Um sismo é um fenômeno de vibração brusca
e passageira da superfície da Terra, resultante de
movimentos subterrâneos de placas rochosas, de atividade
vulcânica, ou por deslocamentos (migração) de gases no
interior da Terra, principalmente metano. O movimento é
causado pela liberação rápida de grandes quantidades de
energia sob a forma de ondas sísmicas.
Basicamente, sismo é a ocorrência de uma fratura
subterrânea. As ondas elásticas geradas propagam-se por
toda a Terra.
Os grandes sismos são popularmente designados também
pelo termo terremoto (português brasileiro) ou terramoto
(português europeu) . No entanto, este último termo
aplica-se apenas a esses grandes sismos, sendo que para
os pequenos se costuma usar abalo sísmico ou tremor de
terra. Se um sismo abala zonas não habitadas não é nunca
usado o termo "terremoto" ou "terramoto", mesmo que seja
de grande intensidade, enquanto que se abalar zonas
habitadas, for sentido e tiver efeitos catastróficos é
costume usar também o outro termo, fora de contextos
científicos e da área de proteção civil.
A maior parte dos sismos ocorrem nas fronteiras entre
placas tectônicas, ou em falhas entre dois blocos
rochosos. O comprimento de uma falha pode variar de
alguns centímetros até milhares de quilômetros, como é o
caso da falha de Santo André na Califórnia, Estados
Unidos.
Só nos Estados Unidos ocorrem de 12 000 a 14 000 sismos
anualmente (ou seja, aproximadamente 35 por dia).
Baseado em registros históricos de longo prazo,
aproximadamente 18 grandes sismos (terremotos ou
terramotos, de 7,0 a 7,9 na escala de magnitude de
momento) e um terremoto gigante (8 ou superior) podem
ser esperados no período de um ano.
Entre os efeitos dos sismos estão a vibração do solo,
abertura de falhas, deslizamentos de terra, tsunamis,
mudanças na rotação da Terra, mudanças no eixo
terrestre, além de efeitos deletérios em construções
feitas pelo homem, resultando em perda de vidas,
ferimentos e altos prejuízos financeiros e sociais (como
o desabrigo de populações inteiras, facilitando a
proliferação de doenças, fome, etc).
O sismo registrado de mais alta magnitude de momento foi
o Sismo de Valdivia ou "Grande Sismo do Chile" em 1960
que atingiu 9,5 na escala de magnitude de momento,
seguido pelo sismo do Alasca de 1964 que atingiu 9,2 na
mesma escala.
A maioria dos sismos está relacionada à natureza
tectônica da Terra, sendo designados sismos tectônicos.
A força tectônica das placas é aplicada na litosfera,
que desliza lenta mas constantemente sobre a astenosfera
devido às correntes de convecção com origem no manto e
no núcleo (ver tectônica de placas).
As placas podem afastar-se (tensão), colidir
(compressão) ou simplesmente deslizar uma pela outra (torsão).
Com a aplicação destas forças, a rocha vai-se alterando
até atingir o seu ponto de elasticidade, após o qual a
matéria entra em ruptura e sofre uma libertação brusca
de toda a energia acumulada durante a deformação
elástica. A energia é libertada através de ondas
sísmicas que se propagam pela superfície e interior da
Terra. As rochas profundas fluem plasticamente (têm um
comportamento dúctil – astenosfera) em vez de entrar em
ruptura (que seria um comportamento sólido – litosfera).
Estima-se que apenas 10% ou menos da energia total de um
sismo se propague através das ondas sísmicas. Aos sismos
que ocorrem na fronteira de placas tectônicas dá-se o
nome de sismos interplacas, sendo os mais frequentes,
enquanto que àqueles que ocorrem dentro da mesma placa
litosférica dá-se o nome de sismos intraplacas e são
menos frequentes.
Os sismos intraplacas também podem dar origem a sismos
profundos, segundo as zonas de subducção (zonas de
Benioff), ocorrendo entre os 100 e os 670 km. Devem-se à
transformação de minerais - devido aos minerais
transformarem-se noutros com forma mais densa - e este
processo é repentino. Pode ocorrer no caso da
desidratação da olivina, em que esta se transforma em
vidro.
