"CPI" do BNDES convoca sobrinho de Lula e
poupa acionistas da JBS
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) do BNDES rejeitou nesta quarta-feira, 9, a
convocação dos irmãos Wesley Batista e Joesley
Batista, principais acionistas da JBS, mas
aprovou as convocações de um sobrinho do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Eike
Batista, do grupo EBX.
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Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira
mulher do ex-presidente, é proprietário da
empresa de engenharia Exergia Brasil,
contratada pela Odebrecht para trabalhar na
obra de ampliação e modernização da
hidrelétrica de Cambambe, em Angola.
A convocação de Taiaguara Rodrigues gerou
confusão no plenário e os deputados
governistas solicitaram votação nominal para
o requerimento que convoca o filho de
Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, irmão
da primeira mulher do ex-presidente Lula. O
presidente da CPI, deputado Marcos Rotta
(PMDB-AM) não acatou e manteve a convocação
do sobrinho de Lula.
Já em relação aos acionistas da JBS, em
votação nominal, o requerimento foi
rejeitado com 15 votos contrários e apenas 9
a favor. A empresa foi uma das maiores
financiadoras de campanha na última eleição
e recebeu investimentos do BNDES. Dos 27
deputados membros da comissão, 20 receberam
doação da JBS na última eleição.
Entre os requerimentos na pauta da CPI, três
solicitavam a convocação dos irmãos. O
deputado Bebeto (PSB-BA), autor de um
requerimento com teor semelhante, solicitou
que a votação fosse feita nominalmente.
Em defesa do seu requerimento e pedindo a
convocação dos Batista, o deputado Arnaldo
Jordy (PPS-PA) afirmou que, até agora, a CPI
só ouviu propaganda institucional do BNDES.
Mais cedo, antes do início da sessão, Jordy
afirmou que acreditava na aprovação do
requerimento.
Os deputados que votaram contra a convocação
dos acionistas da JBS foram: Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB), André Moura (PSC-SE),
Carlos Zarattini (PT-SP), Covatti Filho
(PP-RS), Davidson Magalhães (PCdoB-BA), Del.
Edson Moreira (PTN-MG), Diego Andrade
(PSD-MG), Edio Lopes (PMDB-RR), Fabio Reis
(PMDB-SE), Marcelo Squassoni (PRB-SP), Paulo
Magalhães (PSD-BA), Daniel Vilela (PMDB-GO),
Mauro Pereira (PMDB-RS), Paulão (PT-AL) e
Reginaldo Lopes (PT-MG).
Os deputados que votaram a favor da
convocação dos irmãos Batista foram: Bebeto
(PSB-BA), Betinho Gomes (PSDB-PE), Carlos
Melles (DEM-MG), Cristiane Brasil (PTB-RJ),
José Rocha (PR-BA), Miguel Haddad (PSDB-SP),
Heuler Cruvinel (PSD-GO), João Gualberto
(PSDB-BA) e Arnaldo Jordy (PPS-PA).
A CPI aprovou ainda a convocação de Ivan
Ramalho, secretário executivo do Ministério
de Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior e presidente do Comitê de
Financiamento e Garantia às Exportações e do
Conselho de Administração do BNDES; de
Wilson Zanatta, fundador da empresa LBR
Lácteos, e de Dalton Avancini, ex-diretor-presidente
da Camargo Corrêa e delator da Lava Jato,
para que prestem depoimentos na CPI.Defesa.
O presidente da CPI do BNDES, deputado
Marcos Rotta (PMDB-AM), esclareceu há pouco
que nunca recebeu doações da JBS para
realização de campanha eleitoral. Segundo
nota divulgada por sua assessoria, nenhuma
empresa alvo das investigações da CPI do
BNDES financiaram suas campanhas eleitorais.
Ainda de acordo com o documento, o deputado
nega qualquer tipo de manobra regimental ou
não, para embaraçar as convocações de
qualquer pessoa.
Enquanto todos negam os crimes cometidos,
por outro lado a sociedade brasileira espera
ansiosa também que a promotoria federal
investigue além de Dilma e Lula, seus filhos
e parentes que da noite para o dia ficaram
multimilionários.
(com conteúdo do Estadão e Agencias
internacionais)
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