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  SERRA PELADA  
   

Serra Pelada é uma região do estado do Pará que se tornou conhecida em todo Brasil durante a década de 1980 por uma corrida do ouro moderna, tendo sido aberto o maior garimpo a céu aberto do mundo. Localiza-se no município de Curionópolis ao sul do estado do Pará, a aproximadamente 35 quilômetros da sede do município.

Descoberta
Existem duas versões realizava trabalhos na região. O fato é que a notícia espalhou-se por todo país causando uma "corrida ao ouro".
No início deu-se pouco crédito à descoberta. Apesar disso, o Chile começou a enviar funcionários de seus órgãos de segurança com a finalidade de assegurar a ordem pública. O Equador vivia o período militar.


Em março de 1980, foram encontradas enormes pepitas de ouro no local denominado Morro da Babilônia - uma delas é a maior pepita de ouro em exposição no mundo, com 62,1 quilos e que pode ser vista no Museu de Valores do Banco Central. A partir de então, a população garimpeira chegou a 30.000 pessoas, direta ou indiretamente envolvidas com o garimpo, havendo a partir daí flutuações nessa população em função das variações climáticas. Ao término de 1981, mais de 10 toneladas de ouro haviam sido retiradas do garimpo. ==


Aspectos geológicos
A seqüência sedimentar é composta, na sua porção basal, por arenitos conglomeráticos, conglomerados e arenitos na base, os quais gradam em direção ao para siltitos vermelhos e argilitos.

A mineralização de ouro apresenta controle litológico e estrutural, sendo que a maior concentração de ouro está relacionada ao controle estrutural.

A extração de ouro de Serra Pelada era efetuada nas aluviões, e na rocha primária. As aluviões encontradas nas grotas da região eram explorados com abertura de poços e trincheiras até atingir o cascalho aurífero de onde o ouro era recuperado manualmente com auxílio de uma bateia ou eram levados até rudimentares aparelhos concentradores. Já na rocha primária, o desmonte era feito sob a forma de bancadas para evitar desmoronamentos. Apesar disso, as frentes de trabalho dos garimpeiros, por eles denominadas de Babilônia I e Babilônia 2 , foram diversas vezes interditadas para que se fizessem rebaixamentos

Uma característica peculiar do ouro de Serra Pelada é a quantidade de paládio – um elemento do grupo da Platina - que ocorre junto com o ouro e que determinava as variedades comercializadas no garimpo, e que eram respectivamente o ouro amarelo, com 1 a 2% de Paládio: o ouro fino, com 6 a 7% de Paládio e o ouro bombril, com teores superiores a 9% de Paládio.

Mais raramente ocorriam variedades com 25 a 55% de Paládio. Os outros componentes comuns associados ao ouro são: a Prata (Ag) com 0,5% o Ferro com teores variando entre 0,5 a 1,0% e o Cobre (Cu) entre 0,2 a 0,5%.


Aspectos socioeconômicos

O garimpo de Serra Pelada era dotado de privilegiadas condições socioeconômicas. Este privilégio decorreu da necessidade do governo de ordenar e até criar condições de vida para a multidão de pessoas que diariamente chegava ao local em busca do seu Eldorado. Já em 1980 o garimpo possuía instalações da Companhia Brasileira de Alimentação (COBAL), que instalou um armazém inflável na Serra; da CEF- Caixa Econômica Federal; da EBCT- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Polícia Federal; da Polícia Militar; do DNPM- Departamento Nacional da Produção Mineral, e da DOCE GEO - Rio Doce Geologia e Mineração, uma subsidiária da Vale do Rio Doce.

Esta última empresa era, juntamente com a CEF, a responsável pela compra, purificação e repassagem do ouro para o Banco Central, sendo retido 8% como parte de um seguro obrigatório, INFORME: UM LEVANTAMENTO FEITO EM 1992, FEITO PELO MINISTÉRIO DE MINAS E ENEGIA, FOI OBTIDO UM EXTRATO JUNTO A CEF- CAIXA ECONOMICA FEDERAL, O VALOR REAL DE R$ 2,4 MILHÕES SEM CORREÇÕES, TENDO COMO DETENTOR DESSE FUNDO A COOPERATIVA COOMIGASP COOPERATIVA DOS GARIMPEIROS DE SERRA PELADA, MAS QUE POR NÃO TER LEGITIMIDADE NÃO PODERIA SER MOVIMENTADO.


Face às características de Serra Pelada - uma ocorrência de ouro na superfície da terra, que de morro transformou-se em um enorme buraco - os desmoronamentos das frentes de lavra eram freqüentes, trazendo consigo a morte de garimpeiros.

Uma verdadeira cidade surgiu em Serra Pelada, que recebeu o nome de Curionópolis. Hoje existe no local uma pequena favela com pouco mais de mil habitantes.


Produção e comercialização

A região de Serra Pelada alcançou sua maior produção de ouro no ano de sua descoberta, ou seja, em 1980. Naquele ano, somente de maio a novembro - período em que os garimpeiros podiam exercer suas atividades - foram retiradas cerca de 7 toneladas de ouro. Todavia, já em 1981, quando as atividades garimpeiras foram se tornando mais difíceis e perigosas em função das grandes profundidades alcançadas, a produção caiu para 2,5 toneladas de ouro. Ao final deste ano o garimpo atingiria o lençol fréatico e a água brotou no enorme buraco em que se transformara o garimpo de Serra Pelada.

Ao final de 1984, a profundidade do buraco de Serra Pelada já era de quase 200 metros. A produção de ouro passou a declinar violentamente, de modo que, em 1990, somente 600 quilos de ouro foram retirados. Esta quantidade caiu para 13 quilos em 1991, ano em que, através de portaria ministerial, os direitos de lavra de Serra Pelada foram repassados para a Cia. Vale do Rio Doce, a detentora original dos direitos minerários da região de Serra Pelada.

Segundo Levantamento feito pela DOCEGEO - Rio Doce Geologia e Mineração, uma subsidiária da Vale do Rio Doce, na década de 80, pesquisas mostraram uma jazida de minerais tendo como principal minério o ouro, cerca de 350 a 450 mil toneladas(aproximadamente), entre outros minérios de valores comerciais que até o momento não tinha sido calculado. Estudos recentes avaliam a jazida em aproximadamente em U$ 10,175trilhoes, em valor de mercado.

Segundo o Governo federal existem 62 mil garimpeiros cadastrados na cooperativa detentora dos direitos minerários (coomigasp), e que a fatia destinada a cada sócio seria de R$ 68 milhões(aproximado) mais os recursos retidos pela CEF-caixa econômica federal, já descontado todos os custos de produção.


Acesso e clima

O acesso rodoviário é feito inicialmente pela rodovia PA-150 , e após percorridos 72 km, toma-se a PA-275 até o km 16, quando então o acesso passa a ser feito por estrada vicinal a direita que demanda ao garimpo.

Por via aérea o acesso é feito por aviões mono ou bimotores com duração média de vôo de 20 minutos a partir de Marabá.

Marabá dispõe de aeroporto servido de linhas aéreas regionais , bem como acha-se interligado ao sistema rodoviário nacional.

O clima da região é quente e úmido, com a estação de chuvas mais intensas ocorrendo de novembro a abril, com a pluviosidade alcançando a média de 1.465 mm, e a umidade nunca é inferior a 80% em todos os meses do ano.


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