Também podem ser sismos de origem vulcânica, devendo-se
às movimentações de magma dentro da câmara magmática ou
devido à pressão causada por esse quando ascende à
superfície, servindo assim para prever erupções
vulcânicas. Está mais associado ao vulcanismo do tipo
explosivo que às do tipo efusivo.
Existem ainda os sismos de afundamento, que ocorrem na
sequência de deslizamentos de correntes turbídicas
(grandes fragmentos de rocha que deslizam no talude
continental) ou devido ao abatimento de cavidades ou do
tecto de grutas.
No entanto cientistas como Thomas Gold advogam que os
sismos têm origem partir de migração de gases
primordiais como hélio, metano, nitrogênio e
hidrocarbonetos, em grandes profundidades no interior da
terra. Nos limites de placas litosféricas a intensidade
e ocorrência dos sismos são maiores, provavelmente pela
comunicação mais próxima entre o manto e crosta. A
migração dos gases sob alta pressão dissipam energia
sísmica através de falhas geológicas que podem atingir a
superfície e causar sérios danos.
Sismos induzidos
Estes são sismos associados à ação
humana quer direta ou indiretamente. Podem-se dever à
extração de minerais, água dos aquíferos ou de
combustíveis fósseis, devido à pressão da água das
albufeiras das barragens, grandes explosões ou a queda
de grandes edifícios. Apesar de causarem vibrações na
Terra, estes não podem ser considerados sismos no
sentido lato, uma vez que geralmente dão origem a
registros ou sismogramas diferentes dos terramotos de
origem natural.
Alguns terramotos ocasionais têm sido associados à
construção de grandes barragens e do enchimento das
albufeiras por estas criadas, por exemplo na Barragem de
Kariba no Zâmbia . O maior sismo induzido por esta causa
ocorreu a 10 de Dezembro de 1967, na região de Koyna a
oeste de Madrasta, na Índia. Teve uma magnitude de 6,3
na escala de magnitude de momento. Também têm a sua
origem na extração de gás natural de depósitos
subterrâneos.
Podem também ser provocados pela detonação de explosivos
muito fortes, tais como explosões nucleares, que podem
causar uma vibração de baixa magnitude. Assim, a bomba
nuclear de 50 megatoneladas chamada tsar bomba detonada
pela União Soviética em 1961 criou um sismo comparável
aos de magnitude 7, produzindo vibrações tão fortes que
foram registradas nos antípodas. Para dar efeito ao
Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, a
Agência Internacional de Energia Atômica usa as
ferramentas da sismologia para detectar atividades
ilícitas tais como os testes de armamento nuclear. Com
este sistema é possível determinar exatamente onde
ocorreu uma explosão.
Profundidade dos sismos
Podem ser classificados de três
formas: superficiais, intermédios e profundos.
Superficiais – ocorrem entre a superfície e os 70 km de
profundidade (85%)
Intermédios – ocorrem entre os 70 e os 350 km de
profundidade (12%)
Profundos – ocorrem entre os 350 e os 670 km de
profundidade (3% dos sismos)
Em profundidades superiores a 700 km são muito raros
Na crosta continental, a maior parte dos sismos ocorrem
entre os 2 e os 20 km, sendo muito raros abaixo dos 20
km, uma vez que a temperatura e pressão são elevadas,
fazendo com que a matéria seja dúctil e tenha mais
elasticidade. Como a crosta oceânica é fria, nas zonas
de subducção os sismos podem ser mais profundos
Fenômenos secundários
Sinais precursores
Aumento da emissão de gás rádon ou
radônio;
Aumento da emissão de gás hélio;
Aumento da emissão de gás metano, com possível formação
de nuvens de metano (coloridas);
Aumento da atividade de vulcão de lama;
Ocorrência de microssismos;
Alteração da condutividade elétricas;
Flutuações no campo magnético;
Modificações na densidade das rochas;
Variação dos níveis da água em poços próximos das
falhas;
Anomalias no comportamento dos animais; por exemplo
migração em massa de anfíbios.
Aumento da emissão de dióxido de carbono em áreas
vulcânicas;
Após o sismo Ruídos sísmicos
Alteração do caudal ou nível das fontes, poços e águas
subterrâneas
Aparecimento de fumarolas vulcânicas
Formação de tsunamis
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