O Alouatta guariba é a espécie de bugio que habita a Mata Atlântica, desde
o sul da Bahia (subespécie Alouatta guariba guariba) até o Rio Grande do
Sul, chegando ao norte da Argentina, na região de Misiones (Subespécie
Alouatta guariba clamitans). s duas subespécies constam na lista do Ibama
como criticamente em perigo e vulnerável, respectivamente.
O
desmatamento ameaça a sobrevivência dos bugios de diferentes maneiras. A
mais evidente é a retirada da vegetação, o que restringe seus ambientes
a pequenos fragmentos isolados.
Nasce em todas as estações do ano, depois um período de gestação de
aproximadamente 140 dias.
Filho fica agarrado às costas da mãe durante os primeiros meses de vida.
A
Maturidade do Bugio é atingida entre um ano e meio e dois anos.
Alimenta-se predominantemente de folhas, flores, brotos, frutos e caules de
trepadeiras.
Pouco ativo, se locomove vagarosamente com a auxílio de sua cauda preênsil,
que pode atingir 80 cm.
Pode atingir até 9 kg de peso. |
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A Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) mantém laboratórios e alojamentos para
pesquisadores denominado Estação Biológica de Caratinga (EBC), que é uma fazenda particular com um fragmento de Mata
Atlântica e cerca de 800 hectares, onde ocorre a subespécie Alouatta guariba clamitans.Quando amanhece em algum lugar de
uma floresta tropical da América do Sul ouvem-se rugidos crescentes. Primeiro um, em seguida outro e depois outro, cada
qual mais forte e penetrante. São os bandos de bugios comunicando a sua localização uns para os outros, como se cada
indivíduo estivesse dizendo: "Estou no pedaço."
O grito é a sua característica mais importante (um ronco forte). É
interrompido e recomeçado várias vezes durante minutos e até horas. Costuma
ser emitido também quando são observados outros grupos se aproximando ou com
a invasão do território por outro indivíduo.
Quem ouve o ronco assustador do bugio nem imagina que por trás daquele
estrondo e da barba espessa, esconde-se um macaco tímido, que vive em
pequenos grupos, de três a doze indivíduos, de ambos os Patologias e várias
idades, chefiados por um macho adulto. Quanto ao seu tempo de vida, pouco se
sabe, pois trata-se de um animal que não se adapta bem ao cativeiro.
A amplificação da potência desses sons é obtida graças ao hióide, pequeno
osso situado entre a laringe e a base da língua. Na presença de um predador,
ou de outros grupos de bugios o hióide funciona como uma caixa de
ressonância.Os bugios (ou guaribas) foram muito caçados pelos índios, que
apreciavam a sua carne acima de todas as outras. A lentidão para fugir das
flechas também contribuiu para a sua preferência entre os índios. A caça ao
primata é descrita por Darcy Ribeiro no livro Diários Índios (Cia. das
Letras, 1996).
"Durante a caçada aos guaribas, os índios entusiasmaram-se a valer, gritavam
imitando os urros dos macacos e os perseguiram por quilômetros, seguindo sua
corrida nas árvores, saltando troncos, numa disparada infernal no meio da
mata fechada."
"A caçada aos guaribas é extremamente difícil. Eles se escondem na fronde
das árvores mais altas, entre as touceiras de cipós, e ficam lá por horas,
sem se mostrarem. Quando atingidos por flechas, que devem romper toda aquela
couraça de lianas, os guaribas gritam de modo assustador, arrancam as
flechas do corpo e as quebram com gestos muito humanos." |