Não está esclarecida a
origem do topônimo Russas. Alguns autores
acreditam que o nome foi inspirado pela
ocorrência, ao norte da localidade, de blocos de
granito que, vistos à distância, se assemelham a
um lote de bestas ruças.
Outra versão corrente, de cunho popular, admite
haver residido nos arredores do antigo povoado
"um velho que possuía cobiçado e vistoso lote de
bestas", notáveis pela uniformidade de sua cor.
Finalmente, uma terceira versão deriva o
topônimo da serra do mesmo nome, localizada no
nordeste de Pernambuco. Alguma família
pernambucana estabelecida na zona teria dado ao
local aquela denominação, reminiscência
sentimental do seu torrão de origem.
As terras que viriam a constituir o atual
município de Russas eram habitadas, a chegada
dos primeiros colonos, por volta de 1690, por
tribos selvagens que praticavam terríveis
devastações a fim de desalojarem os novos
moradores. Luciano Cardoso de Vargas. médico
procedente de Pernambuco, Francisco Ribeiro de
Sousa e sua mulher, também daquela capitania (Muribeca),
e Gaspar Rebouças Malheiro, oriundo de Viana
(Portugal), destacam-se entre os primeiros
desbravadores da região.
Para que o nascente arraial pudesse mais
eficazmente opor-se aos ataques dos selvagens,
Pedro Lelou construíu, em 1701, por ordem do
governo português, uma pequena fortaleza a que
foi dada a denominação de Forte do Jaguaribe. O
local, conhecido também por Presídio do
Jaguaribe, pela nova destinação dada ao forte,
chamou-se depois Presídio de São Francisco
Xavier.
O povoamento intensificou-se em 1707, quando
Cristovão Soares Reimão iniciou a construção de
uma capela e a demarcação de terras, destinando,
da concessão feita a Gregório Gracisman de Abreu,
"meia légua de terra para a residência do pároco".
Erguida, em 1709, a "casa de orações", com
aparência de igreja, no local onde hoje está a
matriz, passou a denominar-se Casa de Nossa
Senhora.
Entretanto,
havendo sido retirada a antiga fortaleza,
verificaram os moradores a necessidade de
substituir o nome do lugarejo. Tendo em conta
que o local onde ficava o templo era o ponto de
maior convergência dos que residiam nas
cercanias, deram-lhe a denominação de. Sítio da
Igreja. Sítio, àquela altura, era o nome dado
pelos colonos às suas vivendas, como é o caso do
Sítio do Frade, na mesma região jaguaribana.
Posteriormente,
levando em consideração a circunstância de
situar-se o templo na sede do maior núcleo da
região, banhado pelo riacho Araybu, de há muito
conhecido pelo nome de riacho das Russas,
deram-lhe, seus moradores, a denominação de
Capela das Russas e, em substituição ao topônimo
Sítio Igreja, o de "Vila das Russas", numa
antecipação do ato administrativo que só no
alvorecer do século passado viria a efetivar-se.
Formação
Administrativa
Elevado à
categoria de vila com a denominação de São
Bernardo de Russas (ou Russas, pela lei estadual
nº 900, de 09-08-1859.
Pelo ato
provincial de 18-08-1882, são criados os
distritos de Cruz Palhano e Quixeré e anexado ao
município de São Bernardo de Russas.
Pela lei
provincial nº 2155, de 12-08-1889, transfere o
distrito de Cruz Palhano do município de São
Bernardo das Russas para o de União.
Pelo decreto nº
58, de 04-09-1890, o distrito de Cruz Palhano
volta a pertencer ao município de São Bernardo
de Russas.
Em divisão
administrativa referente ao ano de 1911, a vila
é constituído de 3 distritos: São Bernardo de
Russas, Cruz Palhano e Quixeré.
Em divisão
administrativa referente ao ano de 1933, o
município aparece constituído de 5 distritos:
São Bernardo de Russas, Cruz Palhano, Jatopá,
Quixeré e Santo Antônio.
Elevado à
categoria de cidade e sede municipal com a
denominação de Russas, pela lei estadual nº 169,
de 31-03-1938, retificado pelo decreto-lei
estadual nº 378, de 20-101938.
Pelo decreto
estadual nº 448, de 20-12-1938, os distritos de
Cruz Palhano passou a denominar-se Palhano,
Jatobá a denominar-se Bixopá e Santo Antônio a
denominar-se Bonhú. Sob o mesmo decreto é criado
o distrito de Baixa Branca, com terras
desmembrada do distrito de Quixeré e parte do
distrito sede de Limoeiro do município de
Limoeiro.
No quadro fixado para vigorar no período de
1939-1943, o município é constituído de 6
distritos: Russas, Baixa Branca, Bixopá ex-Jatobá,
Bonhu ex-Santo Antônio, Palhano ex-Cruz do
Palhano e Quixeré.
Em divisão
territorial datada de 1-VII-1950, o município é
constituído de 7 distritos: Russas, Baixa Branca,
Bixopá, Bonhu, Flores, Palhano e Quixeré.
