História da Música é estudo das origens e evolução da Música ao
longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da arte
e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical,
normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical.
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Seu estudo,
como qualquer área da história, é trabalho dos historiadores, porém
também é freqüentemente realizado pelos musicólogos. |
Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história
da música’ significava meramente a história da música erudita européia.
Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para
incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da
música pré-histórica."
Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas no mundo e
todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim
falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la
na história da música erudita do ocidente, história da música popular do
ocidente, história da música do Brasil, história do samba, e assim
sucessivamente.
O objeto do estudo da história da música se considerarmos o termo em sua
maior abrangência, a história da música envolve ao menos:
As origens culturais da música em cada grupo humano estudado.
As influências culturais e sociais que a música exerce e sofre ao longo
de seu desenvolvimento.
A origem e evolução de seus sistemas musicais característicos (que
envolvem suas estruturas rítmicas, melódicas e harmônicas).
A origem e evolução dos sistemas teóricos utilizados para estudá-la,
incluindo sistemas de notação e análise musical.
As principais personalidades envolvidas na sua evolução. Os compositores
e músicos que marcaram cada período ou gênero específico ou que
impulsionaram o desenvolvimento de novas formas, estilos e gêneros.
A cronologia de todos estes temas.
Os métodos usados no estudo da história da música podem incluir a
análise de manuscritos e iconografia, o estudo de textos críticos ou
literários, a associação entre música e linguagem e a relação entre a
música e a sociedade. A análise de artefatos arqueológicos e a
documentação etnográfica também são instrumentos úteis a este campo do
conhecimento.
A História da música e a etnologia
Uma das razões do conceito difundido de que história da música refere-se
apenas à música ocidental é a grande quantidade de obras existentes que
tratam apenas desta vertente e predominaram por muitos séculos. Apenas
após o surgimento da etnomusicologia (uma área da etnologia), foi que as
origens da música não européia passaram a ser mais bem documentadas.
Nos estudos da música primitiva que tentam relacionar a música às
culturas que as envolvem, há duas abordagens prevalecentes: a
Kulturkreis da "Escola de Berlim" e a tradição norte americana da área
cultural.
Entre os adeptos da Kulturkreis está Curt Sachs, que analisou a
distribuição de instrumentos culturais de acordo com os círculos
culturais estudados por Gräbner, Schmidt, Ankermann e Preuss, entre
outros, e descobriu que as distribuições coincidiam e estavam
correlacionadas. De acordo com esta teoria, todas as culturas passam
pelos mesmos estágios e as diferenças culturais indicam a idade e
velocidade de desenvolvimento de uma dada cultura.
A teoria da área cultural, por outro lado, analisa a música de acordo
com as regiões nas quais as pessoas compartilham a mesma cultura, sem
atribuir a essas áreas um significado ou valor histórico (por exemplo,
todos os Inuit tradicionais possuíam um caiaque, um traço comum que
define a área cultural Inuit).
Em cada uma das teorias, as regiões definidas necessariamente se
interceptam, com pessoas que compartilham partes de mais de uma cultura,
permitindo a definição dos centros culturais pela análise de seus
limites. (Nettl 1956, p.93-94)
A etnologia analisa e documenta as manifestações culturais transmitidas
oralmente e as correlacionam às suas regiões para determinar a história
de cada cultura. Isso inclui todas as manifestações artísticas,
inclusive a música.
A música na pré história
Dança de Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dança das
mulheres em torno de um homem nu.Somente através do estudo de sítios
arqueológicos podemos ter uma idéia do desenvolvimento da música nos
primeiros grupos humanos.
A arte rupestre encontrada em cavernas dá uma
vaga idéia desse desenvolvimento ao apresentar figuras que parecem
cantar, dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos do que parecem ser
instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar esse cenário.
No entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode ser
definida com precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música
vocal surgiu antes ou depois das batidas com bastões ou percussões
corporais. Mas podemos especular, a partir dos desenvolvimentos
cognitivos ou da habilidade de manipular materiais, sobre algumas das
possíveis evoluções na música.
Na sua "História Universal da música", Roland de Candé nos propõe a
seguinte seqüência aproximada de eventos:
Antropóides do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e
objetos entrechocados.
hominídeos do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da
natureza.
Paleolítico Médio - Desenvolvimento do controle da altura, intensidade e
timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas se desenvolviam,
culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000
anos atrás.
Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais
para imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem falada e
do canto.
Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C - Criação de instrumentos
mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: xilofones,
litofones, tambores de tronco e flautas. Um dos primeiros testemunhos da
arte musical foi encontrado na gruta de Trois Frères, em Ariège, França.
Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A pintura foi datada
como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.
Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de membranofones e
cordofones, após o desenvolvimento de ferramentas. Primeiros
instrumentos afináveis.
Cerca de 5.000 a.C - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de
instrumentos de cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada.
O
estabelecimento de aldeias e o desenvolvimento de técnicas agrícolas
mais produtivas e de uma economia baseada na divisão do trabalho
permitem que uma parcela da população possa se desligar da atividade de
produzir alimentos. Isso leva ao surgimento das primeiras civilizações
musicais com sistemas próprios (escalas e harmonia).
A idade antiga
As primeiras civilizações musicais se estabeleceram principalmente nas
regiões férteis ao longo das margens de rios na Ásia central, como as
aldeias no vale do Jordão, na Mesopotâmia, Índia (vale do Indo
atualmente no paquistão), Egito (Nilo) e China (Huang He). A iconografia
dessas regiões é rica em representações de instrumentos musicais e de
práticas relacionadas à música.
Os primeiros textos destes grupos
apresentam a música como atividade ligada à magia, à saúde, à metafísica
e até à política destas civilizações, tendo papel freqüente em rituais
religiosos, festas e guerras. As cosmogonias de várias destas
civilizações possuem eventos musicais relacionados à criação do mundo e
suas mitologias freqüentemente apresentam divindades ligadas à música.
Tempos posteriores
Da idade antiga em diante, os estilos musicais expandem-se tanto, que
torna-se impossível definir a música universal apenas observando-se uma
localidade (como a Europa), sendo necessária, portanto, uma subdivisão
no estudo da história da música por continentes e nações:
Século XX
No século XX houve ganho de popularidade do rádio pelo mundo, e novas
medias e tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar,
reproduzir e distribuir música. Com a gravação e distribuição, tornou-se
possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama nacional e até
internacional. As apresentações tornaram-se cada vez mais visuais com a
transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos. Música de todo
gênero tornou-se cada vez mais portátil.
A música do século XX trouxe nova liberdade e maior experimentação com
novos gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de períodos
anteriores. A invenção e disseminação dos instrumentos musicais
eletrônicos e do sintetizador em meados do século revolucionaram a
música popular e aceleraram o desenvolvimento de novas formas de música.
Os sons de diferentes continentes começaram a se fundir de alguma forma.
Referencia:
Kikipédia
Ache Tudo e Região
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