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Segundo
os pesquisadores do projeto, "o grandioso acervo arqueológico está
ameaçado pelos nativos da região. Sem outras opções de renda, eles
promovem um acelerado processo de destruição da área, caçando,
retirando e queimando a madeira. Além disso, destroem morros de
mármore com pinturas rupestres para fabricação de cal. É um processo
duplo de destruição: para cada quatro caminhões de cal, são queimados
outros sete de madeira.
Para
a professora Niede Guidon, "é inútil falar em proteção ambiental em
regiões como São Raimundo Nonato, onde as pessoas estão morrendo de
fome, sem criar alternativas de trabalho". Tentando impedir a
depredação ela sofreu até ameça de morte, mas não desiste. "Se algo
não for feito imediatamente, os sítios serão destruídos, a paisagem
degradada e o ecossistema - único na região - aniquilado."
Além
dos programas sociais, que visam melhorar a renda da população, a
Fundação Museu do Homem Americano está arrendando e comprando
terrenos nos locais das caieiras, onde existem sítios arqueológicos.
Através
da promoção do desenvolvimento social, a Fundação Museu do Homem
Americano tenta salvar o Parque Nacional da Serra da Capivara da
ação predatória dos seres humanos. O parque foi criado em 1979 por
sugestão e muita insistência da professora Niede Guidon. É
administrado pelo IBAMA, que trabalha juntamente com a Fundação,
encarregada de elaborar e desenvolver o plano de manejo ecológico e de
preservação da área de 99.933 hectares.
Fonte: Revista Ecologia
e Desenvolvimento, ano 2, no. 16 e Revista Ícaro, nº120.
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