Pela lei estadual
nº 1153, de 22-11-1951, é criado o distrito de
Flores e anexado ao município de Russas. Sob o
mesmo decreto é extinto o distrito de Baixa
Branca, sendo seu território anexado ao distrito
de Quixeré e ainda transfere o distrito de
Bixopá do município de Russas para o de Limoeiro
do Norte.
Em divisão
territorial datada de 1-VII-1955, o município é
constituído de 5 distritos: Russas, Bonhu,
Flores, Palhano e Quixeré. Pela lei estadual nº
4076, de 08-05-1958, desmembra do município de
Russas o distrito de Palhano. Elevado à
categoria de município.
Pela lei estadual nº 3573, de 11-04-1957,
desmembra do município de Russas o distrito de
Quixeré. Elevado à categoria de município. Em
divisão territorial datada de 1-VII-1960, o
município é constituído de 3 distritos: Russas,
Bonhu e Flores. Pela lei estadual nº 6473, de
18-07-1963, desmembra do município de Russas o
distrito de Flores.
Elevado à categoria de município. Pela lei
estadual nº 7016, de 27-12-1963, é criado o
distrito de São João de Deus e anexado ao
município de Russas. Pela lei estadual nº 8339,
de 14-12-1965, é extinto o município de Flores,
sendo seu território anexado ao município de
Russas. Em divisão territorial datada de
31-XII-1968, o município é constituído de 4
distritos: Russas, Bonhu, Flores e São João de
Deus.
Assim permanecendo
em divisão territorial datada de 1-VII-1983.
Pela lei estadual
nº 11457, de 02-06-1988 é criado o distrito de
Peixe e anexado ao
município de Russa.
Pela lei estadual nº 11416, de 04-01-1988, é
criado o distrito de Lagoa Grande e anexado ao
município de Russas Em divisão territorial
datada de 18-VIII-1988, o município é
constituído de 6 distritos: Russas, Bonhu,
Flores, Lagoa Grande, Peixe e São João de Deus.
Assim permanecendo em divisão territorial datada
de 2005.
Alteração
nímica municipal
São Bernardo de Russas para simplesmente Russas
alterado, pelo decreto-lei estadual nº 169, de
31-03-1938, retificado pelo decreto estadual nº
378, de 20-10-1938.
Mais Historia
Russas é uma das únicas cidades do sertão
brasileiro que originou-se de fortificação
militar. Localiza-se dentro do então território
dos índios Potiguara, Paiacu, Tapairiu, Panati,
Ico, Ariu. A região começou a ser colonizada por
Portugueses e seus descendentes oriundos da
Bahia e Pernambuco em meados de 1690.
No século XVII os índios da região fizeram
grande resistência à invasão dos portugueses e
suas iniciativas econômicas. Era a chamada
Guerra dos Bárbaros. Diante deste cenário é
construído em 1701, a primeira fortificação
militar no sertão cearense, o Forte Real de São
Francisco Xavier da Ribeira do Jaguaribe. Este
núcleo militar, que segurava 150 currais de gado,
demarcou oficialmente o início da povoação
europeia em Russas.
Depois a localidade consolidou-se como
entreposto dos vaqueiros que traziam gado do
interior para negociar no porto de Aracati, na
época do ciclo da carne de charque. Esses e
outros visitantes que passavam pela cidade viam
de longe pedras de cor ruça e criaram o a
expressão terra das pedras ruças ou terra das
éguas ruças.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário
começou a ser construída em 1707, por doação de
sesmaria, sendo o templo mais antigo construído
no estado. O rei de Portugal encarregou da
definição do terreno o desembargador Cristóvão
Soares Reimão. Este demarcou as terras perto do
antigo Forte que sucumbiu ao tempo e aos ataques
do bravio índio jaguaribano, que apesar de
aguerrido, foi sumariamente desaparecendo ou
sendo assimilado nas fazendas de criar.
Desde o século XVIII a população da ribeira do
jaguaribe aspirava por autonomia política. A 15
de junho de 1801, o governador da Capitania do
Ceará, Bernardo Manuel de Vasconcelos, ordenou
ao ouvidor Manuel Leocádio Rademaker que
transformasse em vila a povoação de Sítio Igreja
das Russas, que ficou conhecida como São
Bernardo das Russas. A vila foi instalada em 6
de agosto daquele ano. A cidade teve, contudo, a
primeira oportunidade de ser elevada à vila em
1766, durante o governo do ministro português
Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de
Pombal .
A cidade logo se tornou o centro para onde
convergia toda região jaguaribana. Assim foi
primeiramente o núcleo militar com a Fortaleza
de São Francisco Xavier que protegia 150 currais(ou
fazendas), centro religioso (com a construção da
Matriz de Nossa Senhora do Rosário de Russas e
criação da freguesia). Depois centro econômico
(com intenso comércio), político e
administrativo cujo território englobaria
atualmente cerca de 17 cidades das cercanias. |
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