Muitos dinossauros ao longo da evolução
desenvolveram estranhas estruturas em seus crânios. Sua função ainda é um
mistério mas os paleontólogo há anos estão tentando decifrar o misterioso código
dos crânios ornamentados.
Um dos primeiros dinossauros a apresentar
alguma ornamentação craniana foi o Dilophosaurus. Esse carnívoro
de 7 m de comprimento e 600 quilos viveu no início do Jurássico, há cerca de 190 milhões de anos. No de seu crânio existiam duas cristas em, vistas de
frente, formavam um "V". Sua fragilidade descarta a possibilidade de servir de
arma. Alguns paleontólogos acreditam que esses animais poderiam utilizar as
cristas para intimidação. Algumas descobertas indicam que existia uma diferença
de tamanho entre as cristas de machos e fêmeas, sendo as delas menores. Isso
pode ser um indício de que a crista também poderiam servir como atrativo sexual,
sendo utilizada pelo macho para conquistar fêmeas.
Na mesma época, mas no outro extremo do
mundo viviam um outro carnívoro de porte semelhante ao do Dilophosaurus,
com uma crista também bastante exótica. O Cryolophosaurus
provavelmente usava sua estranha crista de maneira semelhante à do
Dilophosaurus.
O Carnotaurus e o
Ceratosaurus (abaixo) possuíam pequenos cornos no alto da cabeça.
Inicialmente acreditou-se que poderiam ser usados para matar suas presas. Hoje
porém acredita-se que pode ter tido função semelhante às dos carnívoros citados
anteriormente.
Até mesmo dinossauros famosos como
Allosaurus, Spinosaurus e Baryonyx tinham
pequenas elevações no alto da cabeça, que podem ter sido apenas para ostentação.
Entre os pequenos terópodes, como o
Oviraptor, a crista estava presente apenas nos machos. As fêmeas apenas
apresentavam um pequeno calombo na ponta do bico. Nessa espécie a crista é um
forte indicador de dimorfismo sexual.
Entre os vegetarianos destacam-se as
cristas exóticas dos hadrossauros, ou dinossauros de bico-de-pato. Animais como
o Parasaurolophus tinham longas cristas tubulares, ocas por
dentro. Acredita-se que funcionavam como câmaras de ressonância, que
amplificavam os sons emitidos por esses animais. Reconstruções em laboratório e
programas de computador levaram os cientistas a conhecer o provável som emitido
por esses animais. Semelhante a uma trombeta, diferia entre machos e fêmeas. Os
machos, de cristas longas e quase retas emitiam sons muito altos e mais agudos,
enquanto que as fêmeas, de cristas curtas e curvadas, emitiam sons baixos e
graves.
Outras espécies de hadrossauros, com
cristas de diferentes formatos provavelmente emitiam sons diversos. Alguns
acreditam que essas diferenças eram cruciais para esses animais, uma vez que
diferentes espécies conviviam juntas. Emitir sons diferentes evitaria confusão
de comunicação entre membros de espécies diferentes. Esse provavelmente era o
caso dos Corythosaurus e Lambeosaurus.
Outros hadrossauros não tinham cristas. No
lugar delas desenvolveram focinhos com bolsas elásticas que desempenhavam função
equivalente à de seus primos com crista.
Outro grupo que é sempre lembrado pelo
formato de seu crânio é o dos paquicefalossauros. Acredita-se que esses dinos
tenham aparecido pela primeira vez na Ásia há cerca de 95 milhões de anos. Os
membros desse grupo são caracterizados por um crânio extremamente espesso, cuja
função ainda intriga os especialistas. A maioria acredita que a função
primordial desse "capacete" estava ligado à rituais de acasalamento e disputas
por liderança.
Imagina-se que a espessura do crânio de
tais herbívoros bípedes seria útil para proteger o cérebro desses animais
durante ferozes batalhas de bater cabeças. Estudos em crânios de diversos
indivíduos de Stegoceras mostraram que os machos realmente
possuíam crânios mais espessos, o que serviria de forte indício para confirmar
essa idéia. Como carneiros selvagens atuais, os machos deveriam bater ferozmente
seus crânios até que um dos adversários desistisse. O vencedor ganhava o grupo e
as fêmeas.
Costuma-se dividir os paqui em dois
grandes grupos: os homalocéfalos e os paquicéfalossaurídeos. Os primeiros tinham
crânios menos espessos e mais achatados, o que sugere que os combates deveriam
ser do tipo "empurra-empurra". Já os últimos tinham crânios muito espessos e
arredondados, o que para muitos significa combates do tipo "bate-cabeça".
