O Município de Luziânia (antiga Santa Luzia) tem
sua origem vinculada à mineração, que no século XVIII motivou muitos
sertanistas ao desbravamento das terras centrais do Brasil.
Deve-se ao paulistano Antônio Bueno de Azevedo a primeira penetração no
território que constitui hoje o município de Luziânia quando em fins de 1746,
acompanhado de amigos e inúmeros escravos, partiu, da localidade de Paracatu –
MG, rumo ao noroeste, até alcançar as margens de um rio ao qual denominou São
Bartolomeu, em homenagem ao santo do dia. Em dezembro daquele na, seguiu
viagem rumo oeste, fixando residência no local a que a denominou Santa Luzia,
em 13 de dezembro de 1746. A fundação do povoado prendeu-se à mineração de
ouro existente na região, cuja extração intensificou-se a ponto de, em pouco
tempo, contar com cerca de dez mil pessoas, inclusive escravos.
Em 25 de março de 1747, tendo como oficiante o padre Luiz da Gama Mendonça,
celebrou-se a primeira missa, a que assistiram mais de seis mil pessoas. A
portaria de 30 de outubro de 1749 elevou Santa Luzia à categoria de Julgado.
Por Alvará de 21 de dezembro de 1756, foi erigida a freguesia de natureza
coletiva. A 06 de dezembro de 1758 foi então Santa Luzia elevada à categoria
de Comarca Eclesiástica, sendo nomeado vigário o padre Domingos Ramos, em
abril de 1758, a fim de que se fossem melhor exploradas as minas denominadas
"Cruzeiro", iniciou-se a construção de célebre Rego Saia Velha, de 42 Km de
extensão, feito por milhares de escravos, cuja construção durou dois anos
ininterruptos e que, por ocasião de sua inauguração, registrou-se grande motim
no arraial.
A riqueza extraída dos solos da região de Santa Luzia era em grande parte
transferida através de pesados tributos. À coroa portuguesa, contribuindo
dessa jornada para a sua hegemonia política e econômico. Por outro lado, a
parte que coube aos exploradores foi transferida ao centros urbanos maiores,
como pagamento de bens e serviços, escassos na região. Assim sendo, pouco
ficou na cidade de Luziânia, para atestar a sua condição de centro aurífero,
na província de Goiás.
Em fins de 1700 a mineração começou a declinar, assim, muitas famílias foram
abandonando a arraial e se fixaram na zona rural, passando a dedicar-se à
lavoura e a criação de gado. O arraial foi elevado a vila pela resolução do
conselho do Governo, em 1º de abril de 1833, tendo sido instalado solenemente
em 7 de abril do ano seguinte. Em 5 de outubro de 1867 a vila passou à
categoria de Cidade. Por força do decreto-lei nº 8.305, de 31 de dezembro de
1943, Santa Luzia passou a denominar-se Luziânia.
Desde a sua fundação até 1850, Santa Luzia pertenceu à comarca de Vila Boa.
Pela Lei provincial de 19 de julho de 1850, foi incorporada à Comarca de
Corumbá de Goiás, com sede em Bonfim (atual Silvânia). Em 1871, pela Lei nº
492, de 29 de julho foi criada a Comarca de Imperatriz (Formosa), com sede em
Luziânia, sendo nomeado Juiz o Dr. Coriolando Luiz Xavier Brandão. Pela Lei
estadual nº 22, de 1892, foi criada a comarca de Lagoa Formosa, passando a
sede da comarca de Luziânia para aquela cidade. Quinze anos depois, pela Lei
nº 25 de julho de 1907, foi restabelecida a Comarca de Santa Luzia, com sede
na mesma cidade, sendo instalada em 4 de fevereiro de 1908, pelo Juiz de
Direito Osorico Gozada Siqueira.
Referencias
Wikipedia
IBGE
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