O início da historia de nossa
Capital data do segundo quartel do século XVI, quando a carta régia de 1º de
janeiro de 1534, surpreendendo Vasco Fernandes Coutinho, no seu solar em
Alenquer, tornava-o donatário de uma das capitanias na costa brasileira.
O título régio expedido de Évora fora registrado a 25 de setembro e confirmado
em 7 de outubro, tudo do ano de 1534.
Reunindo uns sessenta homens, entre fidalgos e criados Del Rei, alinhando-se
entre aqueles D. Jorge de Meneses e D. Simão do Castelo Branco, que por mandato
de Sua Alteza iam cumprir suas penitências a estas partes, e equipada a caravela
de quatro mastros com tudo que se fazia necessário à empresa que ia empreender,
deixou o fidalgo lusitano a sua pátria. Navegava rumo ao Ocidente, para se
apossar de sua donatária de cinquenta léguas de terra na dita costa do Brasil.
Figuravam como divisas da capitania, no litoral, o Rio Mucuri, ao norte, o Rio
Itabapoana.
No dia 23 de maio de 1535, domingo, a nau Glória, orientando-se pela serra do
Mestre Álvaro, que se erguia no horizonte, recortando-se contra o céu,
atravessou a barra de nossa baía, ancorando numa pequena enseada situada à
esquerda, nas fraldas do morro da Penha, ao norte do morro de João Moreno.
Julgaram ser a baía um grande rio.
O desembarque não se fez com facilidade, pois os aborígines, em defesa de sua
terra, lutaram com ardor, armados de arcos e flechas, atirando suas setas em
direção às embarcações, mas as armas primitivas dos índios facilitaram a
carnificina, onde igrejas e ladrões de terras
orquestravam massacres em busca de ouro e pedras
preciosas. Houve necessidade de fazerem-se troar as duas peças de
artilharia que guarneciam a caravela, para que os Goitacazes debandassem,
permitindo o roubo da terra por Vasco Fernandes Coutinho.
Iniciava-se então o povoamento do solo espírito-santense, com as suas primeiras
cabanas e culturas agrícolas e tendo pouco depois a uni-las o vínculo religioso
representado por uma bizarra igrejinha, que recebia por patrono São João, em
memória do monarca reinante. Recebera aquele primeiro núcleo de colonização o
nome de Vila de Nossa Senhora da Vitória, devoção particular do donatário
assassino de índios.
Reconhecendo o perigo representado pelos silvícolas, assim como a possibilidade
de incursão de piratas, que infestavam as águas do Atlântico, naquela época,
Vasco Fernandes Coutinho lançou-se à construção de um forte em local estratégico,
situado, mais ou menos, onde se ergue hoje o Quartel de Piratininga.
Animado pelas autorizações contidas na carta régia de D. João III, que lhe
assegurava direito sobre todas as conquistas levadas a efeito sertão adentro,
cuidou logo Vasco Fernandes Coutinho de mandar fazer levantamento nas
circunvizinhanças e mesmo no interior.
Arregimentados os colonizadores mais destemidos, estes, seguindo o caminho
líquido que julgavam ser um rio, subiram pela barra, sob a ação hostil dos
Goitacazes, descobrindo uma grande ilha que chamaram ilha de Santo Antônio, por
ser o dia 13 de junho de 1535. O desembarque se efetuou próximo a uma ilhota que
depois se chamou Caleiras ou Caieiras, como é conhecida, até hoje. Esse local se
situa na faixa insular onde se ergue em nossos dias o bairro de Santo Antônio,
parcializando-se assim a denominação com que se batizou toda a ilha, no
histórico dia de Santo Antônio do remoto 1535.
Gentílico: capixaba ou vitoriense
Formação Administrativa
Elevado à categoria de vila em 1545.
Elevado à condição de cidade, por decreto de 24-02-1823. Confirmada por carta de
lei de 18-03-1823.
Por decreto provincial nº 5, de 16-12-1837, é criado o distrito de Carapina e
anexado ao município de Vitória.
Pela resolução provincial nº 9, de 27-08-1846, é criado o distrito de Queimado e
anexado ao município de Vitória.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de
3 distritos: Vitória, Carapina e Queimado.
Pela lei estadual nº 1445, de 10-07-1924, são criados os distritos de Argolas e
Jucu e anexados ao município de Vitória.
Pelo decreto estadual nº 1102, de 27-04-1931, o município de Vitória adquiriu o
distrito de Vila Velha desmembrado do extinto município de Espírito Santo.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de
7 distritos Vitória, Argolas, Carapina, Espírito Santo, Jucu, Queimado e Vila
Velha.
Pelo decreto estadual nº 5041, de 11-07-1934, of. nº 3034, de 25-11-1943, pelo
DEE do Espírito Santo dirigido ao IBGE e protocolo SG sob o nº 6676, desmembra
do município de Vitória os distritos de Espírito Santo, Argola e Jucu. Para
formar o município de Espírito Santo. Sob o mesmo decreto foi restabelecido o
município de Vila Velha.
Em divisões territoriais datadas de 31-12-1936 e 31-12-1937, o município é
constituído de 3 distritos: Vitória, Carapina e Queimado.
