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  GUEPARDO EM PERIGO  
Reprodução das avestruzes VEJA NOTICIAS
   



Sarah observou que a concorrência com as hienas e leões deixou em desvantagem o guepardo. Quando ele finalmente consegue agarrar uma gazela, surgem os candidatos à boca livre na savana. Os urubus alertam, e as hienas chegam no minuto seguinte a uma caçada de sucesso. Com suas mandíbulas poderosas, são adversárias perigosas demais.

Com a barriga sempre vazia, o felino se retira. O caçador vira fugitivo e abre mão de seu almoço. As hienas também não têm muito tempo para aproveitar a festa. Um pretendente mais poderoso do que elas entra na disputa. A luta seria desigual. As hienas se retiram e, como o guepardo, apenas observam. O leão só precisa se servir.

Leoas e leõezinhos seguem o rei da savana – altivo, mas nada generoso. Depois dele, se sobrar... Incomodado com tantos expectadores, chega a vez de o grande leão bater em retirada, levando a carcaça para degustar longe dos olhares gulosos.

É sombrio o futuro do guepardo, morrendo de fome diante de tanta caça. A bióloga Sarah acredita que a única solução seria ampliar seus territórios, criando corredores para que eles passem de uma reserva para outra. Enquanto espera, o suntuoso animal se contenta em mastigar insetos.

Mas o guepardo é tenaz. E volta ao seu ofício cem vezes, se necessário. A paciência faz parte do seu arsenal de caça.

Amanhece nas planícies do Serenguetti. Olhos curiosos observam a diversidade da vida na savana. A bióloga Sarah Durant passa horas atenta ao menor movimento. Ela é testemunha de um drama que a visível abundância de caça parece desmentir. Na região, o elegante guepardo, o mais rápido dos predadores, literalmente morre de fome.

O esplêndido mamífero de olhos amarelos já foi, no passado, a companhia preferida dos faraós, príncipes e reis. Em relação ao homem, é o menos agressivo dos grandes felinos, mesmo dentro de seu território.

Sarah nem se assusta quando um deles salta sobre seu posto de observação. A bióloga constatou que as reservas africanas já não são suficientes para assegurar a sobrevivência do guepardo.

No começo do século passado, eles eram cem mil em todo o mundo. Restam apenas alguns milhares - 300 no Parque do Serenguetti. O guepardo precisa de uma área de caça de 700 quilômetros quadrados. Na região, esse trecho é dividido por dez.

Pernas longilíneas, garras que não se retraem, 45 quilos de músculos sem um grama de gordura. A máquina de caça parece perfeita, mas no entanto... Bom corredor, mas pobre estrategista, o guepardo passa as maiores dificuldades para comer. Sua arrancada de quase 120 quilômetros nem sempre dá resultado.

As pequenas gazelas thompson – as presas preferidas – identificam o inimigo a centenas de metros. No momento em que ele lança todos os seus recursos na louca correria, elas disparam em muitas direções.


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