coronéis onde ou eram mortos ou se
tornavam escravos, dada a proximidade daquele
antigo Vilarejo.
Segundo a tradição, a geografia da região guarda nomes de povoados como ″Mucambo″
tipo de habitação introduzida pelos negros cujo agrupamento tornou também a
denominação de ″Quilombo″.
Este povo fincou moradia nas proximidades do Vale do Gorutuba. Conta-se que
neste rio existia muitos sapos conhecidos como Kuruatuba — sapo grande ou sapo
Kururu, dando origem a denominação do rio e do povo que vivia — Gorutubanos.
O rio era garantia de sobrevivência daquela gente fornecendo-lhes traíras,
curumatãns, piaus, pirambelas etc...
Os Gorutubanos viviam dos produtos da terra. Dedicavam-se principalmente ao
plantio do algodão e de porcos.
O regime pastoril foi grande favor de civilização de expansão geográfica e de
posse definitiva da terra.
Nas estradas por onde os bois varavam os sertões, as pousadas mediam-se pela
distância das aguadas, geralmente um dia de viagem, variando conforme bebedouros
espalhados ao longo dos caminhos das matas e serras.
Nas constantes andanças, as rancharias, os bebedouros, eram o ponto de encontro
e descanso dos boiadeiros dando origem a povoados e pequenos comércios, Janaúba
era um desses pontos. Ambos, contribuíram assim para lançar os alicerces de
Janaúba. O tropeiro com sua tropa formada de burros e cavalos levava as gibóias
(toucinho salgado enrolado em mantas) guardadas nos jacás de talas ou nas
bruacas de couro. Levavam com algodão para vender em Januária, cidade localizada
às margens do São Francisco, cerca de 32 léguas distantes de Janaúba. Faziam
comércio com Riacho dos Machados e de lá traziam os gêneros de primeira
necessidade.
Contam os mais velhos, que em 1872, vindo do Sul da Bahia, chegava ao local
Francisco Barbosa com sua família, esposa e dois filhos. Fundou uma fazenda nas
terras da ″Caatinga Velha″, perto da Gameleira construiu sua casa, surgindo
desse fato o nome do nascente povoado. Por isso é considerado o primeiro
habitante do lugar. Mais tarde chegaram Antônio Catulé, Américo Soares de
Oliveira, Santos Mendes, Mozart Mendes que se estabeleceram nas imediações do
recém povoado. Montaram fazenda e fizeram comércio.
Conta-se que o fazendeiro Santos Mendes fez a doação de terras necessárias à
formação do povoado; terras localizadas no município de Brejo das Almas, hoje
Francisco Sá.
O então prefeito do município de Brejo das Almas, Sr.Bawde, mandou que se
traçasse uma praça com quatro inícios de arruamento, dando princípio de
urbanização ao novo núcleo, que veio a chamar-se mais tarde ″Gameleira″.
O município escreve sua história. Rodaram os anos, o arraial recebia gente nova
que ia se misturando com os Gorutubanos para formar os princípios de uma
sociedade rural, afeita ao trabalho sem preconceitos desagregantes. Em 1922,
antiga Gameleira deixou de pertencer ao município de Brejo das Almas hoje,
Francisco Sá.
As notícias espalhadas trouxeram vários outros aventureiros. Antônio Casemiro
Sobrinho era um deles, falecido em 1944, foi fundador de uma fazenda perto da
Gameleira, que mais tarde serviram como escritório e armazém do acampamento de
obras da estrada de ferro.
Em 1943 veio a estrada de ferro impulsionou a urbanização do povoado e a
opulenta Gameleira foi derrubada, jogando por terra quem a criou, deu nome e
vida ao povoado.
Em setembro de 1926, o Dr Francisco Sá, então ministro da viação e obras
públicas, fazia correr o primeiro trem para Montes Claros. Começou a se cuidar
então ao prolongamento já planejado da linha, para entrosá-la na Rede Leste
Brasileiro, em Contendas na Bahia. Com este propósito constituiu-se a comissão
de construção, a cargo do engenheiro Demóstemes Rockert e Oton de Souza.
Os trabalhadores estiveram parados até 11 de novembro de 1941, quando
recomeçaram na direção de Gameleira para concluírem esta etapa em 1947, trecho
que foi oficialmente inaugurado.
No largo da Estação surgiu um pequeno comércio e até mesmo a hospedaria,
pomposamente denominado ″Hotel Central″ de propriedade do Sr Clementino, teria
sido o primeiro estabelecimento da espécie em Gameleira. Não tardou muito,
encheu-se de casas o espaço vazio entre o primitivo núcleo e a ferrovia
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Janaúba, pela Lei Estadual nº 1058, de
31-12-1943, subordinado ao município de Francisco Sá.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Janaúba,
figura no município de Francisco Sá.
Elevado à categoria de município com a denominação de Janaúba, pela Lei nº 336,
de 27-12-1948, desmembrado de Francisco Sá. Sede no atual distrito de Janaúba
ex-povoado. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1949.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do
distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31-XII-1968.
Pela Lei Estadual nº 6769, de 13-05-1976, foram criados os distritos de Barreiro
da Raiz e Quem-Quem e anexados ao município de Janaúba.
Em divisão territorial datada de 1-I-1979, o município é constituído do distrito
sede.
Pela Lei Estadual nº 8285, de 08-10-1982, foram criados os distritos de
Barreiros do Rio Verde (ex-povoado) e Vila Nova dos Poções ex-povoado e anexado
ao município de Janaúba.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1983, o município é constituído de 5
distritos: Janaúba, Barreiro da Raiz, Barreiro do Rio Verde, Quem-Quem e Vila
Nova dos Poções.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1993.
Pela Lei Estadual nº 12030, de 21-12-1995, é extinto o distrito de Barreiro do
Rio Verde, passando sua área a fazer parte do novo município de Verdelândia.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 4 distritos:
Janaúba, Barreiro da Raiz, Quem-Quem e Vila Nova das Poções.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Referencias
Prefeitura Muncipal
IBGE
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