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Utilidade:
esta planta é venerada por muitas tribos indígenas da Amazônia, razão
pela qual é cultivada desde tempos remotos. Já é conhecida do homem
branco desde o século XVII, passando a partir daí a ser cultivada pelo
seu aspecto ornamental e incomum. A madeira, de baixa densidade (0,51
g/cm3), de textura média e de baixa resistência mecânica e ao ataque
de organismos xilófagos, é de inferior qualidade para o aproveitamento
econômico. É empregada nas regiões de origem apenas para confecção de
compensados estruturais, forros, painéis, embalagens,
cabo-de-vassoura, etc. Os frutos são considerados comestíveis e muito
procurados por porcos selvagens e as sementes por macacos e pequenos
roedores. A árvore é frondosa e proporciona ótima sombra apesar de sua
copa estreita porém densa.
É
ótima para o paisagismo pelo aspecto incomum de suas inflorescências
de flores perfumadas espalhadas pelo tronco e pelos imensos frutos
globosos, apesar da sujeira e do mau cheiro que causam após a queda
dos frutos se não forem recolhidos em tempo. Sua casca é fibrosa e
utilizada localmente para a confecção de cordoalha. O óleo essencial
(perfume) das flores é utilizado em perfumaria. Os frutos desprovidos
da polpa são utilizados como utensílios domésticos, principalmente
como cuia ou recipiente.
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Nome científico:
Couroupita guianensis Aubl
Nomes populares: macacarecuia, cuiarana, cuia-de-macaco,
castanha-de-macaco, amêndoa-dos-andes, curupita, cannon ball tree
(língua inglesa)
Etimologia:
a palavra Couroupita que designa o gênero é derivado de seu nome
popular "kouroupitoumou" na Guiana Francesa onde a planta foi pela
primeira vez estudada. O epíteto específico guianensis é relativo ao
país onde foi primeiro estudada. Os nomes populares aplicados no
Brasil se referem sempre à forma da casca de seus frutos esféricos que
após o apodrecimento da polpa tem a forma de uma "cuia" de inferior
qualidade. O nome inglês "cannon ball tree" se refere à forma dos
frutos grandes e esféricos semelhantes à bala de canhão.
Características
gerais: árvore alta, até 30 m no habitat
natural e um pouco menos quando cultivado no resto do país, com tronco
de 30-60 cm de diâmetro, de copa densa e alongada, muito ramificada,
com as folhas aglomeradas na ponta dos ramos, de 15-20 cm de
comprimento. As flores são grandes e muito perfumadas, de cor vermelha
com o centro branco, formadas em inflorescências paniculadas que saem
diretamente do tronco e ramos. Os frutos são cápsulas globosas,
indeiscentes, de 15-25 cm de diâmetro, pesando até 5 kg e contendo em
seu interior uma polpa suculenta azulada de odor desagradável com
100-300 sementes dispersas na mesma.
Regiões de ocorrência: como é uma planta largamente
cultivada, principalmente pelas populações indígenas da Amazônia, fica
difícil estabelecer a exata distribuição geográfica desta planta.
Através de levantamentos em herbários com materiais coletados no
habitat natural concluiu-se que sua ocorrência natural abrange
basicamente a região Amazônica, mais precisamente o norte do estado do
Pará e Acre, bem como nos países amazônicos vizinhos: Peru, Equador,
Colômbia, Guianas e Venezuela.
Produção
de mudas: Recolher os frutos no chão logo
após sua queda natural, quebrando-os manualmente para a retirada das
sementes imersas na polpa suculenta. Para isso, lava-se a polpa em
água corrente dentro de uma peneira, separando-se as sementes e
deixando-as secar a sombra.
Um
kg de sementes contém aproximadamente 3500 unidades. Sua viabilidade
em armazenamento é inferior a 120 dias. Para obtenção de mudas,
colocar as sementes para germinação logo que colhidas e preparadas em
canteiros semi-sombreados ou diretamente em embalagens individuais
contendo substrato organo-argiloso (solo vegetal argiloso com esterco
bem curtido). Cobri-las com uma camada de 1 cm do mesmo substrato
peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 8-15
dias e a taxa de germinação é geralmente superior a 80%. Após 5-7
meses com as mudas alcançando 6-10 cm de altura já podem ser levadas
para o plantio no local definitivo. O desenvolvimento das plantas no
campo é rápido, podendo atingir 3,5 m de altura aos 2 anos.
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