Mas alguns paleontólogos mais recentemente
têm rejeitado a teoria do combate cabeça contra cabeça. Eles afirmam que apesar
de espesso, o formato arredondado faria com que o ponto de contato fosse
pequeno, o que permitira erros de golpe e possíveis lesões graves. Eles acham
que não seria interessante para esses animais serem feridos o tempo todo. Sendo
assim eles propõem idéias alternativas, como por exemplo, golpes de cabeça
contra as laterais do corpo, o que provocaria mais um leve desconforto do que
propriamente uma lesão séria.
Alguns ainda propõem que na verdade os
paqui usavam suas caudas para o combate, chicoteando os adversários.
Uma linha mais recente defende a idéia de
que os crânios na verdade não eram usados para luta, mas apenas para exibição.
Os defensores dessa idéia apontam a existência de grandes calombos ósseos nas
laterais do crânio (em algumas espécies, como o Stygimoloch
abaixo, esses calombos são enormes) que serviriam para deixar a aparência do
animal ainda mais imponente e feroz.
Parentes dos paqui são os ceratopsianos.
Os paleontólogos consideram estes como os dinossauros com os crânios mais
impressionantes.
Suas cabeças, além da gorjeia óssea, eram
ornamentadas com impressionantes cornos. Tanto os cornos como as gorjeias
variavam em forma e tamanho de acordo com a espécie.
Entre os ceratopsianos mais desenvolvidos
encontram-se 2 grandes grupos: os centrossaurídeos e os chasmossaurídeos.
Os centrossaurídeos, como o
Styracosaurus e o Pachyrhinosaurus (abaixo), tinha
gorjeias curtas. Normalmente os cornos que ficavam acima dos olhos eram pequenos
e o corno nasal era muito longo.
Já os chasmossaurídeos, como o
Torosaurus e o Triceratops (abaixo) tinham gorjeias
longas, seus cornos orbitais também eram longos mas seu corno nasal era bem
curto.
Há muito se discutia a real função de tais
estruturas. Observando superficialmente é fácil imaginá-las como poderosas armas
de ataque e defesa, especialmente se levarmos em conta que tais criaturas
conviveram com poderosos carnívoros como os tiranossauros.
Mas nem tudo o que parece é.
Com relação aos cornos,
apesar da aparência poderosa, estudos recentes demonstraram que eles na
verdade eram bastante frágeis, podendo quebrar-se com facilidade.
Infelizmente se isso ocorresse não haveria regeneração. |
No caso do corno nasal de alguns
centrossaurídeos, é provável que fossem usados mais para intimidação do que
propriamente para ataque. Já os cornos orbitais dos chasmossaurídeos podem ainda
ter sido usados para combates entre machos pela controle de um grupo ou posse da
fêmeas.
Examinando os cornos de diversos
Triceratops percebeu-se que haviam diferenças entre machos e fêmeas. Nas
fêmeas eram mais curtos, curvados para frente e um pouco mias frágeis. Mas nos
machos, eram longos e fortes, e curvados para frente e logo na ponta, para cima,
o que é perfeito para combater sem arriscar tanto ferir seriamente o adversário.
É provável que as lutas fossem um último recurso. Acredita-se que primeiramente
os machos realizassem rituais de exibição.
Se nenhum deles cedesse, aí sim havia
combate. É também provável que as lutas fossem rápidas e dificilmente haviam
grandes ferimentos ou morte. Em geral o perdedor tinha ferido apenas seu
orgulho.
Com relação às gorjeias, durante muito
tempo cogitou-se que sua principal utilidade seria a de defender o frágil
pescoço desses animais contra a mordida de predadores. Isso parece lógico,
especialmente se observarmos o Triceratops, cuja gorjeia era
sólida. Mas todos os outros ceratopsianos tinham grandes buracos nas gorjeias,
provavelmente para torná-las mais leves. Esses buracos, quando os animais eram
vivos preenchiam-se com pele e vasos sanguíneos. Um predador poderia facilmente
causar danos sérios. O mais provável é que elas servissem apenas para
intimidação. Alguns paleontólogos imaginam que os ceratopsianos e suas gorjeias
eram ricamente coloridos, o que tornaria a intimidação ainda mais eficaz. Para
incrementar ainda mais algumas espécies tinham longos calombos nas gorjeias, que
os faziam parecer maiores e mais ferozes.
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