Pelo decreto-lei estadual nº 15.177, de 31-12-1943, o município de Espírito
Santo, foi extinto sendo seu território anexado ao município de Vitória com a
denominação de Espírito Santo de Vitória. Sob o mesmo decreto é criado o
distrito de Goiabeiras e anexado ao município de Vitória e ainda desmembra do
município de Vitória os distritos de Carapina e Queimado sendo anexado ao
município de Serra.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído
de 4 distritos: Vitória, Argolas, Espírito Santo de Vitória e Goiabeiras.
Por ato das disposições constitucionais transitórias, promulgado em 26-07-1947,
desmembra do município de Vitória os distritos de Espírito Santo de Vitória e
Argolas. Para formar o novo município de Espírito Santo de Vitória.
Em divisão territorial datada de 01-07-1960, o município é constituído de 2
distritos: Vitória e Goiabeiras.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Mais Historia
Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, é a principal ilha de
um arquipélago de 34 ilhas e o centro da Região Metropolitana da
Grande Vitória, formada por ela e pelos municípios de Vila Velha,
Cariacica, Viana e Serra.
Fundada oficialmente
em 8 de Setembro de 1551, Vitória é uma das dez cidades mais antigas
do Brasil. Mas, ao mesmo tempo, vem se tornando uma cidade moderna
e tem muito a oferecer: praias, vida noturna, bons hotéis,
excelentes restaurantes e grandes áreas de lazer. Sua geografia é
caracterizada por sinuosidades, recortes, afloramentos rochosos,
encostas, baía e canal. A cidade de Vitória é o centro da área
metropolitana de mesmo nome, e tem segundo o Censo de 1991 do IBGE,
258.243 habitantes, o que representa aproximadamente 10% da
população total do Estado do Espírito Santo.
Seu encanto inspirou
denominações como "Ilha do Mel", "Ilha de Santo Antônio", "Ilha de
Nossa Senhora da Vitória", "Cidade Presépio" e "Delícia de Ilha".
Os núcleos urbanos
estabelecidos nos primeiros séculos da colonização brasileira
situavam-se, de modo predominante, no litoral, por razões econômicas,
administrativas e militares.
Assim em vinte e três
de maio de 1535, oitava de Pentecostes (domingo), a caravela de
Vasco Fernandes Coutinho aportou, em terrenos baixos, junto ao
Monte Moreno, à esquerda da entrada da baía - que julgaram ser um
rio.
Nos dias atuais esta localidade faz parte do município de Vila Velha.
Inspirado pela
preocupação de tornar menos precária a segurança dos seus governados,
sujeito a ataques indígenas, Vasco Coutinho transferiu a sede da
Capitania para a Ilha de Santo Antônio, atual ilha de Vitória, onde
a defesa era mais fácil, protegida que estava pelas águas
circundantes.
É muito controvertida
a data da mudança da sede do governo da Capitania. A dúvida fica
entre os anos de 1550 e 1551, sendo que oficialmente é considerado o
dia 8 de setembro de 1551 como o dia da cidade de Vitória.
A parte alta da
cidade, ao oferecer condições naturais de defesa, concentrava as
parcas construções oficiais e sobretudo as religiosas. Ao redor do
núcleo original, eram construídas as residências, que, aos poucos,
davam origem às ruas variando entre sinuosas, mais largas ou mais
estreitas. A parte baixa da cidade era local menos privilegiado,
sujeito a ataques de invasores. Para proteger a cidade do perigo que
vinha do mar, foram construídos vários fortes à beira mar, fazendo
de Vitória uma praça-forte.
Dos seis
portos do Espírito Santo, três estão na capital,
sendo
o mais antigo o Porto de Vitória, situado às margens da área
central da cidade. Até 1880, o porto era apenas um cais de
madeira, chamado o "Cais do Schmidt", no lado oeste da ilha.
Mas a partir de 1881 começam as exportações de café e, então,
surge entre os políticos locais a idéia de transformar aquele
cais num grande porto que centralizasse todo o comércio do
Espírito Santo, eliminando a dependência comercial do Rio de
Janeiro, e fizesse de Vitória um grande centro comercial.
Essa
construção seria responsável pela concepção de outra cidade,
onde praticamente todos os antigos cais desaparecem, para dar
origem ao Porto de Vitória. Todo o desenho da ilha foi assim
modificado, morreu a cidade colonial voltada para o mar e uma
outra começou a ser erguida.
O
porto é o responsável pelo mais recente aterro ocorrido
no Centro da cidade de Vitória. As obras começam em 1911, com
a construção de um dique de meia maré, que entrava pela baía
a fim de ganhar mais espaço para as instalações do porto e
também chegar a um ponto nas águas onde houvesse maior
profundidade para os barcos atracarem.
Mesmo avançando baía
adentro, durante muito tempo os navios operaram ao largo, e as
mercadorias eram trazidas até os trapiches por meio de chatas
ou flutuantes. Isso porque havia grande quantidade de rochas
submarinas, as quais necessitavam de desmonte, o que só foi
concluído em 1937.
Em 1925, os
Serviços de Melhoramentos de Vitória começou a construção de
uma muralha de 130 metros de extensão e 3 armazéns. Estes
agora são em número de 4 e na época foram construídos
guardando certa distância um do outro, possibilitando brechas
para um olhar à Baía. A necessidade de maior área para
armazenar as cargas fez com que os galpões fossem ampliados,
bloqueando a visão da Bahia de Vitória.
Poucas brechas
sobraram com ressalva àquela em frente à escadaria do Palácio
Anchieta , onde se pode apreciar o movimento dos navios
através das grades em ferro.
Referencias
IBGE
Wikipédia
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