Paraíso
dos elefantes
|
Do
alto, um fio de água enfraquecido, perdido nas areias do
imenso deserto. O rio que jamais chegará ao mar. Sua missão é
alimentar a vida de um jardim extraordinário. O delta do Okavango é o grande pantanal africano, a “Arca de Noé” de
Botswana. Guepardos, girafas, elefantes, leões e rinocerontes
habitam um cenário que lembra o paraíso dos relatos bíblicos.
Começa ali a jornada dos aventureiros da Operação Ushuaia.
|
Paraíso
dos elefantes
Eles buscam resposta para uma
pergunta que intriga cientistas do mundo inteiro: as grandes
espécies da selva africana vão sobreviver ao século 21?
Nicolas Hulot estava diante de um espetáculo que poucos homens
puderam testemunhar tão de perto.
“Se algum dia os elefantes
desaparecerem do nosso planeta, não será por um choque
cósmico, um fenômeno natural, como pode ter acontecido com os
dinossauros. Só uma ameaça ronda a existência dos gigantes do
nosso tempo: o homem”, ele diz.
|
Entrar no lago com animais tão selvagens pode significar risco
de vida. Nicolas pôde viver essa experiência sem medo. Os
elefantes cresceram ao lado de um casal de ambientalistas, em
plena selva africana. |
Na região, Doug e Sandy
cuidam dos três órfãos que adotaram há anos. Uma família
feliz, afastada de qualquer estresse. Os ambientalistas querem
provar que elefantes são seres inteligentes e sensíveis e não
animais ferozes e destruidores, como imaginam os povos das
aldeias.
“Tenho a impressão de estar
num ninho de anacondas quando eles se aproximam com suas
trombas. Um deles está fazendo um levantamento completo sobre
a minha pessoa. Isso me dá cócegas. Essas informações vão
dizer se ele pode ficar tranqüilo em relação a mim. Espero que
fique, porque observo que parece um pouco inquieto”, diz
Nicolas.
|
“Eles
usam suas trombas como nós usamos as mãos para tatear,
manipular objetos. As duas protuberâncias que o elefante tem
na ponta da tromba funcionam como dedos – podem agarrar alguma
coisa. Essa é uma característica dos elefantes africanos, não
dos indianos”, explica Doug.
|
A tromba é o primeiro órgão sensorial do elefante. Conjuga tato e olfato. É
como se a gente pudesse cheirar com a ponta dos dedos. As presas são a grande arma na luta pela sobrevivência.
Com elas, eles cavam o solo ou descascam as árvores, para comer a camada interna. É uma grande ferramenta na
busca de comida e também funcionam como dentes poderosos. Dentro da boca, o elefante tem apenas molares e
pré-molares.
Em nenhum outro lugar Nicolas poderia observar a boca de um elefante. A
presença de Doug e Sandy era a única segurança. Doug mostrou a parte de trás das orelhas. Ali correm veias que
se dilatam e chegam a atingir o diâmetro de uma mangueira de água, quando a temperatura aumenta. Todo o sangue
passa pelo local, e vai refrescar o resto do corpo. Uma defesa contra o rigoroso sol africano. A pele chega a
ter 2,5 centímetros de espessura. Ainda assim, é tão sensível que o elefante sente as picadas dos insetos.
|
E
para que Nicolas pudesse observar as patas, Doug pediu que um
deles se deitasse. Debaixo dos pés, cheios de calos, uma
camada acolchoada, macia, ajuda a absorver o enorme peso
durante as caminhadas. Uma espécie de amortecedor natural que
alivia o impacto. É por isso que não deixam pegadas e se
deslocam com tanta suavidade pela mata.
|
Sandy consegue reconhecer
emoção nos elefantes.
“Eles têm um olhar doce
quando estão serenos. Quando estão excitados, os olhos se
dilatam”, ela diz.
Nicolas se levantou, e, de
repente, ganhou um beliscão na bochecha. Quem reagiria? Melhor
sorrir e esperar. A visita estava chegando ao fim, e Doug
convidou o aventureiro para um passeio. Elefantes não correm,
mas podem chegar a 40 quilômetros por hora quando caminham.
Nicolas se agarrou no bicho e acabou dando um belo puxão nas
orelhas gigantes
|
|
|
Conheça
o
Ache
Tudo e Região o portal
de todos
Brasileiros. Cultive o
hábito de ler, temos diversidade de informações úteis
ao seu dispor. Seja bem vindo,
gostamos de suas críticas e sugestões, elas nos ajudam a melhorar
a cada ano.
|