Atentado terrorista da seita mulçumana
mata 120 em Paris
Poucas horas após o mais violento ataque
da história francesa desde a Segunda Guerra
Mundial, imagens da madrugada deste sábado
mostravam uma Paris quase deserta – algo
bastante sintomático para aquela que é uma
das mais boêmias metrópoles do mundo.
Relatos dão conta de que as poucas pessoas
que tentaram sair às ruas foram orientadas
pelos mais de 1.500 soldados que tomaram a
cidade a se recolherem – mesmo pedido da
prefeitura parisiense e da polícia desde o
início dos ataques que deixaram mais de 120
mortos e um rastro de feridos na noite desta
sexta-feira.
A França amanhece em estado nacional de
emergência pela primeira vez desde 2005 – o
decreto permite às autoridades a fechar
espaços públicos, impor toque de recolher e
restrições à circulação de veículos e
pessoas.
Embora suas fronteiras tenham sido fechadas,
serviços de trem, como o prestado pela
Eurostar entre Paris e Londres, devem ser
mantidos. Pelo Twitter, a empresa confirmou
que as viagens continuarão, mas ofereceu aos
passageiros a possibilidade de remarcar seus
tickets.
Segundo o Ministério das Relações
Exteriores, os aeroportos ficarão abertos e
operando. Já escolas e universidades da
região de Paris amanheceriam fechadas,
diziam as agências de notícias.
Em meio a informações ainda desencontradas
sobre o número de vítimas e de autores dos
ataques mortos, um promotor afirmou a
jornalistas que cúmplices dos atentados
ainda poderiam estar à solta.
Até a publicação deste texto, nenhum grupo
havia reivindicado os ataques. Relatos
apontavam que oito dos autores haviam
morrido, sete deles após acionarem cintos
suicidas.
O clima de insegurança chegou aos Estados
Unidos, onde algumas grandes cidades, como
Nova York, afirmaram que reforçariam sua
vigilância nos próximos dias. A Bélgica
anunciou um aumento no controle de suas
fronteiras, especialmente a que a liga com a
França.
Ao falar com a imprensa do lado de fora da
casa de shows Bataclan, cenário de maior
parte das mortes, o presidente francês,
François Hollande, classificou os atentados
como “uma abominação e um ato bárbaro” e
disse que o país travará uma luta “sem
misericórdia” contra os “terroristas”. Ele
cancelou sua viagem à Turquia, onde
participaria do encontro do G20.
Sequência de horror
Confira a sequência dos acontecimentos, no
horário local, de acordo com os relatos
tornados públicos até a publicação deste
texto:
21h20: Primeiros ataques foram reportados em
áreas boêmias não distantes da praça da
República, uma das principais da cidade e
palco frequente de manifestações políticas e
populares.
21h30: Enquanto a seleção do país jogava
contra a Alemanha no estádio Stade de
France, no norte da cidade, a primeira de ao
menos duas explosões foi ouvida. O
presidente francês, que assistia à partida,
foi retirado do local às pressas.
Segundo relatos ainda não confirmados, houve
a ação de ao menos um homem-bomba e o ataque
a restaurantes nos arredores da arena.
Após a partida, torcedores ficaram no
gramado à espera de informações. Nos túneis,
os jogadores das duas seleções assistiam aos
desdobramentos da tragédia pela cidade – os
alemães permaneceram no local pelo menos até
as 2h30.
21:50: Disparos foram registrados em um café
ao sul do local onde ocorreram os primeiros
atentados. Segundo uma testemunha, dois
homens abriram fogo em um café.
22:00: A casa de shows Bataclan se tornou
palco do pior ataque. Com 1.500 lugares, o
espaço estava com todos os ingressos
vendidos para a apresentação da banda de
rock norte-americana Eagles of Death Metal.
Homens com armas automáticas abriram fogo
contra a plateia e fizeram reféns. Duas
horas depois, a polícia invadiu o local.
Cerca de 80 pessoas morreram.
Também houve relatos de ataques em outras
áreas, como a avenida da República e o
Boulevard de Beaumarchai, próximo à praça da
Bastilha.
(com conteudo da BBC)