Quanto à alimentação os dinossauros podem
ser classificados em 3 grupos: carnívoros, herbívoros e onívoros, cada grupo com
suas variações próximas. Os carnívoros compreendem um grupo que apesar das
variações de tamanho apresentam uma forma mais ou menos básica: bípedes, pernas
longas e fortes, caudas rijas que serviam como contrapeso, espinhas dorsais
paralelas à linha do solo, braços com garras e cabeça com dentes afiados. A
maneira como se alimentavam modificou-se de espécie para espécie.
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É provável que pequenos
carnívoros como o Compsognathus e o
Ornitholestes se alimentassem de pequenos animais,
especialmente insetos e lagartos, e não dispensavam a chance de comerem
ovos e filhotes de dinossauros, inclusive seus próprios.
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Os raptores eram dinossauros
que poderiam ser comparados aos lobos selvagens dos dias de hoje. Caçadores de
perseguição, podiam abater presas com 4 vezes o seu tamanho. Sua inteligência
lhes permitia caçar em bandos de maneira coordenada. Separavam um animal ferido
da manada, saltavam sobre seu dorso e mordiam sua garganta e quadris, enquanto
alguns usavam as enormes garras curvas para abrir o abdome da vítima. A presa
exausta e com horríveis dores acabava cedendo. Os raptores então faziam a festa.
O raptor só era uma máquina mortal quando em grupo. Sozinho ele só conseguia
apanhar pequenos animais.
Em relação aos grandes carnívoros muito se
discute se eles eram predadores ativos ou apenas necrófagos. O mais provável é
que fossem os dois, de acordo com a ocasião. Quando possível eles comiam
carcaças que encontravam ou as roubavam de carnívoros menores, usando seu
tamanho e rugido para afugentá-los. Mas se tivessem fome e não houvesse carcaças
disponíveis com certeza eles podiam caçar e matar qualquer presa que quisessem.
Registros fósseis indicam que alguns
carnívoros de grande porte caçavam em bandos, como os leões. Entre esses animais
pode-se citar os Allosaurus e
Giganotosaurus.
Essas criaturas evoluíram para caçar
grandes herbívoros, como os saurópodes. Para abatê-los eles precisavam agir em
grupo. Talvez sua organização não fosse tão complexa quanto a dos raptores mas
era o suficiente para suas presas grandes e lentas. Alguns separavam um membro
fraco da manada, enquanto os restantes derrubavam e abatiam a presa.
Haviam no entanto carnívoros que preferiam
uma caçada mais solitária. O Tyrannosaurus era um
exemplo. Apesar de poder correr até 50 km/h (segundo um rastro encontrado nos
EUA), ele era basicamente um caçador de emboscada. Tal como um tigre, ele
aproximava-se lentamente da presa até que chegasse a uma distância bem próxima.
Ele então lançava-se com grande agilidade sobre a vítima , geralmente
hadrossauros ou ceratopsianos, cravando seus grandes dentes no couro grosso,
apertando e sacudindo até quebrar o pescoço ou a espinha, promovendo uma morte
muito rápida.
Um animal de algumas toneladas era uma
refeição para vários dias do Tyrannosaurus.
Havia ainda um grupo bastante exótico de
carnívoros conhecidos como espinossaurídeos. Esses dinos tinham uma cabeça e
dentição muito semelhantes às do crocodilo, o que indica uma alimentação
composta principalmente de peixes. Não descarta-se porém que eles caçassem
outros animais, usando suas garras para ferir a vítima.
Seus longos focinhos também eram úteis
para afundarem nas carcaças, à procura de vísceras.
O Dilophosaurus
foi um dos primeiros grandes carnívoros. Apesar do tamanho suas mandíbulas eram
fracas demais para caçar. Acredita-se que ele era necrófago a maior parte do
tempo, alimentando-se das carcaças trazidas às praias pelo mar.
Entre os onívoros (aqueles
que comiam de tudo) destacam-se os oviraptores, que se especializaram em comer
ovos, perfurando suas cascas com seus bicos duros e seus pequenos e pontudos
dentes no céu da boca.
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Os ornitomimossauros,
parecidos com avestruzes, podiam correr rápido e apanhar insetos, pequenos
lagartos e mamíferos. Também comiam ovos, folhas, raízes e sementes. |
Os terizinossauros durante
muito tempo representaram um enigma para os cientistas. Sua dentição indica
hábitos herbívoros. Mas não se descarta a hipótese de que pudessem complementar
sua dieta ingerindo grandes quantidades de cupins, que retiravam dos ninhos
escavando-os com suas imensas garras.
Em relação aos
herbívoros podemos dizer que tiveram muitas adaptações para esse tipo de
alimentação, uma vez que digerir vegetais é muito mais difícil que carne.
Os grandes saurópodes, por
exemplo passavam a maior parte de seu tempo comendo. Só que esses animais tinham
dentes fracos em forma de pino ou de colher, normalmente apenas na parte da
frente da boca. Isso permitia à eles apenas cortar e engolir as folhas tenras.
Para ajudar na digestão os saurópodes engoliam pequenas pedras chamadas
gastrólitos, que uma vez no estômago, ao se atritarem umas nas outras maceravam
o alimento contido ali.
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Quando já estavam lisas
demais elas eram eliminadas junto com as fezes. Além das pedras é provável que
tivessem em seu estômago uma câmara cheia de bactérias que também ajudavam a
digerir. |
Era a chamada Câmara de fermentação. Abaixo, um modelo interno do
estômago de um saurópode (esquerda) e do tubo digestório completo (direita).
Os estegosauros e
anquilossauros também tinham uma fraca dentição, o que impedia esses animais de
mastigarem a comida. Preferiam comer folhas macias. Para digerir, como não foi
encontrada nenhuma evidência de que eles engolissem pedras, é provável que só
usassem a câmara de fermentação. A fermentação tem como subproduto o gás metano.
Assim esse processo deveria causar um poderoso efeito: a flatulência. Nas
florestas jurássicas, além dos urros e guinchos dos dinossauros, ecoavam os sons
e o odor desagradável da flatulência desses animais.Durante o período Cretáceo
apareceram novos tipos de herbívoros com um equipamento melhor de mastigação que
permitia a eles alimentarem-se de uma variedade maior de plantas. Entre eles
estão os ceratopsianos, os hadrossauros e os iguanodontídeos. Possuíam uma
musculatura especial nas mandíbulas que lhes dava capacidade de mastigação.
Os iguanodontes tinham além
do bico, dentes molares que eram ótimos para a mastigação de qualquer tipo de
vegetação. Os cientistas acreditam que esse foi um dos motivos que permitiram a
esse animal espalhar-se por todo o globo O bico forte para cortar e os dentes
afiados permitiam aos ceratopsianos comer plantas fibrosas e rijas, como pinhas
e cicadáceas. Os hadrossauros eram máquinas de comer que trituravam plantas com
seus milhares de dentes, que funcionavam como raladores de vegetais.
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