SUA UTILIDADE
O pinheiro-do-paraná é uma árvore útil: pode-se dizer que tudo nela é
aproveitável, desde a amêndoa, no interior dos pinhões, até a
resina, que destilada fornece alcatrão, óleos diversos, terebintina e
breu, para variadas aplicações industriais.As sementes são ricas
em amido, proteínas e gorduras, constituindo assim em alimento
bastante nutritivo.
É comum ver bandos de pássaros, principalmente
periquitos e papagaios, pousados nos galhos das araucárias, bicando as
amêndoas. Também se costuma alimentar os porcos com
pinhões, hábito generalizado do sul do país.
Foto-Carlos
Pazetto
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Conhecida como "pinheiro-do-paraná", a araucária angustifolia pertence
a uma família pequena, nativa somente do hemisfério sul, que
abrange apenas dois gêneros: o Aghatis, natural da Austrália e a
Araucária, que aparece no Chile, Argentina e sul do Brasil. Apesar de
abundantes nestas regiões, os pinheirais de araucária não são
homogêneos como as florestas européias: a árvore aparece misturada
a muitas outras plantas, como, por exemplo, a imbuia a erva-mate,
bambu e diversas herbáceas.
A ÁRVORE:
O pinheiro-do-paraná cresce muito: chega a
medir 50 metros de altura, com diâmetro de até 2 metros. Sobranceiro,
o tronco ergue-se
reto, sem nenhum desvio e se ramifica apenas no , formando a
peculiar copa: os ramos desenvolvem-se horizontalmente copm as
pontas curvadas para cima; superpostos uns aos outros, formam vários
andares. Logo abaixo da copa, nos pinheiros mais antigos
aparecem, às vezes, alguns tocos de ramos, quebrando a simetria
característica.
É planta dióica, isto é, suas flores, masculinas ou femininas, nascem
separadas, em árvores diferentes. Assim, um pé de
pinheiro-do-paraná tem inflorescências (chamadas estróbilos) somente
masculinas ou somente femininas.
Tanto as inflorescências masculinas quanto as femininas são formadas
de membranas coriáceas, duras, que se conservam por muitos
anos. As primeiras tem forma cilíndrica e as famosas pinhas, tão
usadas nos enfeites de natal, não são mais do que as flores femininas
agrupadas.
Quando chega a época da reprodução, o vento transporta o pólem das
inflorescências masculinas para as femininas. É o tipo de
polinização que os botânicos denominam anemófila. A araucária é uma
gimnosperma (gimno = nú sperma = semente); por isso, após o
óvulo ser fecundado, ele se transforma em semente, que não tem a
defesa do ovário: fica envolta numa espécie de folha modificada, a
escama de cobertura. Abrigando a semente, o tecido desta folha
protetora torna-se fibroso. É a semente assim protegida que se
chama comumente pinhão. Uma árvore feminina produz uma média anual de
80 inflorecencias, cada uma com cerca de 90 pinhões.
AS GRANDES PLANTAÇÕES
O cultivo dos pinheirais para fins industriais é uma das
características da economia do sul do Brasil. A árvore demora cerca de
16 anos
para produzir boa madeira. É um curto período de crescimento,
principalmente se for comparado ao dos pinheiros europeus que levam
cerca de 50 anos para atingirem esse desenvolvimento.
Os pinhões são semeados em covas previamente preparadas. Como as
raízes crescem rapidamente e atingem grande volume o
transplante não é possível. Geralmente, planta-se um pé de imbuia, de
crescimento mais lento, para cinco pés de araucária. Assim,
quando o pinheiral é derrubado, o terreno continua a ser aproveitado.
Fonte: Trabalho de Geografia e
Vegetação no Brasil / Fabíola Gonçalves Magossi e Felipe Gonçalves
Magossi. |