Antigamente os cientistas imaginavam os
dinossauros como criaturas estúpidas e desajeitadas, que viviam solitárias
arrastando suas enormes carcaças por meio de pântanos e brejos.
Hoje essa visão mudou radicalmente. Os
fósseis têm mostrado aos paleontólogos que os dinossauros não só eram seres com
comportamento complexo como muitas espécies possuíam uma vida social também
complexa.
Através das pistas deixadas pelos fósseis
podemos deduzir que os dinos eram extremamente semelhantes, no que se refere ao
comportamento, às espécies atuais de animais.
Restos encontrados em várias partes do
mundo indicam que os dinos como os hadrossauros e iguanodontes viviam em
rebanhos. Supõe-se que na maior parte do ano eles vagavam em pequenos grupos
dentro da mata. Em determinadas épocas, porém, esses pequenos grupos se reuniam
à outros e acabavam formando enormes manadas, algumas com mais de 10000 animais,
provavelmente para migrarem em busca de novas pastagens, como fazem hoje as
renas e os gnus. Acredita-se inclusive que essas manadas podiam conter membros
de várias espécies. Acredita-se que as cristas desenvolvidas por alguns
hadrossauros podem, entre outras coisas, ter auxiliado os mesmos no
reconhecimento dos indivíduos da mesma espécie dentro de uma manada onde haviam
outras espécies junto. Também pode ter ajudado a reconhecer membros mais jovens
ou mais velhos, machos ou fêmeas, dada a diferença no tamanho e formato das
cristas entre eles.
O mesmo pode ser aplicado aos
ceratopsianos. Como os hadrossauros e iguanodontes, podiam formar grandes
rebanhos e o mesmo papel da crista dos hadrossauros pode ser aplicado aos
chifres e gorjeias dos ceratopsianos. Também podiam os machos utilizar seus
chifres em rituais de demonstração de força e disputa da liderança do bando.
Acredita-se que os
paquicefalossauros vivessem em pequenos grupos dominados por um macho
líder. Quando um jovem macho desafiava o líder, os dois travavam uma luta
onde seus crânios espessos se chocavam. vencedor ganhava o bando e o
direito de acasalar com as fêmeas.
Os saurópodes eram animais enormes que
praticamente não tinham inimigos naturais quando adultos. Mas os jovens eram
alvo fácil. Assim a manada costumava andar com os filhotes e mais fracos no
centro e os maiores e mais poderosos nas laterais para proteção. Os
estegossauros provavelmente eram mais solitários. Podiam às vezes viver aos
pares ou em grupos pequenos. Em relação aos anquilossauros, o registro fóssil
indica que deveriam ser bem solitários, evitando ao máximo companhia.
Em relação aos carnívoros, sabemos que os
raptores caçavam em grupos. Provavelmente sua estrutura social eram semelhante à
dos lobos: um casal líder era o único que se reproduzia, para evitar
superpopulação e os outros membros ajudavam na caça e a cuidar dos filhotes. Os
troodontes e a maioria dos celurossauros eram caçadores solitários e defendiam
com ferocidade o seu território de outros carnívoros.
Os tiranossauros eram na maior parte do
tempo caçadores solitários. Talvez macho e fêmea às vezes ficassem mais tempo
juntos depois do período de acasalamento. Quando o esqueleto de Sue, o maior
T-rex encontrado até então foi descoberto, verificou-se que ele apresentava
inúmeros ferimentos e resquícios de fraturas. Uma delas foi no fêmur que
provavelmente deixou o animal sem poder andar por muito tempo. Se ele (ou ela)
não andava, também não caçava. Então como sobeviveu por tanto tempo? Acredita-se
que outro tiranossauro o alimentou e protegeu nesse período, o que demonstra
comportamento afetivo, incomum para um réptil.
Os carnossauros, ao contrário dos
tiranossauros, eram como leões do jurássico: viviam e caçavam em grupos. Só não
se sabe o nível de complexidade de seu comportamento em grupo. Os dinos do tipo
avestruz, os ornitomimossauros, vivam provavelmente em grupos, mas não se
descarta a hipótese de que às vezes podiam ser solitários.
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