Esta é uma questão que é debatida pelos paleontólogos
desde que Robert Bakker propôs que os dinossauros talvez não fossem lerdos ou
preguiçosos como se pensava. Ele propôs que eles deveriam de algum modo regular
a temperatura corporal, para que pudessem manter. Segundo ele a anatomia dos
dinossauros e seu estilo de vida não condiziam com o de criaturas de sangue frio
(pecilotérmicos), que tem um nível de atividade baixo devido ao seu metabolismo
lento.
Para ele os dinossauros eram homeotérmicos como aves e
mamíferos. Essa afirmação causou um verdadeiro estardalhaço na Paleontologia no
mundo todo.
Hoje os cientistas estão divididos em 2 linhas: uns
acham que os dinossauros regulavam sua temperatura de forma metabólica, como
aves e mamíferos. Eles se baseiam na anatomia, comportamento e estrutura de
ossos dos dinossauros, além do fato de dinossauros terem sido encontrados em
locais onde criaturas pecilotérmicas nunca poderiam sobreviver, como a
Antártida, e na descoberta de um dino com coração de 4 cavidades, como aves e
mamíferos.
Outra linha porém defende que os eram pecilotérmicos.
Eles defendem que as características apontadas pelos defensores do sangue quente
não provam suas teorias. Além disso eles afirmam que se os dinossauros fossem de
sangue quente teriam de ingerir enormes quantidades de alimento, típico de
animais homeotérmicos. Eles acham isso improvável.
Existe atualmente uma terceira linha de pensamento que
procura conciliar as duas anteriores: é a teoria da metatermia.
Segundo seus defensores não se pode aplicar um tipo de
metabolismo para todas as espécies de dinossauros, pois eram muito diferentes
entre si. Eles acreditam que os dinossauros de uma maneira geral podiam manter
constante sua temperatura corporal, porém nem sempre utilizando mecanismos
metabólicos como aves e mamíferos. As diferentes espécies teriam desenvolvido
maneiras próprias de fazer isso.
Acredita-se, por exemplo, que dinossauros de pequeno
porte como os raptores, hipsilofodontes, celurossauros, ornitomimossauros . . .
tinham um metabolismo verdadeiramente homeotérmico, mantendo a temperatura
corporal através de processos orgânicos.
Já em animais maiores as coisas mudavam um pouco.
Sabe-se que em corpos muito grandes existe uma
propriedade conhecida como inércia térmica, ou seja, neles a perda de calor é
extremamente lenta. E quanto maior o corpo, mais lenta é a perda. Eles porém
podem ganhar calor com facilidade. Assim animais muito grandes sofrem mais com
super-aquecimento do que com perda de calor. Para criaturas grandes qualquer
esforço ou movimento físico pode produzir grande quantidade de calor que para
eles é difícil de ser perdido.
É provável que os dinossauros maiores, pelo seu próprio
tamanho não tinham grande variação na temperatura interna, isso sem precisar
utilizar meios orgânicos.
Animais como os estegossauros com placas e dinossauros
com barbatanas nas costas, como os espinossauros, amargassauros e ouranossauros,
poderiam utilizar essas estruturas para perder o excesso de calor, evitando
aquecer demasiadamente seu corpos, tal como acontece com as orelhas dos
elefantes atuais.
O mesmo pode-se dizer das gorjeias dos ceratopsianos.
Já os grandes saurópodes eram os mais problemáticos.
Seus corpos imensos perdiam pouco calor e ganhavam muito com um mínimo de
esforço físico. Imagine mover uma única pata de várias toneladas. A quantidade
de calor produzida nesse movimento era grande.
Para esses titãs o problema de super-aquecimento era
sério. Para ajuda a perder o excesso de calor os saurópodes usavam suas narinas
enormes no alto do crânio. Seus longos pescoços e caudas também proporcionavam
uma enorme área de perda de calor.
Em relação aos dinossauros que viviam nas regiões
polares existem duas maneiras de lidar com isso: os menores, homeotérmicos
podiam hibernar em cavernas até que o verão voltasse.
Os maiores, sem ter onde se abrigar acabavam migrando
para terras mais quentes.
É necessário ressaltar que durante o Mesozóico o clima
do planeta era bem mais quente, o que poderia ter auxiliado aos dinossauros
manter altas temperaturas corporais.
Com essas explicações pode-se concluir que os
dinossauros tinham diferentes maneiras de manter suas temperaturas internas,
podendo manter altos níveis de atividade sem ter que necessariamente regular a
temperatura interna de maneira orgânica, tal como em aves e mamíferos.